Japanese Breakfast
Nem sempre um álbum precisa ser uma experiência inesquecível para ser um bom álbum. Às vezes, um álbum pode ser simplesmente uma experiência agradável, como é o caso de For Melancholy Brunettes (& Sad Women), da banda Japanese Breakfast.
Quarto álbum da banda liderada pela vocalista Michelle Zauner, o trabalho é uma viagem singela, delicada, terna e adocicada, que explora de maneira madura uma mistura de indie pop/rock/folk, com passagens pelo chamber pop e pelo alt country. O trabalho nunca chega a ser realmente marcante a ponto de se fixar na nossa memória afetiva, mas termina sendo uma ótima companhia para uma tarde morna de primavera, enquanto arrumamos a casa e deixamos o álbum ao fundo como trilha sonora. Está longe de ser, porém, trilha de loja de departamento, devido à qualidade instrumental apresentada em todas as faixas e à atmosfera contemplativa que carrega. É um trabalho menor, que navega em águas calmas, mas guarda pequenos tesouros.
Um dos melhores momentos do álbum fica por conta do single Orlando in Love: “uma contida, inspirada e elegante mistura de indie folk com toques de chamber pop e dream pop, a canção tem uma construção atmosférica impressionante devido ao impecável trabalho instrumental, que a torna marcante, mas mantém a doçura da sua delicada melodia. Orlando In Love tem uma composição tão simples que, se não fosse escrita com inteligência, poderia facilmente não ter nenhuma força emocional, mas, felizmente, aliada à inspirada performance da vocalista Michelle Zauner, o resultado é um acalanto para os ouvidos cansados.”
Logo em seguida, surge outro grande momento com a presença de Honey Water, que se distingue das demais faixas devido à sua inspirada e substancial instrumentalização, transformando-a em um forte e sofisticado indie rock. Por fim, o outro destaque do álbum fica para a delicada e melancólica Leda, inspirada em uma conversa por telefone da vocalista com o pai, depois de anos sem se falarem. For Melancholy Brunettes (& Sad Women), da banda Japanese Breakfast, é um trabalho que não necessariamente pede para ser ouvido, mas merece ser ouvido em algum momento.


Nenhum comentário:
Postar um comentário