Madonna
Ao criar esse espaço tinha pensado em usá-lo para resenhar álbuns recentes que, por algum motivo, não foi feito no Primeira Impressão. Entretanto, uma ideia surgiu: por que não fazer de álbuns mais antigos que, se fossem lançados hoje em dia, eu teria resenhado? Só que a escolha dos álbuns será diferente, pois irei dar preferência para aqueles que precisam ser descobertos. Dessa maneira surgiu Antes Tarde do Que Nunca - Grandes Obras Esquecidas. O primeiro deles é o sexto álbum da Madonna, o ótimo Bedtime Stories. Entretanto, qual o motivo de considerar Bedtime Stories um álbum esquecido? São dois: localização e relevância.
Lançado em 1994, Bedtime Stories está localizado na discografia entre dois marcos importantes na carreira da rainha do Pop: o seu antecessor é o polêmico Erotica de 1992 e o sucessor é o aclamadíssimo Ray of Light de 1998. Analisando hoje, Bedtime Stories é um álbum de transição, assim como True Blue de 1986. Normalmente, um álbum que tem esse tipo de característica não consegue resistir ao desgaste do tempo, tornando-se uma obra de menor importância. Apesar das ótimas vendas com cerca de 7 milhões de cópias ao redor do mundo, o álbum está entre aqueles trabalhos da Madonna que não alcançaram ao menos dez milhões. Além disso, apenas duas canções foram realmente bem nas paradas, sendo Take a Bow a de maior sucesso e seguida em menor escala por Secret. Entretanto, não ache que o álbum esteja abaixo de qualquer grande obra da Madonna.
Assim como na maioria dos álbuns da Madonna, Bedtime Stories mostra a cantora em nova faceta. Dessa vez, a rainha do Pop diminui o volume em todos os sentidos. Ao contrário do explosivo e provocante teor de Erotica. Nada realmente explicito ou diretamente desconcertante, pois em Bedtime Stories as composições refletem uma contemplação da cantora em relação ao amor e as suas desventuras. Claro, ainda existe a Madonna "safadinha" aqui e acolá, mas o clima geral do álbum é bem mais delicado, romântico e, muitas vezes, melancólico. Em nenhum momento, porém, isso reflete em qualquer perda de qualidade, pois podemos observar uma espécie de incubação para o que estava por vim em Ray of Light. Mesmo dentro dessa proposta, Madonna teve tempo para mandar o seu recado ao rebater as criticas sobre o seu comportamento nos anos anteriores com a ótima Human Nature em que a cantora "invoca" Express Yourself para dizer "sorry, not sorry" e também para "ousar" ao gravar Bedtime Story de composição da Björk em todo o seu estilo peculiar de escrita. Não é apenas no conteúdo que Madonna ficou mais suava em Bedtime Stories, pois pela primeira vez, e única até agora, a cantora fez um álbum basicamente R&B, mesmo não totalmente longe do pop.
Assim como na maioria dos álbuns da Madonna, Bedtime Stories mostra a cantora em nova faceta. Dessa vez, a rainha do Pop diminui o volume em todos os sentidos. Ao contrário do explosivo e provocante teor de Erotica. Nada realmente explicito ou diretamente desconcertante, pois em Bedtime Stories as composições refletem uma contemplação da cantora em relação ao amor e as suas desventuras. Claro, ainda existe a Madonna "safadinha" aqui e acolá, mas o clima geral do álbum é bem mais delicado, romântico e, muitas vezes, melancólico. Em nenhum momento, porém, isso reflete em qualquer perda de qualidade, pois podemos observar uma espécie de incubação para o que estava por vim em Ray of Light. Mesmo dentro dessa proposta, Madonna teve tempo para mandar o seu recado ao rebater as criticas sobre o seu comportamento nos anos anteriores com a ótima Human Nature em que a cantora "invoca" Express Yourself para dizer "sorry, not sorry" e também para "ousar" ao gravar Bedtime Story de composição da Björk em todo o seu estilo peculiar de escrita. Não é apenas no conteúdo que Madonna ficou mais suava em Bedtime Stories, pois pela primeira vez, e única até agora, a cantora fez um álbum basicamente R&B, mesmo não totalmente longe do pop.
Naquela época, o R&B contemporâneo estava em plena escalada de popularidade e qualidade e Madonna sabia disso. Ao chamar os principais e mais importantes nomes do gênero naquela época como Dallas Austin, Nellee Hooper, Dave Hall e Babyface, Madonna sabia o que estava fazendo e sabia o que queria para Bedtime Stories. Longe de batida mais frenéticas, o álbum é uma viagem suave, melódica, sensual e cadenciada em construções contidas, mas sempre grudentas e deliciosamente sensuais. Não há extravagância em Bedtime Stories, existe refinamento como o toque de veludo sobre a pela. Mesmo sem ser exatamente sexual, o álbum tem uma vibe "álbum para transar" que fica difícil não se deixar levar. Canções como a envolvente Forbidden Love ou e a etérea Sanctuary são o ponto alto dessa sensação. Novamente, Madonna apresenta uma qualidade que eu considero uma das suas melhores: parecer que tem uma "grande" voz. Todos sabemos que Madonna tem uma voz bonita, mas limitada em alcance. Isso, porém, não parece ser um obstáculo para segurar canções que parecem maiores para a sua voz como Love Tried to Welcome Me, I'd Rather Be Your Lover e, a melhor do álbum e uma das melhores da carreira da cantora, Take a Bow. Bedtime Story precisa ser redescoberto urgentemente e ser reconhecido como uma verdadeira pérola musical.
3 comentários:
Lindíssimo! Deveria ter sido trabalhado mais. A Madonna e a equipe/gravadora desenvolveram um péssimo "hábito" de não divulgar mais singles de determinados álbuns, mesmo nos de muito sucesso ("Music", Confessions..."). "Human Nature" é um dos clipes mais incríveis e o mais bem coreografado da carreira dela (não sei pq ainda não em sua conta oficial/VEVO). Na minha opinião "Survival" e "Inside of me" são as mais bonitas, mas a segunda é tão "triste", que muitas vezes eu não consigo ouvir, pois desperta uma sensação agradável, mas ao mesmo tempo, melancólica... realmente TEM q ser descoberto pelas novas gerações.
Amo esse álbum! Acho incrível, sexy, melancólico e atemporal. Alguém divulga essa resenha, pelamordi!
Pode crer!
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