Sia
Um dos nomes mais badalados dos últimos tempos é a cantora/compositora australiana Sia Furler, mais conhecida apenas como Sia. Dona de uma carreira longa com seis álbuns já lançados, Sia ganhou notoriedade mundialmente quando a sua parceria com o DJ David Guetta se transformou no hit Titanium. As parcerias continuaram com outros artistas resultando em outros sucessos comerciais. Além de participar como featuring, ela também se firmou como a compositora das estrelas tendo a sua assinatura em músicas para Beyoncé, Jessie J, Katy Perry, Britney Spears, Rihanna, Céline Dion e, até mesmo, Eminem, entre outros. Com um trabalho tão representativo e digno de vários elogios, não é de se estranhar que seu primeiro álbum depois de estourar cause grande expectativa. 1000 Forms Of Fear será lançado no próximo dia 8 é o melhor representante do velho ditado "casa de ferreiro, espeto de pau".
Infelizmente, apesar de Sia entregar um álbum bom, o resultado final é completamente irregular indo do sensacional ao mediano de uma faixa para a outra. Começa pela própria Sia e a produção vocal escolhida em 1000 Forms Of Fear. Dona de uma voz poderosa e com uma personalidade única e estranhamente interessante, a cantora tenta demais mostrar a suas distintas habilidades vocais em performances exageradas e cheias de maneirismos que vez de trabalhar a favor das canções fazem o trabalho oposto ao deixar as canções menos atrativas. O resultado final não é um desastre total, pois, em alguns momentos, Sia consegue encontrar o equilíbrio perfeito e, assim, podemos ouvir tudo que a voz dela pode entregar em atuações sensacionais. Não há como questionar que Sia como compositora é uma força da natureza que consegue dá para o pop uma alma incandescente com uma expressão linguística perfeita e tocante. Todavia, em 1000 Forms Of Fear não encontramos um conjunto da obra arrasador como era esperado. Há, sim, momentos arrasadores que mostra como é possível elevar o pop para outro patamar. No mais, Sia e seus colaboradores mostram trabalhos na média e um pouco acima dela. O maior problema, talvez, seja a produção do álbum: 1000 Forms Of Fear é um trabalho pop misturado como pop indie, eletrônico e dance que tenta buscar um caminho longe do atual cenário pop, mas que falha por não ser original o suficiente. Essa falha na produção deixa o trabalho com um "gosto" de gelatina sem sabor na boca, ou seja, a textura está lá, mas falta o sabor de verdade. O grande momento do álbum é, sem dúvida nenhuma, a linda balada Big Girls Cry em que podemos ter a sensação de estar ouvindo o potencial máximo da Sia. O single Chandelier se torna melhor depois de algumas ouvidas, Eye Of The Needle é uma boa balada, enquanto Straight for the Knife tem um toque melancólico interessante e Fire Meet Gasoline empolga com uma pegada tradicional. Mesmo com uma estrategia de não mostrar o rosto em suas aparições em público, Sia já disse para o que veio faz tempo. Pena que 1000 Forms Of Fear fica devendo. Quem sabe na próxima?
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