31 de agosto de 2016

New Faces Apresenta: Kehlani

Distraction
Kehlani

Depois de chamar a atenção ao fazer parte de uma girl band, a jovem Kehlani vem despontado como um dos melhores nomes do R&B moderno. Em 2015, a cantora lançou o mixtape You Should Be Here que foi indicada ao Grammy de Best Urban Contemporary Album. Além disso, a cantora já colaborou com vários artistas como participação e/ou compositora como, por exemplo, Justin Bieber, G-Eazy, Pusha Y e Zayn. Apesar de ter enfrentado alguns problemas pessoais recentemente, Kehlani parece pronta para conquistar o mainstream e tem todas as condições para isso como mostra a ótima Distraction.

A canção é um excitante R&B com toques de pop dançante que parece um trabalho que seria a perfeita junção entre a sonoridade da Janet Jackson com a da Rihanna. Felizmente, a produção consegue introduzir personalidade para que essa atmosfera não seja mais forte que a personalidade da cantora e acabe com a qualidade de Distraction. A produção pode até não fazer algo realmente novo ou ousado, mas acerta no tom, na instrumentalização e, principalmente, na batida envolvente da canção. Kehlani é outro ponto forte com a sua voz versátil e ao mesmo tempo com potencia para se diferenciar de outras da mesma geração. A composição é apenas boa, mas que tem a vantagem de ser "catchy". Ouvindo Distraction, Kehlani tem um futuro que deve ser brilhante pela frente.
nota: 8

Especial: O Futuro do R&B Feminino

Mesmo ainda se mantendo como culturalmente relevante, o R&B continua lutando para continuar comercialmente lucrativo. Depois da década de noventa e o começo de dois mil em que viveu o seu apogeu mais recente, o R&B se tornou um gênero com menor destaque e que tem maior lugar como "influenciador". Felizmente, ainda existem artistas que seguem firmemente no gênero e outros que surgem todos os dias, em especial, artistas femininas. Esse especial é para dar uma olhada em algumas artistas que carregam essa bandeira atualmente e são o futuro do gênero. Além disso, irá ter uma rápida passada no passado para celebrar o R&B e uma das suas artistas mais conceituadas.

29 de agosto de 2016

A Melhor Música do Drake

Dang! (feat. Anderson .Paak)
Mac Miller

Finalmente, o Drake conseguiu mostrar em plenitude o seu talento ao lançar o melhor single da sua carreira. Infelizmente, para ele, a canção Dang! não é dele, mas do rapper americano Mac Miller e marca o primeiro single do seu próximo álbum com o nome sugestivo de The Divine Feminine.

O single tem todas as características das fusões de hip hop com soul/R&B que o rapper canadense já fez em canções como em Hold On, We're Going HomeHotline BlingMarvin's Room. Entretanto, Dang! consegue elevar essa mistura em uma canção deliciosamente "old school" com uma batida claramente influenciada pelo funk dos anos setenta. Interessante do começo ao fim, Dang! tem na presença do cantor Anderson .Paak o seu grande diferencial para as canções do Drake: Mac Miller não tenta "cantar", mas deixa para Anderson a funciona de entoar o bom refrão. Para o rapper sobre fazer o seu papel de rapper em uma performance sólida e coesa. A ótima composição fala de maneira divertida e sincera sobre como manter um relacionamento conturbado. Dang! é a melhor música que o Drake nunca fez, mas que encontrou o seu lugar no mundo através do Mac Miller.
nota: 8,5

22 de agosto de 2016

2 Por 1 - Usher

Crash
No Limit (feat. Young Thug)
Usher

Apesar de já ter lançado cinco single do seu próximo álbum intitulado Flawed, Usher não dá nenhum sinal do real lançamento do mesmo que será o nono da sua carreira. Enquanto isso não acontece, vamos analisar os últimos dois singles divulgados: Crash e No Limit. A primeira e melhor das duas é Crash.


A canção é uma mistura legal de R&B e eletropop que não tem a mesma qualidade de uma Scream ou Dive, mas tem seus méritos. Primeiro, Usher mostra a facilidade que tem usar o seu falsete, cantando todo o refrão assim. Para criar uma textura na canção, o cantor utiliza a sua voz "normal" nos versos. A composição é mediana, mas não atrapalha o resultado final.






Já em No Limit, Usher faz a repetitiva mistura de hip hop com R&B que resulta em mais do mesmo. Apesar da batida comercial, a canção falta bastante criatividade em sua construção. Caso não fosse uma música do Usher seria fácil qualquer outro cantor, com menos talento e fama, gravar a canção e ter o mesmo resultado. E, claro, para corar a canção há a presença quase obrigatório de um rapper aleatório: dessa vez é o insonso Young Thug. Espero que quando Usher lançar o álbum possa ter canções mais como Crash e menos como essa No Limit.

notas
Crash: 7
No Limit: 5

21 de agosto de 2016

De Volta ao Jazz

Carry On
Norah Jones

Olhar para o passado em buscas das suas raízes nunca é ruim, pois dá para quem olha um forte senso de onde veio e, por consequência, de quem é. É exatamente isso que a Norah Jones irá fazer no seu sexto álbum solo: Day Breaks é uma volta ao jazz do começo da carreira, quando estourou mundialmente com o aclamado Come Away With Me de 2002. O primeiro single ajuda a mostrar essa estratégia. 

Carry On retoma pesadamente a sonoridade e atmosfera que pode ser ouvidas nos sucessos Don't Know WhyCome Away With Me, apesar de não apresentar o mesmo frescor e atemporalidade. Na verdade, a canção parece como uma prima menor que ainda precisaria de algum tempo para crescer e se tornar adulta. Mesmo assim, o single consegue reviver de maneira nostálgica a delicada maneira que Norah encara o jazz em uma instrumentalização contida e bonita. Sua voz angelical dá a perfeita interpretação para a boa composição sobre términos e seguir em frente. Essa volta para casa de Norah Jones é extremamente bem vinda e aconselho outros também fazerem.
nota: 7,5

19 de agosto de 2016

2016: O Ano da Volta das Bandas dos Anos Noventa

Bang Bang
Green Day

Ao que parece um dos temas de 2016 é retornos de bandas dos anos noventa. Depois do lançamento dos álbuns do Radiohead, Red Hot Chili Peppers e blink-182, agora é a vez do Green Day voltar aos holofotes depois de um hiato de quatro anos. Como primeiro single do álbum Revolution Radio foi lançada a controversa Bang Bang.

A canção tem um polêmico e atual ponto de vista: o de uma atirar em massa. Bang Bang tem a interessante proposta de discutir o papel da sociedade e, principalmente, da mídia no surgimento desses psicopatas. Não apenas discutir, mas criticar pesadamente a influência nessas pessoas que a banda denomina como "o pequeno psicopata do papai e o soldadinho da mamãe". Graças ao lado ácido e inteligente que o Green Day sempre teve em discutir temas espinhosos como esse, Bang Bang não se torna em um panfleto para a xenofobia ou qualquer preconceito, pois a composição é bastante clara em apontar dedos ao colocar a culpa em pessoas e, não, em uma religião. Claro, lançar uma música desse ponto de vista é muito arriscado, mas Bang Bang consegue passar a mensagem de maneira clara e consciente, ajudada pela frenética batida punk rock de uma instrumentalização sólida e bem produzida. Além disso, Billie Joe continua mandando muito bem nos vocais. A volta da banda, assim como as das outras, ajuda a mostrar o quanto estamos em falta de novos ídolos de rock atualmente. Felizmente, esses "tiozões" ainda estão na ativa como se fosse 1995.
nota: 8

17 de agosto de 2016

Country Pink

Setting the World On Fire (with P!nk)
Kenny Chesney

Acredito que a parceria entre o cantor country Kenny Chesney com a P!nk possa causar alguma estranheza para quem não conhece mais afundo a carreira da cantora. P!nk já flertou pesadamente algumas vezes com o gênero em canções como Misery (M!ssundaztood) e Mean (Funhouse). Além disso, várias e várias canções suas tem toques de country/bluesgrass que a ajudam a incrementar a sua sonoridade. Por isso, a presença de P!nk em Setting the World On Fire seja o ponto álbum da canção.

Primeiramente, a cantora, não apenas combina com a canção, mas como também mostra um grande domínio em sua interpretação e tem uma boa química com Kenny Chesney. Em segundo, a maneira como  é realizado o dueto é muito interessante: além de aparecer como backvocal nos versos, P!nk canta sozinha quase todas as repetições do refrão, deixando apenas para o final a junção da sua voz com o de Kenny. Ótima estrutura que a produção vocal dá para Setting the World On Fire, quebrando expectativas. Apesar disso, a canção não é exatamente sensacional, pois a produção entrega um simpático, porém nada excepcional mid-tempo country pop com uma instrumentalização bem feitinha e uma composição mediana. Felizmente, a presença da P!nk eleva a canção em vários degraus e ajuda Setting the World On Fire a se tornar uma canção interessante.
nota: 7

16 de agosto de 2016

Farofa Latina

Sola
Becky G

Ainda preparando o primeiro álbum e conciliando com a carreira de atriz (em breve irá aparecer no novo filme dos Powers Rangers), a rapper/cantora Becky G lançou recentemente a surpreendente boa Sola.

A canção é um divertido e envolvente latin pop que tem uma atmosfera sexy, mas de um refinamento muito bem vindo que a transforma em um prima sonora e latina de Into You da Ariana Grande. Apesar de não possuir a mesma qualidade de produção, Sola tem uma estrutura encorpada que mostra que pode existe farofa pop que não é um batidão repetitivo e cafona. E por isso, a canção não é exatamente para bater cabelo e, sim, fazer dancinha sensual no meio da pista. Além disso, a aveludada performance de Becky G é precisa para a canção, mesmo que a cantora não tenha exatamente a melhor das vozes da nova geração. Outro ponto positivo é a composição sobre dar um pé na bunda do cara que não dar valor para a narradora que consegue ser inteligente e com um verniz pop perfeito. Para quem está reclamando da falta de farofa em 2016, aqui está uma boa pedida com sabor latino.
nota: 7,5

14 de agosto de 2016

O Que Teria Acontecido com John Newman?

Olé
John Newman

Tentar entender o porquê um artista novato que tinha tudo para virar um fenômeno, mas que não alcança o seu potencial, é um bastante difícil. Existem dezenas de fatores que vão desde o quanto a gravadora investi, passando pelo timing dos lançamentos de singles e álbum e chegando, também, na simples e devastadora sorte. Um bom caso é o do cantor britânico John Newman. Depois de uma estreia avassaladora em Love Me Again, o cantor não conseguiu entregar o que prometia com lançamentos de pouco destaque, apesar da sua parceria com o DJ Calvin Harris Blame ter obtido bons resultados. Para tentar repetir o mesmo sucesso, mas na carreira solo, o cantor lançou Olé de autoria e produção do DJ.

A canção, por enquanto, não consegue cumprir a meta de dar para a carreira de John Newman uma chance de reconquistar o caminho para o sucesso, não apenas em relação ao lado comercial, mas, principalmente, o lado artístico. Ao chegar apenas a 120° da parada inglesa, Olé é a tentativa do DJ de sair do mesmo lugar ao entregar um soul/reggae, mas que acaba resultando em uma pastiche irritante e bastante clichê. O pior não é ouvir a batida morna, mas, sim, ouvir John Newman no meio dessa pataquada: dono de uma voz potente e "soulful", o cantor está completamente perdido em uma performance apática e sem graça. Nem a composição mediana ajuda, pois Olé (nome horrível) é um fracasso completo. Espero que em um futuro próximo, John Newman tenha a oportunidade de ter em mãos algo que seja, ao menos, decente.
nota: 4

12 de agosto de 2016

Os 8 Compositores

Cold Water (feat. Justin Bieber & MØ)
Major Lazer

Uma das principais criticas de vários críticos contemporâneos de música é em relação a qualidade das composições em relação a quantidade de compositores envolvidos. Antigamente, a maioria das músicas eram escritas por um ou dois nomes apenas e, quando raro, três nomes eram creditados. Hoje em dia, a maioria das canções que chegam ao grande público tem, no minimo, de três autores para mais. E, apesar disso, não conseguem alcançar o mesmo parâmetro de qualidade que as músicas de antes que tinham "poucos" nomes. Esse é o caso de Cold Water do Major Lazer que possui incríveis oito compositores.

Além dos participantes da canção, Diplo e os featuring Justin Bieber e MØ, Cold Water tem ainda mais cinco nomes, incluindo o Ed Sheeran. Apesar disso, a quantidade não é sinônimo de qualidade: não que a letra seja ruim, mas está completamente longe de ser boa. Na verdade, o resultado final não é nada. Ao falar sobre um narrador que fará qualquer coisa para ajudar quem ama, a letra não apresenta nada de novo ou realmente excitante que valha a pena ter dezesseis mãos na composição. Felizmente, a canção tem uma produção divertida que mistura música eletrônica com batidas de reggae e música latina, mas sem soar clichê ou repetitiva. Mesmo entregando uma performance razoável, Bieber parece estar no automático e o uso dos efeitos ajuda a aumentar essa sensação. Além disso, MØ é mal aproveitada ao cantar apenas um verso. Tantos nomes para uma música tão mediana é passível de pensar que, talvez, essa formula realmente não é a melhor.
nota: 6,5

11 de agosto de 2016

A Diferentona

Fuck With Myself
Banks

Em um ano com tantos lançamentos de grandes nomes, artistas menores podem passar despercebidos. Esse é o caso da cantora americana Banks que está se preparando para lançar o segundo álbum (sucessor do bom Goddess de 2014) ainda esse ano e como primeiro single divulgou a boa Fuck With Myself.

A canção mostra que a cantora não perdeu a sua estética alternativa ao entregar uma interessante mistura de pop, R&B indie e eletrônico, mas que arrisca em uma pegada mais sensual e uma batida ainda mais minimalista. Fuck With Myself não tenta ser uma revolução musical, mas consegue divertir com a sua vibe envolvente e, surpreendemente, comercial. Não que será um estouro de vendas, mas a canção tem cara de sucesso tardio que vai aos poucos ganhando destaque e, por fim, alcança boas colocações nas paradas tempos depois do seu lançamento. O que pode gerar alguma polêmica, pois a boa composição de Fuck With Myself fala claramente sobre masturbação, porém, de maneira "fina" e estilosa. E, por falar em estilo, a performance vocal de Banks é realmente ousada e cheia de personalidade, mesmo que não seja exatamente a melhor possível. Fuck With Myself, por enquanto, é a melhor canção a ser descoberta do ano.
nota: 7,5

9 de agosto de 2016

Era Uma Vez...

Come With Us
Sophie Ellis-Bextor


F*ck Apologies (feat. Wiz Khalifa)
JoJo

Era uma vez duas cantoras que tinham tudo para se tornarem grandes nomes mundiais, mas que, em algum momento, a carreira delas mudaram de rumo completamente: JoJo e Sophie Ellis-Bextor. A primeira é a inglesa Sophie Ellis-Bextor.

O seu caso é o mais fácil de entender: apesar de ter mantido uma carreira sólida, Sophie não conseguiu alcançar o sucesso do primeiro álbum de 2001 e, especialmente, do pequeno clássico pop Murder on the Dancefloor. Como primeiro single do seu sexto álbum (Familia), a cantora lançou a divertida Come With Us.

O single é uma mistura deliciosa de disco e pop que mostra a cantora ainda sabe como conduzir muito bem esse tipo de canção. Claro, Come With Us não tem a mesma atmosfera atemporal da canção que a fez estourar, mas ainda mantém uma mesma dignidade pop devido a sua instrumentalização bem feita e com toques "retrô". Sophie Ellis-Bextor carrega bem a canção com a sua doce voz, dando personalidade para a canção e, também, vida para a composição mediana. Enquanto Sophie pode-se gabar de uma carreira produtiva, o mesmo não pode acontecer com a americana JoJo.

Quando estreou em 2004 com apenas 13 anos de idade com o álbum que levou o seu nome, JoJo fez história ao ser a pessoa mais jovem com uma música na Billboard (Leave (Get Out) alcançou o 12°). Dois anos mais tarde, a jovem lançou o segundo álbum The High Road que a ajudou a consolidar a carreira com a ajuda do sucesso do single Too Little, Too Late. Depois disso, JoJo estava pronta para construir uma carreira que poderia ser algo parecido com que a Kelly Clarkson ou a P!nk tem hoje em dia. Poderia ter sido assim, mas não foi nada disso que aconteceu. Com problemas com a sua gravadora e, provavelmente, uma cabeça de porco enterrada em seu nome, JoJo sumiu nos últimos dez anos e só agora parece dar sinais de irá lançar o seu terceiro álbum intitulado Mad Love.

Não que a cantora não tenha tentado, pois nesse período de dez anos foram lançado algumas músicas (a melhor foi Disaster), mixtapes e EPs. Nada disso, porém, teve real impacto na carreira da JoJo. Agora a esperança se recair no terceiro álbum que tem como primeiro single a mediana F*ck Apologies. O grande problema da canção é que tudo soa muito genérico e massificado. Já ouvimos essa mistura de pop e R&B dezenas de vezes antes, mesmo que a batida seja redondinha. A composição também parece algo que foi descartado de alguma cantora e dado para a JoJo, pois não tem nenhuma força criativa que dê uma base sólida para o tem sobre se libertar de um amor que apenas machuca. O pior, entretanto, é a participação fraquíssima do rapper Wiz Khalifa que não acrescenta uma virgula na canção que faz alguma diferença. Para não ser injusto com F*ck Apologies, a canção tem a sua melhor qualidade na performance de JoJo que mostra o quanto de talento está sendo desperdiçado ao não ter a possibilidade de cantar melhores músicas. Vamos aguardar as cenas dos próximos episódios e espero que sejam melhores do que esse.
notas
Come With Us: 7
F*ck Apologies: 5,5

8 de agosto de 2016

Talvez

Sim ou Não (feat. Maluma)
Anitta

Para o bem ou para o mal, a Anitta é atual princesa do pop brasileiro. E, por consequência, é natural que ela queira expandir o seu "reinado" com uma carreira internacional. A primeira tentativa mais concreta é o lançamento da canção Sim ou Não com a participação do cantor colombiano Maluma.

A canção é a melhor que a funkeira lança desde a sua grande estréia com Show das Poderosas. Não que isso seja algo muito difícil de fazer, principalmente depois do horrendo Bang!. A mistura com música funciona com funk funciona perfeitamente para o quesito de ser, não apenas uma canção de transição de Anitta, mas, também, um possível sucesso comercial. Sim ou Não não é a reinvenção da roda, mas é até divertida. O primeiro problema da canção é a sua mediana e pouco inspirada composição. Novamente, uma música da cantora tem como base versos curtos e de uma pobreza temática enormes, mesmo com um refrão que funciona dentro do que se propõe fazer. Mesmo com Anitta não ser a grande voz da música brasileira e Maluma parece que canta dopado de remédios para dormir, não há como negar que existe alguma química genuína entre os dois. Sim ou Não é uma canção que termina mais como um talvez, mas para a carreira de Anitta já é um avanço.
nota: 6

7 de agosto de 2016

O Raio Pop

Superlove
Tinashe

Um pouco de pop nunca matou ninguém, mas pode atrapalhar ou alavancar uma carreira. Não sei qual será o caso da carreira da Tinashe, pois a cantora lançou o single Superlove que mostra a jovem mais pop do que nunca.

Segundo single do seu próximo álbum (Joyride), a canção mostra que a cantora irá, definitivamente, fazer a transição do R&B urbano, ouvido em Aquarius, para o pop/R&B. A canção tem como produtores os renomados The-Dream e Tricky Stewart que tem no currículo vários sucessos de critica e público, em especial o hit Single Ladies (Put a Ring On It). Nas mãos desses dois talentos, Superlove resulta em uma canção realmente muito boa que ajuda a fazer a mostra que Tinashe tem talento para segurar esse pop contagiante e despretensioso, mas que tem alguns erros. Apesar da atmosfera "borbulhante", a canção não transmite muita personalidade ao parecer uma prima de terceiro grau de Super Bass. Além disso, a boa composição não consegue entregar um refrão poderoso como deveria ser para ajudar a canção a encontrar um público disposto em a torna o hit do verão americano. Mesmo muito bem produzida, quem brilha de verdade é Tinashe e a sua presença efervescente. Agora é esperar para saber quais serão os resultados do raio pop na carreira da cantora nos próximos lançamentos.
nota: 7

6 de agosto de 2016

Faixa Por Faixa

CD: Pink Friday
Artista: Nicki Minaj
Gênero: Hip Hop/ Pop / R&B
Vendagem: cerca de 2 milhões de cópias
Singles/ Peak Billboard: Your Love (14°); Check It Out (24°); Right Thru Me (26°); Moment 4 Life (13°); Super Bass (3°); Did It On’em (49°); Girls Fall Like Dominoes (N/A); Fly (19°).

Grammy
Indicações 

Best New Artist
Best Rap Album
Best Rap Performance (Moment 4 Life )

Ano: 2010






4 de agosto de 2016

Straight Outta Brazil

Delação Premiada
MC Carol

Mais conhecida por um reality show sobre a vida de funkeiras em um canal a cabo, MC Carol é muito mais que uma fankeira que quer balançar a bunda na TV e no YouTude. Primeiramente, Carol foge dos padrões estéticos: negra, fora do peso aceito como normal, pobre e favelada. Em segundo, e o mais importante, é que Carol tem realmente algo para falar e a sua voz precisa ser ouvida. Depois da genial Não foi Cabral, Mc Carol lança a ótima Delação Premiada sobre um atual problema nacional: o tratamento das autoridades em relação as classe pobre.

Quero dizer que não sou contra o trabalho de ninguém, especialmente o da policia, mas não posso fechar meus olhos para ver que ainda falta um espaço do tamanho de um precipício na formação dessas autoridades para construir uma mente sem preconceitos e mais preparados para enfrentar os problemas diários. Claro, a nossa sociedade como um todo ainda está a quilômetros de distância de ser justa em todos os sentidos. E, não posso negar, parece ser um problema mundial, pois é só olhar a tensão racial nos Estados Unidos, apenas para citar um exemplo. Entretanto, o Brasil vive uma crise ainda muito maior devido as nossas características e, o pior de tudo, extremamente silenciosa. Quando alguém com um alcance maior que as periferias tem a oportunidade de mostrar a sua voz é sempre um convite para a reflexão. Em Delação Premiada, MC Carol faz isso com louvor.

A canção não é um funk, mas, na verdade, um forte hip hop/rap com alguns toques de funk. Dessa maneira, Carol e sua presença marcante e poderosa entrega uma performance muito mais ligadas aos grandes nomes do rap do que uma simples funkeira. Todavia, o grande destaque da canção é sua composição instigante, direta, critica e tristemente verdadeira. Carol cita dois casos de pessoas que foram mortas supostamente por policias: Amarildo e o DG (o dançarino que era do programa Esquenta da Rede Globo). Além disso, a composição critica não apenas a policia, mas o papel da grande mídia em relação aos acontecimentos. Sem fazer apologia a bandidos ou a vida de crimes, Delação Premiada é um retrato bem real sobre a nossa atual sociedade e não há nada mais de preciso do que o seguinte verso da canção:

"Três dias de tortura numa sala cheia de rato
É assim que eles tratam o bandido favelado
Bandido rico e poderoso tem cela separada
Tratamento VIP e delação premiada"


nota: 8

2 de agosto de 2016

Por Um Mundo Melhor 2

Love Make the World Go Round
Jennifer Lopez & Lin-Manuel Miranda

Better Days (feat. Ariana Grande)
Victoria Monét

Hands
Vários Artistas


Depois da canção/homenagem da Christina Aguilera lançada, outros artistas prestaram suas homenagens as vitimas do atentado em Orlando. Começamos com a parceria da Jennifer Lopez e o ator/rapper/escritor Lin-Manuel Miranda.

Love Make the World Go Round é uma inspiradora mistura de pop/R&B com toques de eletrônico e hip hop que aposta na sensação de "feel good" para levar a mensagem positiva sobre o poder do amor. Incrivelmente, a canção funciona bem sem soar clichê devido aos talentos envolvidos, principalmente a química entre os dois artistas. Sabendo como segurar uma canção dançante, J.Lo entrega uma performance sólida e inspiradora, superando a sua voz limitada e mostrando a sua evolução como cantora. Enquanto isso, Lin-Manuel Miranda, em alta devido ao estrondoso sucesso do musical Hamilton, entrega uma performance honesta e cativante que colabora com o resultado final da canção. Com menos destaque que a canção anterior está a homenagem da pouco conhecida Victoria Monét com a participação da Ariana Grande.



Mais conhecida por ter escrito várias canções para Ariana, além de nomes como Nas, Chris Brown, Fifth Harmony, entre outros, Victoria Monet até tenta a sua grande chance como cantora. Em Better Days, a cantora entrega uma delicada canção R&B/pop que tem uma batida envolvente e cadenciada. A letra reflete sobre a situação atual na sociedade americana, não apenas em relação ao atentado, mas também os assassinatos de negros e de policiais devido a crescente tensão social. Apesar dos bons momentos, Better Days não tem uma carga emocional tão forte devido as performances mornas de Victoria e até mesmo de Ariana Grande. Todavia, a intenção é boa e valeu a pena. Outra que valeu a pena é o encontro de dezena de nomes em Hands.



A canção é no melhor estilo "We are The Wolrd", Hands tem a participação de vários nomes importantes do atual cenário da música, indo da Britney Spears até RuPaul, passando pela Jennifer Lopez (novamente) e Mary J. Blide e chegando até Selena Gomez, Troye Sivan e Pink, entre outros. Co-produzido por Mark Ronson, Hands é uma baladona pop que tem como grande ponto as performances de cada um dos envolvidos, com maior destaque ou não. Ouvir tanta gente boa junta em prol de uma quase tão nobre até dá esperança no futuro. Uma pena que a canção não virou um sucesso comercial gigantesco, pois a sua renda é revertida para um fundo para a organização que está ajudando as vitimas do atentado em Orlando. Todavia, tudo feito para um mundo melhor é bem vindo e necessário.

nota
Love Make the World Go Round: 7
Better Days: 6
Hands: 7