15 de novembro de 2011

Primeira Impressão

Ceremonials
Florence + The Machine


Grandioso. Talvez essa seja a única definição mais apropriada que eu posso dar para o álbum Ceremonials da banda Florence + The Machine. Não consigo não pensar em mais nada ao ouvir o álbum a não ser em uma avalanche destruindo tudo por onde passa. Um furacão causando destruição. E o mais significativo, uma onda gigante em direção as dezenas de praias. Ceremonials é um álbum apocalíptico, mas ao mesmo tempo traz uma sensação de renascimento. Uma mistura de sentimentos pesados e difíceis que alimenta a alma da maneira mais angustiante possível em busca de renovação.

Ceremonials não é um álbum para todos. Quem está preso ao pop de Britney, GaGa, Katy e CIA não vai gostar do CD. Vai achar chato. Sem graça. Pena, pois perto um álbum genial. Camadas e mais camadas são estruturadas pela banda e pelo produtor (quase) exclusivo Paul Epworth. Depois de trabalhar com Adele no hit Rolling In the Deep  no álbum 21, o produtor tinha um trabalho ainda mais complicado e denso ao tentar dar som ao "delírios" da banda. E isso ele consegue de maneira esmagadora. Cada uma das faixas (doze na versão normal, mais três da versão deluxe onde apenas uma ele não é o produtor) é um ensinamento de como produzir obras de arte em forma de músicas. Um trabalho transcendental de puro lirismo em cada uma das poderosas melodias criadas. Refinado, poderoso, arrebatador. Em cada música se percebe um cuidado mais do que especial, quase um nascimento de uma pintura barroca da mais geniais possíveis. Contudo, o nome do álbum é da Florence Welch. É ela que guia essa viagem mágica seja pela autoria das composições ou pelos vocais. De uma profundidade abissal em cada uma das faixas, Florence segue um caminho oposto ao da colega Adele. Enquanto a dona de 21 discorre sobre o amor, Ceremonials faz uma jornada sinuosa sobre a alma humana e principalmente sobre os medos que a atingem. A morte representada pela "água" é a mais poderosa entre elas, mas também há espaço para a solidão, angústia, desilusão, medo do desconhecido e o amor em algumas das suas variantes. Tudo isso emoldurado por uma musicalidade que vai sou soul, rock, indie e variações do pop. Indo além do genial tem os vocais de Florence. Uma atuação de outro mundo. Algo entre o céu e o que há depois deles: o infinito. Florence se coloca como a interprete mais original e poderosa dessa geração. Ainda mais como o trabalho fantástico de back vocal em todo o álbum, Ceremonials se tornar um álbum para entrar na história. Claro, eu poderia apenas dizer ouça o álbum por completo, mas preciso fazer algumas notas mais especificas em relação a ele: os grandes momentos estão na trindade de Shake It Out (resenha a seguir), What the Water Gave Me e Never Let Me Go e na versão deluxe tem a genial, Bedroom Hymns. E a que menos me agradou, mesmo sendo ótima, é Breaking Down que destoa no avaliação final. Enfim, Ceremonials é "O" álbum. E sem mais.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ual vc praticamente descreveu como eu me sinto ao ouvir esse album grandioso !!!
Adoro suas resenhas e adoro e seu blog.

Poderia ter o faixa a faixa do Lungs. Vlw Jota