Ciara
Ciara
Redenção. Essa é a melhor palavra para definir a sensação que o quarto álbum da cantora Ciara fica após ser ouvido em sua totalidade. A cantora, que estourou com o álbum Goodies em 2004, era apontada como uma das maiores promessas do R&B e que aos poucos foi perdendo o brilho com lançamentos de álbuns cada vez menos inspirados e singles cada vez com menos impacto nas paradas. Depois do fiasco que foi o seu último CD (Basic Instinct de 2010), Ciara saiu da sua antiga gravadora (Jive Records) e foi para a Epic. Com a premissa de voltar a suas origens sonoras, Ciara voltou a trabalhar com seu antigo mentor L.A Reid e antigos colaboradores como Rodney Jerkins e Jasper Cameron. Contudo, ela não parou por aí já que foi agregada uma gama bem grande de novos produtores e com eles a antiga sonoridade dela foi remodelada e modernizada criando uma nova Ciara, mas com aquela áurea de grande promessa que tinha no começo da carreira entregando um álbum excepcional.
Ciara (nada mais justo que ser um CD homônimo) é o casamento perfeito da simples receita de uma produção caprichada com uma artista talentosa. Vou começar a tirar da frente o único comentário negativo que posso fazer em relação ao álbum: Ciara não tem aquela voz poderosa ou com recursos como várias contemporâneas e por algumas vezes falta "substância" em suas performances. Então é aqui que começa o trabalho primoroso da produção ao saber como utilizar e retirar o melhor da voz da Ciara construindo faixas que se encaixam muito bem com seu tom. E ela se aproveita disso e se deixa levar sem se preocupar em tentar soar diferente do que é realmente é. Um trunfo para o álbum que não para por aí. Se não chegam a ser as maiores obras poéticas as composições feitas para Ciara são os mais deliciosos deleites que se pode esperar de um álbum que mistura feminismo com sexualidade sem ficar vulgar ou ativista demais. Tudo bem interpretado por Ciara que achou o equilíbrio perfeito entre a cantora sexy e a mulher poderosa. O grande ponto alto do álbum é sem dúvida nenhuma a construção da sonoridade: como disse antes, Ciara voltou ao passado para resgatar aquela mistura de R&B, crunk, pop e hip hop e atualizá-la de uma maneira sensacional. Com uma coesão estupenda entre os vários produtores, o CD reconstrói a sonoridade de Ciara modernizando as influências, envernizando velhos sons e adicionando algumas novas e sensacionais camadas de novos sons que apenas agregam qualidade para o álbum. No fim estamos diante de um perfeito e contagiante álbum R&B/pop já começa com a sensacional I'm Out (resenha a seguir) que além de ser a melhor do álbum é a melhor canção da carreira da Ciara, uma das melhores do ano até agora e uma das participações mais inspiradas da Nicki Minaj. Só que o álbum continua em alta com outras pérolas como as sexies e com cadência hip hop Sophomore e Super Turnt Up e as divertidas e seguindo um caminho mais pop Livin' It Up (novamente com a a Nicki) e Overdose. Claro, o álbum deve ser apreciado como um todo. Por fim, seja muito bem vinda de volta Ciara ao lugar artístico que você sempre mereceu pena que o grande público não vai dar o valor que se deve.
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