30 de abril de 2016

A Dose Repetida

This Is What You Came For (feat. Rihanna)
Calvin Harris

Calvin Harris encontrou a fórmula do sucesso. Isso é uma verdade inquestionável, assim como o fato dessa fórmula ser o repetição infinita dos mesmo ingredientes com algumas diferenças de posicionamento de música para música. Novamente, a fórmula está presente em This Is What You Came For.

Nova parceria com a Rihanna (os últimos foram We Found LoveWhere Have You Been em 2011, o single é um amontoado de maneirismo do DJ/produtor em uma embalagem clean e comercial. A batida EDM não apresenta nada de novo e, pior, passa longe do carisma dos outros trabalhos com a cantora de Barbados. Felizmente, a cantora é a única coisa boa na canção devido aos seus vocais competentes, mas que não brilham como poderiam devido ao refrão monossilábico e chatos. This Is What You Came For deve fazer sucesso comercial, mas não é algo realmente que deva ser lembrados em alguns anos.
nota: 5,5
  

29 de abril de 2016

Rosa Pastel

Just Like Fire
P!nk

Apesar de já ter se estabelecido artisticamente já tem alguns anos, a Pink nem sempre acerta em seus lançamentos. Uma prova disso é a mediana Just Like Fire, tema do filme Alice Através do Espelho.

Mesmo trabalhando com velhos parceiros como Max Martin e Shellback que resultou em grandes canções, Pink entrega uma música preguiçosa e requentada. Just Like Fire é pop rock com todas as características da sonoridade da cantora, mas com uma realização abaixo do esperado. A composição, sempre um ponto alto para Pink, não tem nada de interessante, ousado ou divertido, apesar do material de inspiração ser uma das obras mais "loucas" da história da literatura. Com vocais sólidos, mas bem longe dos grandes momentos da sua carreira, Pink já teve dias melhores. Felizmente, o soldo ainda é extremamente positivo e pode aguentar esses tropeços.
nota: 5,5

28 de abril de 2016

1977 + 2016

Give Me Your Love (feat. John Newman & Nile Rodgers)
Sigala

Não sou exatamente fã dos DJs/produtores que alcançam a fama, pois, normalmente, as suas canções seguem o mesmo esquema, seja próprio ou, ainda pior, copiados de outros artistas. Entretanto, quando aparece uma música de algum nome desse nicho consegue a proeza de ser realmente boa, irá ganhar destaque nesse blog. Esse é o caso de Give Me Your Love do produtor inglês Sigala.

Lançada como single recentemente, Give Me Your Love ganha muitos ponto ao ter a adição de alguns elementos que a ajudam a sair do lugar comum. O primeiro e o mais importante é a canção não ser apenas um batidão eltropop/eletrônico farofa, mas uma mistura disso com um revigorante toque de disco music graças a presença marcante do guitarrista Nile Rodgers. Essa adição aliado a textura e nuances da canção ajudam a criar um trabalho com personalidade suficiente para Sigala ganhar destaque mundialmente. Além disso, a presença poderosa de John Newman nos vocais ajuda ainda mais o resultado final de Give Me Your Love ao ser a mistura perfeita entre os inesquecíveis anos setenta e a massificação da nossa atualidade.
nota: 7,5

25 de abril de 2016

Uma Brisa No Horizonte

Green Aphrodisiac
Corinne Bailey Rae

Em tempos tão perturbados como o que estamos vivendo sentir uma brisa refrescante no rosto em um dia quente é o remédio ideal para ter um pouco da esperança renovada. Essa brisa pode ter nome e sobrenome: Corinne Bailey Rae. Lançando o segundo single do seu terceiro álbum (The Heart Speaks in Whispers), a cantora nos presenteia com um acalanto para os nossos ouvidos.

Green Aphrodisiac é uma volta a sonoridade básica da cantora: pop jazz/soul music com uma atmosfera delicada e downtempo. Com essa construção, Corinne fica a vontade para deixar a sua graciosa e delicada voz brilhar em uma performance sensível e acolhedora. Apesar de segura demais, a produção faz um trabalho perfeito, deixando bem claro que todo o requinte da canção é graças a cantora e a bela composição que faz uma ponte entre os encantamentos da primavera e o amor. Ouvir Green Aphrodisiac é um sopro de vitalidade nos corações. Uma pequena pérola.
nota: 8

23 de abril de 2016

Precisamos Falar Sobre Sean Paul

Hair (feat. Sean Paul)
Little Mix

Para quem tem idade para lembrar perfeitamente do começo dos anos dois mil, o nome Sean Paul faz despertar algumas memórias seja pela sua carreira solo com hits como I'm Still in Love with You, Get Busy, We Be Burnin e Temperature ou pela parceria com a Beyoncé em Baby Boy e a com a Rihanna em Break It Off. Depois da metade do meio da década, Sean Paul sumiu do mainstream e com ele a sua mistura de reggae, dancehall e rap. Então, em pleno 2016 e vindo do nada, o rapper voltou do nada a aparecer aos olhos do grande público com a participação na versão single de Cheap Thrills da Sia e, mais recentemente, na canção Hair do Little Mix. 


A canção da girl band é uma das melhores do mediano Get Weird, sendo uma boa opção para ser lançada como single. Sua batida bem marcada e dançante, mas cheias de nuances ajuda a criar uma personalidade para canção, lembrando trabalhos anteriores do Little Mix como, por exemplo, Salute e Move. Apesar da letra boba, Hair funciona com a sua pegada descontraída e seu refrão grudento. O problema é a presença desnecessária do Sean Paul, que apesar das modificações feitas terem combinado com a vibe do rapper, não ajuda a canção em nada. A sua participação soa completamente fora do tom e perdida até mesmo na construção lírica do seu verso, além de deixar a canção com uma duração aumentada. Como isso aconteceu? Qual o motivo? Voltamos ao passado? Ou é um déjà vu coletivo? Ainda não sabemos, mas Sean Paul é o fantasma do sucesso passada voltando.
nota
Original: 7
Versão Single: 6,5

20 de abril de 2016

I Wanna Dance With Somebody

More and More
Fleur East

More and More, segundo single do álbum de estreia da inglesa Fleur East, tem a seu favor o fato de relembrar toda uma sonoridade R&B/pop dos anos oitenta. Entretanto, esse é o seu maior defeito. 

A canção é uma versão moderna de I Wanna Dance With Somebody da Whitney Houston, por isso a sua batida é extremamente gostosa de ouvir e dançar. Também possui a característica de possuir uma letra romântica. Todavia, More and More é apenas um requentado do que já foi feito e não entrega nada de realmente excitante. Resumidamente: um arroz com feijão requentado e bem feitinho, mas que não se compara ao original.
nota: 6,5

19 de abril de 2016

Drake Americano

Me, Myself & I
G-Eazy X Bebe Rexha

Apesar de todo o sucesso nos Estados Unidos, Drake não nasceu nos Estados Unidos, mas, como alguns devem saber, no Canadá. A "resposta" estadunidense para esse efeito é o californiano G-Eazy. O seu maior sucesso é a canção Me, Myself & I.

Lançada no final do ano passado, Me, Myself & I alcançou o sétimo lugar na Billboard e está ajudando tanto a carreira dele como a de Bebe Rexha. Apesar disso, o single tem alguns defeitos que não possibilitam a canção ser um trabalho marcante de fato. O primeiro deles é o fato da canção ser arrastada, pois, ao longo dos seus quatro minutos de duração, Me, Myself & I tem uma estrutura um pouco confusão da divisão entre as partes de D-Easy e Bebe que ajuda a criar essa sensação. Além disso, a produção assinada pela própria Bebe e Michael Keenan escolhe uma batida "low" para dar a vida o hip hop clean e redondo do rapper. Felizmente, o trabalho é tecnicamente bom. Enquanto a cantora entrega uma performance carismática, G-Eazy soa muito parecido com o Drake em vários momentos, criando uma sensação que a música é do próprio rapper. Ao menos, D-Eazy entrega um performance sólida e, graças, longe dos maneirismos que o seu "concorrente" carrega.
nota: 6,5

17 de abril de 2016

Livre, Solta e um Pouco Perdida

Wild Things
Alessia Cara

Alessia Cara é jovem e quem mostrar isso para o mundo. Depois da ótima Here, a jovem lançou a boa Wild Things.

A canção fala sobre a liberdade de ser livre quando jovem e aproveitar dessa condição sem precisar levar em conta os parâmetros sociais. Bem escrita e com um refrão grudento, Wild Things tem uma vibe gostosa de ouvir com a sua mistura de pop chiclete e R&B. Entretanto, a canção não mostra para o que veio Alessia Cara, pois o resultado final poderia ser obtido por qualquer outra cantora que siga o mesmo estilo. Ainda falta muito para a jovem liberar todo o seu potencial, mas é até interessante ver o começo dessa jornada.
nota: 7

14 de abril de 2016

Faixa Por Faixa - Votação

Novamente, a escolha de qual álbum será o participante do próximo Faixa Por Faixa será decido por votação. Dessa vez, a escolha se dará entre três álbuns que em comum serem os trabalhos de estreia de três grande ícones do pop moderno. As escolhas são entre os trabalhos da Britney Spears, Christina Aguilera e P!nk. Votem!


12 de abril de 2016

2 por 1 - Drake

One Dance (feat. Wizkid & Kyla)
Pop Style (feat. Kanye West & JAY Z)
Drake

Não é possível não considerar o Drake como o rapper de maior sucesso dessa geração. Apesar de Kendrick Lamar ostentar o posto de mais aclamado, o canadense se tornou nos últimos anos uma verdadeira maquina de fazer hits. As mais duas apostas são as canções One Dance e Pop Style que fazem parte do seu próximo álbum Views from the 6. A grande surpresa em relação as duas faixas é que ambas são bons trabalhos, mas cada um com características bem distintas. 

One Dance tem tudo para ser o provável hit do verão americano se não houver grandes concorrentes. A canção bebe pesadamente da influência que fez Hotline Bling um sucesso, mas com a grande diferença de resultar em um trabalho bem mais inspirado. Uma mistura inspirada de R&B, dance pop e ritmos caribenhos faz de One Dance um trabalho cativante, dançante, divertido e perfeito para conquistar o público. O grande diferencial é que a produção não exagera na construção da batida nem para mais ou para menos, deixando uma deliciosa sensação de quero mais ao seu final. Claro, os "vocais" de Drake podem ser de qualidade duvidosa, pois, como todos sabem, ele não é um cantor. Entretanto, o rapper encontrou o seu nicho e, aqui, o resultado final não é afetado. Já Pop Style mostra Drake no seu território original em uma boa canção rap que conta com a participação do Kanye West e do JAY Z. Apesar de ser redondinha demais, a canção tem uma batida marcante e a presença dos dois titãs fazem a diferença, mesmo JAY Z declamando apenas dois versos. Quem sabe agora Drake não consegue alcançar sozinho o topo da parada americana?

nota
One Dance: 7,5
Pop Style: 7

11 de abril de 2016

O Poder da Palavra

The Sound Of Silence
Disturbed

Considerada com uma das maiores músicas do cancioneiro americano, The Sound Of Silence do duo Simon & Garfunkel já ganhou dezenas de regravações desde o seu lançamento em 1964, até mesmo uma versão nacional pela dupla Leandro & Leonardo intitulada É Por Você que Canto. Entretanto, a canção nunca ganhou uma versão tão distinta como a feita pela banda de heavy metal Disturbed.

Alcançado uma popularidade surpreendente para uma canção do gênero nos dias de hoje, a versão da banda é uma canção épica e poderosa em quantidade, ao contrário da versão original: um contido e melancólico folk com vocais intimista e extremamente contemplativos. Se de um lado temos um clássico atemporal que é a versão original, do outro temos uma versão muito bem conduzida que valoriza o poder dos vocais grandiosos (o maior acerto é o seu começo "suave" que vai crescendo a medida que o arranjo também cresce). Entretanto, o que faz de qualquer versão da canção valer a pena é o que não muda em todas as vezes: a sua letra. A profundidade da letra de Paul Simon é um das obras mais desconcertantes da música mundial. Logo no primeiro verso já somos tragados para um vórtex emocional devastador:

Olá escuridão, minha velha amiga
Eu vim falar com você novamente
Porque a visão suavemente arrepiante
Deixou as sementes enquanto eu dormia
E a visão que foi plantada em minha mente

Ainda continua dentro do som do silêncio

Palavras assim ecoam para sempre, não importando qual seja a embalagem.
nota: 8

10 de abril de 2016

Síndrome de Work

Ain't Your Mama
Jennifer Lopez

Com o sucesso de Work, a porta se abriu para uma onda de canções que tenham a mesma intenção: "fazer rebolar" com uma batida midtempo. A primeira a se aproveitar disso é a Jennifer Lopez. Após assinar um novo contrato com a sua antiga gravadora (Epic Records), J.Lo tenta preparar o caminho para o seu novo retorno após o fiasco de A.K.A. A escolhida para esse novo recomeço é a canção Ain't Your Mama.

O single é um bom trabalho, apesar dos seus problemas que poderiam ter sido resolvidos com uma produção mais criativa. Produzido por Cirkut e Dr. Luke (infelizmente, ele ainda está no ramo e deve continuar), Ain't Your Mama tem uma boa e dançante batida que mistura pop, R&B e trap music, mas que não consegue se sustentar perfeitamente ao longo da sua duração. Existem "bolsões" em que a batida perde força e não tem o mesmo apelo que o seu bom refrão possui. A composição co-escrita por Meghan Trainor é legal, pois mostra um lado mais independente de Jennifer e não precisa apelar para o esquema de "festejar" de sempre. Agora é esperar se essa tentativa irá funcionar ou Jennifer Lopez irá precisar se reinventar novamente. 
nota: 6,5

7 de abril de 2016

Uma Demi de Respeito

Stone Cold
Demi Lovato

Apesar do considerado flop com as vendas do Confident, não se pode negar a qualidade do trabalho da Demi Lovato. O seu mais último single Stone Cold prova isso.

A canção é uma poderosa balada soul pop que surpreende pela sensacional performance vocal da cantora. Um pouco exagerada em alguns momentos, mas nunca estridente ou abaixo do necessário para expressar os sentimentos da canção. Com um trabalho vocal tão bom e impressionante, Stone Cold ganha vida com a sua composição triste e contemplativa sobre falar para quem se ama que seja feliz com outra pessoa, mesmo que isso seja uma dor quase insuportável. Pode até ser um flop, mas é um flop de respeito.
nota: 7,5

6 de abril de 2016

2 Por 1 - Rihanna

Kiss It Better
Needed Me
Rihanna

Apesar do desempenho comercial abaixo do esperado do Anti devido a escolhas erradas, Rihanna continua provando a sua relevância ao ter emplacado Work. E o trabalho para reverter o cenário continua com o lançamento de dois singles: Kiss It Better e Needed Me. Começo com a melhor das duas.


Apesar de não ser uma das melhores canções do álbum, Kiss It Better é uma ótima escolha para single. Primeiramente, a faixa possui um carisma irresistível, mesmo não sendo o típico de sucesso padrão. Na verdade, a canção não é nem uma típica faixa gravada pela cantora nos últimos anos. Com uma base de guitarra e uma cadencia envolvente, Kiss It Better é uma boa balada R&B/pop rock que não é reinvenção da roda, mas é perfeito veículo para RiRi mostrar a sua evolução vocal. A sua performance é forte na medida certa, explorando a sua sensualidade misturada com melancolia. Um trabalho acima da média. Um pouco menos inspirada está Needed Me.

A canção não é ruim, entretanto, as suas boas ideias não são usadas da maneira ideal para resultar em uma música realmente interessante. O grande problema é que a produção não avança na criação de um arranjo que não parece um grande e arrastado looping. Além disso, o refrão não ajuda com Rihanna entregando vocais "preguiçosos" que caminham ao lado do refrão de Work, mas sem o fator de divertimento. Felizmente, Rihanna já provou que nada pode parar o seu poder e não duvido das possibilidades de sucesso das duas canções. 

nota
Kiss It Better: 7,5
Needed Me: 6,5

1 de abril de 2016

New Faces Apresenta: Zara Larsson

Never Forget You
Zara Larsson & MNEK

Girls Like (feat. Zara Larsson)
Tinie Tempah


Vocês já repararam que ás vezes surgi um artista que começa a aparecer em todos os lugares ao mesmo tempo, mesmo sem ter uma música solo conhecida? Foi assim com o Bruno Mars, Nicki Minaj, Sam Smith, Jess Glynne, só para citar alguns. O mais novo nome a fazer parte dessa lista é a da sueca Zara Larsson, apesar de já ter uma carreira bastante sólida no seu país de origem, com um álbum já lançado em 2014 e ter vencido um show de calouros por lá. Zara está fazendo a transição para o mercado internacional desde o ano passado com parcerias ao lado de músicos ingleses. O primeiro deles foi com o cantor/produtor MNEK na canção Never Forget You.


Com ótimo desempenho na Billboard (o pico alcançado foi de 19°) e indo melhor ainda em outros mercados, Never Forget You é uma canção de amor envolta em uma embalagem interessante. A produção do próprio MNEK com Astronomyy cria uma batida que mistura UK garage com eletrônico e EDM que não sai muito do feijão com arroz, mas que funciona muito bem. Tanto que Never Forget You tem uma melodia grudenta e um refrão perfeito para se tornar um hit chiclete. A composição também ajuda ao mostra um cuidado dos compositores para expressar emoções sinceras e não ser apenas um "enche linguiça". A suave voz de Zara contrasta com o timbre melódico de MNEK, mas a canção só empolga de verdade quando os dois cantam junto na parte final. Na parceira com o rapper Tinie Tempah, Zara tem a oportunidade de mostrar versatilidade, apesar de ter menos espaço.

Girls Like é uma despretensiosa e cativante união de hip hop com dance music que se não reinventa a roda, diverte do começo ao fim com uma batida direta e dançante. Tinie Tempah entrega uma performance tão despreocupada e leve que fica difícil não se deixar levar pelas rimas fáceis e a letra quase bobinha demais. Zara brilha ao cantar os refrões e um verso, mostrando que tem uma capacidade vocal e versatilidade que pode ser o seu trunfo para estourar a sua carreira.

nota
Never Forget You: 6,5
Girls Like: 7