31 de maio de 2018

Realmente Familiar

Familiar
Liam Payne & J Balvin

Liam Payne até o presente momento não encontrou a sua sonoridade, deixando ele em um situação complicada de não ter firmado seu caminho após o fim do 1D. E acredito que não vai ser com Familiar que será a canção que irá guiar o caminho daqui para frente, mesmo que seja o seu melhor lançamento até agora.

Aproveitando a onda latina, Familiar é uma decente e bem divertida R&B/ latin pop que lembra bastante não só as músicas atuais, mas, também, a atmosfera de Señorita de Justin Timberlake em um começo de carreira solo assim como Liam. A canção funciona melhor do que esperado devido a sua boa produção, uma batida bem redonda e uma composição legal. Ainda falta, porém, personalidade vocal para Liam Payne mostrar quem é de verdade, pois aqui a sua performance é tão morna que destoa da temperatura da canção. Além disso, J Balvin apenas está aqui para falar alguns versos em espanhol, não acrescentando em nada para Familiar. Acredito que Liam Payne precisa sair do lugar de conforto e explorar novas praias para agregar de verdade na sua quase inexistente sonoridade.
nota: 7

29 de maio de 2018

Entre Tapas e Beijos Na Pista de Dança

If You're Over Me
Years & Years

Uma das vertentes do pop que particularmente mais gosto é aquela que denomino de "para dançar e chorar na balada". O mais novo exemplo desse nicho é a ótima If You're Over Me do Years & Years.

If You're Over Me é sobre aquele relacionamento que está por um fim, mas não acaba porque uma das partes não sabe vai ou se fica, enquanto a outra metade sofre por isso. Honesta, direta e tragicamente verdadeira, a composição de If You're Over Me é um trabalho certeiro e de um refinamento pop cativante que mostra o do pop em lugares que normalmente são deixados para gêneros mais "profundos". Sonoramente, If You're Over Me é completamente diferente do single anterior, a britnish Sanctify. A produção de Steve Mac aposta em um efervescente e luminosa electropop com toques de bubble gum pop que faz um contraponto interessante com a intenção da letra. If You're Over Me é perfeita para aquele momento em que você com o coração quebrado, mas ainda quer dançar na boate como não se houvesse amanhã.
nota: 8

28 de maio de 2018

O Que é Preciso Ás Vezes

Symphony
Josh Groban

Ouvindo tantas músicas completamente diferentes uma da outra e tentando encontrar parâmetros para medir a criatividade de cada, a gente nem sempre lembra que o que é bom é bom e não tem como florear esse simples fato. Esse é o caso de Symphony do Josh Groban.

Um dos poucos artistas que misturam música clássica com música pop a alcançar sucesso comercial no mainstreamJosh Groban mantém intacto a sua sonoridade ao longo dos anos, realizando sempre com elegância e qualidade acima da média. Symphony invoca lindamente essas características de Josh em um trabalho simples e muito eficiente. Uma mistura fina de pop com música clássica e cheia de nuances contemporâneas, Symphony é uma balada romântica com toques bregas, mas que funciona pela qualidade envolvida na produção e a presença marcante e quase sem esforço de Josh Groban que é capaz de nos transporta para um outro mundo ao ouvirmos a sua aveludada e poderosa voz. E olha que aqui não estamos diante da performance mais edificante dele. Symphony é o tipo que me ajuda a lembrar o motivo que eu gosto de música.
nota: 8

27 de maio de 2018

Balanço Certo

Back To You
Selena Gomez

Desde que começou a sua carreira solo, a Selena Gomez vive uma montanha-russa com lançamentos que variam do bom e surpreendente até o ruim mesmo. Felizmente, o novo trabalho dela fica no lado positivo.

Tema da nova temporada da série 13 Reasons Why em que a Selena é produtora, Back To You é uma bonitinha mid-tempo electropop que acerta ao tentar nada muito além do que se propõem a fazer. Uma batida melódica e radiofônica conseguem segurar o interesse pela faixa do começo ao fim, principalmente ao seu final em que fica claro certa influência de country na construção. Sem precisa se esforçar muito vocalmente, Selena encontra um bom equilíbrio para continuar a sua saga para ser a cantora pop mais contida da atualidade. O pacote de Back To You é fechado pela redondinha composição e um bom refrão. Agora seria uma boa a cantora continuar nessa mesma toada para os próximos lançamentos.
nota: 7

Primeira Impressão

F.A.M.E.
Maluma

26 de maio de 2018

Só Deus Sabe

Dinero (feat. DJ Khaled & Cardi B)
Jennifer Lopez

Sinceramente, não sei exatamente dizer o motivo que os últimos singles Jennifer Lopez não estarem fazendo sucesso, principalmente nos mercados hispânicos já que são quase todos em espanhol. O motivo central dessa minha incredibilidade é que enquanto outros artistas com música bem ruinzinhas conseguem emplacar, J.Lo tem seguramente ótimas canções nas mãos e mesmo assim não as coloca no topo. A nova esperança é a aguardada Dinero.

Parceria de Jennifer com o DJ Khaled e a Cardi B, Dinero é uma deliciosa e comercial latin pop misturada com trap music e com toques de gêneros mais tradicionais latinos que cria uma batida perfeita para ser um sucesso comercial, mesmo que demore um pouquinho para quem ouvir entender bem o que está ouvindo. A canção é um trabalho tão interessante que nem a presença irritante de DJ Khaled atrapalha, pois é o momento de Jennifer brilhar alternando a sua faceta cantora com a de "rapper", misturando inglês com espanhol na medida certa para conquistar vários público. Além disso, a presença de Cardi e a sua metralhadora vocal é o toque especial para Dinero se destacar entre a multidão. Bem construída e com um refrão certeiro, Dinero é o perfeito candidato para ser um dos hits do verão americano, mas parece que nem assim J. LO consegue emplacar como está merecendo.
nota: 7,5

24 de maio de 2018

Moça, Tem uma Batida na sua Música!

I'll Be There
Jess Glynne

A britânica Jess Glynne é dona de uma das vozes mais interessantes da atualidade e por isso deveria ter em mãos músicas melhores como é o caso do seu novo single I'll Be There.

O timbre que parece misturar doses da Cher com a Sia com toques delicados de P!nk e Carly Simon da Jess Glynne é sempre uma atração à parte. E em I'll Be There não poderia ser diferente, pois a sua presença é a grande qualidade da canção. Todavia, a produção erra parcialmente ao construir um pop/eletropop até bem intencionado, mas com um arranjo equivocado que tem uma batida ao fundo que repete do começo ao fim e é irritante como poucas coisas esse ano. Repetindo o mesmo estilo de composição de mensagem positiva sobre a vidaI'll Be There ainda não será a música que irá mostrar na totalidade o talento de Jess Glynne. Pena.
nota: 6

23 de maio de 2018

Em Alta e Em Baixa

Para continuar a comemorar os dez anos do blog retomo um especial do blog que é literalmente dos seus primórdios: Em Alta e Em Baixa. Na época, o espaço analisava quem eram os artistas que estavam em destaque naquela semana, sendo positivamente ou/e negativamente. Cliquem no marcador desse post e se divirtam com que acontecia há dez anos e, principalmente, a escrita dessa blogueiro. Nessa repaginada, porém, o Em Alta e Em Baixa irá analisar as canções que foram lançadas em 2008 para decidir se as mesmas envelheceram bem ou não. Porque o grande desafio de uma música de sucesso é resistir o grande senhor da razão: o tempo. Então, peguem os Motorolas V8 e venha sentir um pouco da nostalgia de voltar dez anos no tempo!


22 de maio de 2018

Momento Mariah

I Don't Think About You
Kelly Clarkson

Novamente, a Kelly Clarkson conseguiu fazer uma da suas músicas ganhar destaque depois de uma apresentação. Depois daquele performance história no American Idol em 2016 com Piece By Piece chegou a vez da cantora emplacar no The Voice, onde é jurada, a canção I Don't Think About You.

Longe da importância emocional de Piece by Piece, I Don't Think About You é uma solida e edificante balada pop soul que lembra a sonoridade da Maria Carey durante boa parte dos anos noventa. Bem produzida, a canção repete os maneirismos de uma power balada com sua pomposidade sonora do começo ao fim, mas que felizmente tem a presença marcante de Kelly para segurar cada nota perfeitamente. Na verdade, a cantora mostra toda a sua força e elegância em uma performance realmente poderosa, relembrando para os mais esquecidos o seu imenso talento vocal. Se precisasse da Kelly provar qualquer coisa para alguém de verdade, mas I Don't Think About You tá aí para refrescar a nossa memória.
nota: 7,5

20 de maio de 2018

A Boa Filha a Casa Torna

Fall In Line (feat. Demi Lovato)
Christina Aguilera

Depois de uma inicio meio desastroso, a Christina Aguilera finalmente parece que está de volta aos trilhos artisticamente, encontrando o seu caminho de volta para a casa ao lançar a ótima Fall In Line.

Melhor canção da cantora em oito anos, Fall In Line é uma power balada pop com um arranjo requintado e com uma construção sonora madura, lembrando para o público sobre a capacidade da cantora de carregar grandes baladas. Apesar disso, o single é, na verdade, uma parente/continuação de Can't Hold Us Down, pois ambas são fortes hinos feministas e de empoderamento. Dessa, porém, Fall In Line tem uma pegada mais dramática com uma composição que reflete o atual momento com os movimentos Time's Up e MeToo de fundo para as lutas das mulheres, mesmo com a cantora tendo escrito a canção anos atrás. Muito bem escrita e com um refrão poderoso, Fall In Line se beneficia de verdade é da presença incontestavelmente avassaladora de Aguilera e a boa surpresa de ouvir Demi Lovato segurar a altura com vocais sensacionais. Com Fall In Line, Aguilera comprova que ainda tem muita lenha para queimar. E se a canção não chega a ser o melhor dela, ainda é um trabalho revigorante e espero que todo o álbum seja assim. Amém.
nota: 8

19 de maio de 2018

Especial: Diplo

Esse especial não surgiu por uma vontade minha exatamente e, sim, pela precisão de analisar vários trabalhos de uma vez só. Qual o motivo disso? Hoje iremos falar sobre.....

WOW

Look Back (feat. DRAM)
Diplo

Enquanto não está produzindo algum dos seus vinte projetos paralelos ou não está produzindo um dos seus "migos" ao redor do mundo ou quando não está mostrando a bunda no Instagram, o Diplo parece que tem uma carreira solo lançando grandes músicas como é o caso de Look Back.

Look Back é um musicão em todos os sentidos da palavra, algo que o produtor não entregava já fazia algum tempo. A canção é um poderoso e impactante neo soul com uma batida vigorante, encorpada, classuda e de uma atmosfera impactante. A produção de Diplo é o que falta nos dias de hoje no mainstream pop: adulta. De uma precisão quase cirúrgica nas escolhas criativas, o grande destaque da canção é a presença impressionante do rapper/cantor DRAM em uma performance de tirar o fôlego do começo ao fim. A letra é boa ao falar sobre perdão e olhar para trás, mas não tem aquele momento poético que uma produção como essa merecia. De qualquer forma, Look Back é o tipo de canção que a gente só tem um pensamento: "Wow!!!!!!!".
nota: 8

À Brasileira

Loko (feat. MC Kevinho & Busy Signal)
Tropkillaz & Major Lazer

Admirador do Brasil de longa data desde a genial Bucky Done Gun da M.I.A, Diplo vai entrando na nossa música mainstream da música brasileira. Depois de Anitta e Pablo Vittar, a vez é do MC Kevinho que participa da canção Loko ao lado do Busy Signal e do projeto mais famoso do Duplo, o Major Lazer.

Quando você ouve que fizeram uma música misturando dancehall com funk carioca com toque de pagode, você consegue imaginar isso dando certo? Então, acreditem se quiser, mas Loko funciona melhor que o esperado por dois motivos: primeiro, a boa produção; em segundo, e mais importando, a canção ser torna um verdadeiro prazer culposo. Com a marca do interessante Tropkillaz e o verniz brilhante da sonoridade multicultural do Major Lazer, Loko se torna uma divertida, rápida, despudorada e bem azeitada mistura de mundos que parece algo que nem deveria existir, mas é real e para a minha surpresa "gostável". A presença do carismático MC Kevinho e o cantor jamaicano Busy Signal pode não serem a melhores performances do mundo, mas não tem como negar que dão liga. Se eu fosse analisar mais criteriosamente a composição não seria correto, pois a mesma é qualquer nota. O destaque de Loko, porém, é a sua surpreendente sensação de falta de qualquer pretensão para ser algo mais do que é: um divertidíssimo prazer culposo.
nota: 7 

Na Média Diplo

Stay Open (feat. MØ)
Diplo

Não há dúvida que o Diplo é um cara talentoso e muito criativo, mas de vez em quando o produtor entra no modo automático e entrega exatamente a mesma música seguidamente. Um desses casos é a parceria dele com a cantora MØ que desde o mega sucesso de Lean on estão fazendo a mesma música como é o caso desse lançamento intitulado Stay Open.

Novamente, a canção é uma electropop com toques de dancehall e R&B que tem uma produção clean e redondinha que não sair do lugar, mas também não fica abaixo da média. Com uma batida elegante e bem comercial, Stay Open não tem o brilho necessário para se sobressair entre a multidão. Nem mesmo o talento vocal de MØ que sabe carregar esse tipo de canção e uma composição certinha salvam a canção de não soar como uma comida requentada pelo Diplo que resulta em algo na média apenas.
nota: 6

2 por 1 - LSD

Audio
Genius
LSD

Como se não bastasse os duzentos trabalhos paralelos que está envolvido, o Diplo resolveu fazer mais um projeto ao ser juntar com a Sia e o cantor britânico Labrinth para formar o trio LSD (junção das primeira letras do nomes de cada um). Ainda sem muitas informações sobre álbum ou shows, o trio lançou dois singles Audio e Genius.


Acredito que as duas canções refletem perfeitamente a sensação de ver os três artistas juntos: estranhas, cheias de nuances, divertida, descoladas e, principalmente, muito interessantes. Assim como os Tribalistas, o LSD mistura os três estilos em uma fusão que funciona, mas que para os gringos ainda precisa de lubrificação. Genius, primeiro single deles, mostra bem essas deduções sobre o projeto.

A canção é um electropop com uma batida pomposa e cheia de nuances que ajuda a incrementar o resultado final. Todavia, Genius também soa exagerada em sua construção, parecendo que todas as ideias que a produção teve para a faixa foram colocadas ao final. Felizmente, a canção não cai de qualidade devido a essas ideias serem boas e bem localizadas dentro da canção. Além disso, a presença marcante de Labrinth e da sempre confiável Sia ajuda a dar umas aparadas em algumas pontas soltas. Seguindo o mesmo caminho, mas com um resultado um pouco inferior está Audio com a sua atmosfera que lembra as canções mais pop da Sia. O principal problema aqui é a sua cadencia lenta no que poderia ser uma prima direta de Cheap Thrills, mas acaba um pouco arrastada e sonolenta. Felizmente, a sensação final de ouvir as duas canções é positiva, aumentando a ansiedade para o que está por vir.
notas
Audio: 6,5
Genius: 7

Primeira Impressão - Outros Lançamentos

California
Diplo

18 de maio de 2018

Apenas Pop

Bloom
Troye Sivan


Ainda é surpreendente admitir que até o momento de 2018, os melhores momentos pop do ano vieram dos lançamentos dos novos singles do Troye Sivan. Bloom é a prova cabal dessa constatação.

Bloom é um puro e despretensioso dance pop que não tem medo de exatamente o que o pop é: apenas pop. Parece redundante falar que o pop precisar ser apenas pop, mas, quando vários artistas querem incrementar suas músicas com uma dezena de outras sonoridades para fazer soarem mais importantes do que são de verdade, é um balsamo para os ouvidos alguém querer se apropriar da simplicidade de fazer uma canção que seja algo tão clara e direta como Bloom. Obviamente, a canção não é uma revolução, mas é muito bem produzida, sendo influenciada por uma sonoridade pop chiclete típica dos anos noventa/começo dos anos dois mil. Com uma letra que pode ser classificada como uma sensual história de amadurecimento sexual queerBloom também um exemplo perfeito de quais são as qualidade de uma boa canção pop, significando que é dona de rimas rápidas e inteligentes e um refrão grudento. E isso é o que o melhor de uma canção ser apenas pop, ser apenas pop e nada mais.
nota: 7,5

17 de maio de 2018

2 por 1 - Tinashe

Me So Bad (feat. Ty Dolla $ign & French Montana)
Faded Love (feat. Future)
Tinashe

Dentro do nicho pop/R&B de cantoras que não estão exatamente no topo das paradas gerais, o melhor nome do momento é com certeza a Tinashe. E isso não é de hoje, mas a cantora continua a comprovar o seu talento com o lançamento de mais dois bons singles do seu  álbum Joyride: Me So Bad e Faded Love. Começamos com a primeira.

Lançada recentemente, Me So Bad é uma refregante e carismática mistura de dance pop, R&B, hip hop e pinceladas leves de latin pop. Esse uso de tantas batidas e sonoridades poderia acabar em algo clichê ao extremo ou completamente esquizofrênico. Felizmente, nada disso acontece, pois Me So Bad tem uma produção redondinha e, principalmente, sabe como utilizar a presença de todos envolvidos. Não que a performances de Ty Dolla $ign ou French Montana são algo nunca ouvido, mas funcionam melhor do que esperado, ajudados pela presença luminosa de Tinashe que sabe se colocar no seu papel de principal sem maiores problemas em uma canção lotada. 

Produzida por Stargate, Faded Love parece retornar a sonoridade que a cantora apresentou em seu primeiro álbum, o ótimo Aquarius. Aqui, porém, a canção peca em querer soar pop demais, mas nem por isso é um trabalho ruim. Longe disso, pois Faded Love tem uma batida R&B/pop dançante que fica grudado na nossa cabeça por muito tempo, em especial o refrão. A presença do rapper Future poderia ser melhor, ainda mais que o mesmo é um dos melhores em performances como essa. Felizmente, assim como na canção anterior, Tinashe é a grande estrela da canção, solidificando o seu lugar como uma das melhores divas pop da atualidade. Uma pena que uma parte do público não a descobriu de fato.

notas
Me So Bad: 7,5
Faded Love: 7

Primeira Impressão

Joyride
Tinashe

16 de maio de 2018

Girls Just Wanna to Have Fun

Girls
Rita Ora x Cardi B x Bebe Rexha x Charli XCX

Em época de empoderamento feminino sendo um dos tons da música pop em geral é gratificante ver a união de tantas cantoras em uma música só como em Girls, single da Rita Ora com a presença de a Cardi B, Bebe Rexha e Charli XCX.

Longe de ter o impacto radiofônico de uma Bang BangGirls é um redondinho e simpático pop/eletropop com influência de hip hop que tem como principal qualidade dá atenção necessária para as quatro participantes, mesmo que pareça não explorar totalmente a química entre elas. A batida é leve e refrescante, lembrando muito os trabalhos de Charli XCX ao ser uma sonoridade mais puxada para o indie pop. Bem pensada e bem estruturada, Girls tem a polêmica das criticas que afirmam que a letra ajudar a objetificar a relação entre duas letras e, não, contribui verdadeiramente para o movimento LGBT+. Consigo até entender esse lado, mas, assim como boas canções pop, Girls tem uma letra quase inofensiva demais, despretensiosa e que na minha opinião é até respeitosa ao não ser sexual e, sim, até romântica. E até onde sabemos, as quatro participantes podem ou já se relacionaram com mulheres. Isso não as faria ser parte da comunidade LGBT+? Complicado. De qualquer forma, Girls é uma canção pop eficiente e, no final das contas, isso vale alguma coisa.
nota: 7,5

15 de maio de 2018

Baseado em Fatos Reais

This Is America
Childish Gambino

"Como você pode ser um artista e não refletir os tempos?". Essa é uma das frases mais celebres de uma das maiores artistas de todos os tempos: a lendária Nina Simone. Em um momento da história em que o passado parece continuar a repetir no presente, essa frase nunca foi mais verdadeira e atual. Felizmente, ainda existem artistas que seguem essa quase lei universal como é caso do Childish Gambino ao lançar a espetacular This Is America.

Para quem não se lembra, Childish Gambino é o pseudônimo/alter-ego do ator/diretor/roteirista/produtor/comediante/rapper/cantor/compositor e criador da aclamada série Atlanta Donald Glover. Resumidamente: o cara do momento. Recentemente, durante uma apresentação sua no programa Saturday Night Live, Childish Gambino lançou o single This Is America, quebrando a internet em pouco tempo ao ser o tapa de luva na cara da sociedade que a mesma estava precisando já tem algum tempo. 

Refletindo pesadamente sobre a atual sociedade americana, This Is America é uma obra que já pode ser considerada atemporal. Primeiramente, o cometário social na sua debochada, ácida, inteligente e pontual composição é algo que deixa um gosto amargo na boca, mas assim com um remédio é necessário para a gente refletir profundamente sobre a atual situação da sociedade não só americana, mas, também, de outros países como o nosso Brasil. O melhor, porém, é que as indiretas não são apenas para um ou outro lado, mas, na verdade, This Is America é uma metralhadora para todos os lado sem dó e nem piedade. E a canção nem precisa de intrigadas e complexas construções sintáticas para alcançar tal feito. Em segundo, trabalhada como se fosse uma peça de artesanato musical, This Is America é uma sensacional trap riquíssima com influência de gospel e indie, sendo ornamentada por nuances, texturas e mudanças sonoras que ajuda a criar uma sensação de desordem e tumulto que combina perfeitamente com o genial clipe se transformou em uma parte importante do impacto cultural que This Is America já está alcançando. Forte candidata em vencer os prêmios de música e clipe do ano, This Is America é uma das canções que já podem entrar para a posterioridade imediatamente, ajudando a colocar Donald Glover/Childish Gambino mais perto de se tornar um dos maiores artistas de todos os tempos.
nota: 8,5

14 de maio de 2018

Estranho Bom

Be Careful
Cardi B

Dona de um dos melhores incio de carreira dos últimos tempos, Cardi B parece que também não está disposta a ficar presa em lugares seguros para a construção da sua sonoridade. Isso fica claro no terceiro de Invasion of Privacy, a estranhamente boa Be Careful.

Be Careful tem a batida mais diferente do álbum ao ser uma trap minimalista com toques de R&B e pop que a transformam em algo tão estranhamente interessante que fica difícil a gente não tem como não ter algum sentimento sobre a mesma, gostando ou odiando. Isso não impede de comprovar que a rapper não tem medo de ousar sonoramente, saindo do conforto de batida mais comerciais. Além disso, Cardi entrega uma performance espetacular preenchendo cada batida com o seu incomparável flow, usando uma versão contida e bem low-profile. Sem parecer que é, Be Careful é uma canção sobre empoderamento ao falar sobre se valorizar diante daquele boy embuste. É interessante notar que a canção conseguiu chegar ao top 10 da Billboard, provando o poder de Cardi B sem precisar recorrer a participações especiais. E isso, leitores, mostra que a Cardi B veio para ficar em definitivo.
nota: 7,5

12 de maio de 2018

Desejos de Florence

Hunger
Florence + The Machine

Desde que acompanho a carreira do Florence + The Machine essa é a primeira vez que estou realmente sendo surpreendido pelos lançamentos da banda. Felizmente, a sensação ainda é bastante positiva como mostra o resultado do novo single Hunger.

Comprovando a minha sensação ao resenhar o primeiro singleHunger é uma mudança na sonoridade da banda ao ser um art rock com um arranjo despido de grandes arrombos sonoros, soando completamente orgânica e com uma atmosfera crua e direta em relação as outras canções da banda. Isso pode ser um pouco estranho para fãs mais xiitas do Florence + The Machine, mas quem não se encaixa nesse nicho pode achar um verdadeiro deleite essa sensual e esquia batida que combina perfeitamente com a composição sobre desejos reprimidos e prazeres mundanos. Um dos trabalhos mais acessíveis liricamente da banda, Hunger é um trabalho mais pessoal da banda, deixando claro uma vontade de dar uma cara diferente de tudo o que já ouvimos deles até o momento. Sem perder, porém, o fascínio pelo carisma de elfa translúcida e riponga da personalidade de Welch e o oásis que é ouvir um trabalho do Florence + The Machine. Espero que assim seja todo o próximo álbum, pois qualquer errinho pode ser algo maior que o esperado.
nota: 8

11 de maio de 2018

Uma Quase Volta às Raízes

Babe (feat. Taylor Swift)
Sugarland

Taylor Swift fez a sua transição para o pop de forma tão definitiva que a gente esquece que a cantora é, na verdade, uma cria do country. Então, quando a mesma volta às origens sempre é algo para notar como é o caso da canção Babe da dupla Sugarland.

Babe é uma boa mid-tempo balada country pop que se beneficia dos vocais sempre confiáveis de Jennifer Nettles. É a vocalista que dá personalidade para a canção, pois a composição, escrita pela Taylor, é sem dúvida nenhuma o estilo dessa última impregnado do começo ao fim. Um pouco longa demais, Babe tem uma produção modesta e bem intencionada, resultando em uma canção simpática e bem finalizada. O que não dá para entender é a participação de Taylor na música ao ser uma quase backvocal, cantando versos soltos e quase imperceptíveis aqui e ali. Felizmente, essa quase volta ao country da Taylor é boa sem precisar da cantora aparecer de verdade.
nota: 7

Minhas Regras

Kids in Love (feat. The Night Game)
Kygo

Kids in Love
Maja Francis

Desde que eu criei o blog sempre tive o cuidado em "dar nomes aos bois", isto é, sempre creditar todas as músicas aos seus participantes de fato, sejam eles artistas e/ou compositores ou/e produtores. Pesquiso sempre as informações técnicas para não deixar pontos importantes passarem ou errar alguma coisa em relação a canção resenhada. Então, acredito que em alguns momentos posso tomar certa liberdade para, digamos, mudar as regras para uma música em particular. Esse é caso de Kids in Love do DJ Kygo e explico o por quê a seguir.

Lançada como single do seu álbum de mesmo nome no final do ano passado, Kids in Love é uma comum e quase chata demais EDM com pop rock, devido a participação da banda The Night Game, que parece ter saída de algum b-side de uma banda dos anos oitenta na sua versão remix. Até aí tudo bem, pois seria mais uma na multidão se não fosse pelo fato de conter uma verdadeira pérola escondida. Usada como backvocal para incrementar os vocais, a cantora Maja Francis resolveu lançar a sua versão solo para a canção. Então, Kids in Love é elevada de uma maneira impressionante.

A versão de Maja Francis pega a melodia e a letra apenas para reconstruir em uma eficiente e sensacional dream pop de uma delicadeza emocionante. Bem menos clichê e com uma batida que beira o minimalismo pop, a versão de Kids in Love não poderia ter a mesma força contra a sua original caso não fosse a presença de Maja. Dona de uma das vozes mais únicas que ouvi nos últimos tempos, a cantora é dona de uma timbre agudo e fino, mas que tem uma vibrato e uma presença muito interessantes. É a cantora que dá para a canção a emoção que a letra sobre primeiros amores merece, ajudando a dar mais substância para a canção. Longe de ser genial, a versão de Maja é a que deveria ser considerada a verdadeira versão de Kids in Love. Na verdade, aqui no blog será dessa maneira, pois a de Kygo é, a partir de agora, a "regravação".
notas
Maja Francis: 7,5
Kygo: 5,5


10 de maio de 2018

Lenda

Ashes
Céline Dion

Céline Dion é uma lenda e isso não tem como negar. A canadense chegou a um ponto da carreira que não precisa provar mais nada para ninguém, aproveitando uma solidez na carreira que poucos conseguiram alcançar. Não espere, porém, que a cantora já tenha apagado qualquer fogo que possa ser queimado comercialmente, pois, queridos leitores, Céline ainda é uma força da natureza. E só a mesma poderia ser capaz de ser dar ao luxo de segurar uma canção como Ashes.

Para quem estava debaixo de uma rocha no final de semana é necessário recapitular: Céline lançou o clipe de Ashes que serve como tema do filme Deadpool 2. Todos sabemos que a cantora é uma das rainhas dos temas de filmes, incluindo o seu maior sucesso My Heart Will Go On. Todavia, ouvir Céline cantar uma música para o filme do anti-herói mais zueiro de todos os tempos é algo que não era nada esperado, mas, felizmente, é daí que surgi toda a beleza de Ashes. Querendo zoar, mas sendo uma canção séria e que remete aos trabalhos mais importantes da carreira de Céline, Ashes é uma ótima canção tema para qualquer filme, mas para Deadpool 2 ganha contornos inusitados e geniais. 

Se levando a sério na medida certa, Ashes é uma power pop balada inspiradora e com letra emocionante sobre ter a última esperança em algo, esperando que a mesma renasça mais forte. Simples, mas eficiente, Ashes tem como qualidade a sensação de tentar entender onde a canção se encaixa dentro do filme. É algo estranho e maravilhoso ao mesmo tempo, dando uma áurea que poucas canções temáticas conseguiram alcançar recentemente. Entretanto, a canção não seria a mesma sem a presença magnifica de Céline que, além de entrar na "brincadeira", entrega uma elegante, emocionante e poderosa performance vocal com o selo de qualidade único que vai até o onze. Não duvidem que veremos Céline novamente performando uma canção indicado ao prêmio da Acadêmia na noite de entrega do Oscar em 2019. Seria épico!
nota: 8

8 de maio de 2018

O Que é Isso, Miga?

Accelerate (feat. Ty Dolla $ign & 2 Chainz)
Christina Aguilera

Ouvir o tal aguardado comeback da Christina Aguilera é um misto de emoções: felicidade de ouvir a cantora estar de volta, estranheza em ouvir uma canção tão diferente do que a cantora já fez, tristeza em ouvir que a cantora não deve voltar ao topo dessa vez.

Accelerate, primeiro single do oitavo álbum da cantora Liberation, é uma bagunça que quase deu certo. A intenção de dar para a canção uma sonoridade urbana, quase um hip hop propriamente dito e com arranjo fragmentado e cheio de nuances e texturas é sensacional, principalmente o seu começo que dá marge para algo sensacional. Todavia, a produção que tem incríveis seis nomes, sendo o Kanye West como o principal, deixa escapar a oportunidade de fazer um momento de cair o queixo ao não saber como dar liga nas diversas batidas dentro da música, transformando a canção em um trabalho sem foco e sem nenhum pingo de graça. A canção fosse uma intro dentro do álbum seria até boa, mas como uma canção inteira não funciona em nenhum instancia. Liricamente, Accelerate é outra bomba, pois a fragilidade e pobreza da composição que tenta ser empoderada, mas é apenas um colado de frases de efeito sem muito sentido e com um refrão fraquíssimo. A canção tem um lado bom: os vocais de Aguilera que dá alguma luz para Accelerate. Só que tudo é eclipsado pela presença irritante e constante de Ty Dolla $ign e o verso fraco de 2 Chainz que não acrescentam em nada. Resumidamente, a única coisa que a gente quer saber da Aguilera: o que é isso, miga?
nota: 5,5

6 de maio de 2018

A Nova Onda

Let Me
ZAYN

Nesse quase nicho criado pelos lançamentos de todos os ex-1D nos últimos tempos chegou a hora de um momento importante para os cantores: saber quem irá se consolidar na carreira solo. Ao que parece, o mais empenhado artisticamente é o Zayn, pois o mesmo está construindo o que parece ser uma sonoridade bem sólida como mostra o seu novo single Let Me.

Let Me é uma R&B/pop que conversa diretamente com os outros lançamentos de Zayn na carreira solo, mas assim como Dusk Till Dawn demonstra a evolução do cantor com uma produção amadurecendo aos poucos. Ainda é passos curtos que o cantor vem dando. Isso, porém, não impede de Let Me ter uma atmosfera adulta e com uma sonoridade mais sólida. Outro boa qualidade aqui é poder ouvir Zayn exercitar o seu falsete sem exageros, entregando uma performance acima da média para cantores pop. Todas essas qualidade não impedem que a canção não tenha a mesma força que os outros singles do cantor, ficando mais parecida com um bom filler que um single de verdade. O motivo dessa sensação é a sua batida linear demais e, principalmente, a composição fofa/mediana que culmina em um refrão sem nenhuma graça. Agora é esperar para ver como os outros ex-companheiros de Zayn irão "contra-atacar".
nota: 7

5 de maio de 2018

2 Por 1 - Kacey Musgraves

Space Cowboy
Butterflies
Kacey Musgraves

Enquanto o country masculino vive uma crise criativa já tem algum tempo, aquele feito pelas mulheres continua a sua ótima fase de grandes novas cantoras como é o caso da Kacey Musgraves. Com o lançamento do seu incrível terceiro álbum Golden Hour, a jovem já lançou dois singles de uma vez: Space Cowboy e Butterflies.

Space Cowboy é uma melancólica, nostálgica e linda balada country sobre a hora de dar adeus para alguém que se amou. Sem precisar de uma complicada composição para expressar sentimentos, Kacey manufaturou uma tocante composição em cada palavra é valorizada e enfeitada de delicadas imagens desconcertantemente reais para quem passou por um fim de amor. A produção é outro grande acerto, entregando mais que um country pop acima da média, mas, sim, uma deslumbrante e contida canção atemporal. Menos sofrida e mais tradicional está a romântica Butterflies, falando sobre quando se apaixonou pelo marido. Fofa do começo ao fim, a canção não tem a mesma pegada artística, mas é tão bem feita e tem os doces vocais de Kacey embalando essa pequena pérola country. Acredito que as canções ajudam a provar que Kacey Musgraves é a perfeita tradução do menos é mais.
notas
Space Cowboy: 8
Butterflies: 7,5

3 de maio de 2018

Lições de J.LO

El Anillo
Jennifer Lopez

Sendo fã da Jennifer Lopez desde o começo dos anos dois mil tenho a total autoridade de poder falar que a mesma nunca foi artisticamente revolucionária, mas sempre uma carismática cantora pop com algumas limitações. Entretanto, os anos foram bondosos com J.Lo, amadurecendo-a como um verdadeiro vinho da melhor qualidade. E o que a artista vem mostrando nos últimos tempos é o fruto dessa evolução, dando verdadeiras aulas paras as novatas e algumas experientes. O último ensinamento, porém, parece bem definido para algumas artistas brasileiras, pois El Anillo é uma lição que ninguém poderia esperar.

El Anillo é uma surpreendente e irresistível latin pop com doses cavalares de funk brasileiro. Sim, senhoras e senhores, o mesmo funk que nasceu nos morros cariocas e é um dos principais gêneros contemporâneos no Brasil é o molho delicioso que dá para El Anillo a sua verdadeira alma. A produção acerta em criar uma batida que bebe do funk, principalmente no seu refrão, mas o que dá um upgrade para a canção é o fato dela não ser apenas baseada em uma batida. As nuances e as mudanças de batidas de uma parte para a outra é o ponto nevrálgico para El Anillo ser uma música tão boa, além do fato de ouvirmos J.Lo "cantar" funk. Esse cuidado deveria ser seguido mais de perto por certa cantora brasileira que está tentando fama lá fora, pois a qualidade da canção da americana é exatamente o que falta em toda a carreira da tupiniquim. Com uma das suas melhores performances da carreira, Jennifer Lopez se agiganta como uma cantora pop sem precisar ser a melhor de todas. Letra redondinha e cheia de momentos inteligentes e um clipe de cair o queixo que deveria ser jogado "na cara" de outras artistas são as lições de J.LO.
nota: 8