Blood
Lianne La Havas
Em quarenta minutos, a cantora inglesa Lianne La Havas faz de Blood, o seu segundo álbum, um dos trabalhos mais simpáticos, delicados e sensíveis de 2015.
Mudando o rumo da sua sonoridade em comparação ao lançamento de seu debut álbum Is Your Love Big Enough? de 2012 que tinha uma pegada folk indie/soul,
Lianne La Havas mostra em Blood o seu lado neo-soul transitando entre o R&B, o jazz, o reaggae e até mesmo o doo-wop. A mudança não causa nenhuma estranheza, pois a produção aliada ao carisma de Lianne conseguem fazer essa transição de uma maneira tranquila, muito bem equilibrada e, o mais importante, entregando um trabalho de rara riqueza sonora sem precisar de grandes "loucuras" sonoras. Blood é uma pequena pérola fonográfica que baseia-se em uma sutileza rara de instrumentalizações simples e edificantes. Assim com o suave toque de veludo sob a pela, Blood consegue ser tocante sem precisar entrar nas camadas mais profundas da nossa alma. É para sentir na pele e deixar se levar pela sensação por algum tempo. Essa característica é observada nas composições em Blood: falando sobre temas como amor e relações amorosas conflituosas, o trabalho poderia soar pesado com letras densas e dramáticas. Diferentemente do que poderia se esperar, Blood é uma coleção de leves e tocantes crônicas que conseguem realizar a sua função de capturar o público sem grandes problemas. Para amarrar o álbum de forma perfeita está a presença refinada de Lianne conduzindo o álbum de maneira primorosa ao entregar performances inspiradas e com uma atmosfera delicada. As melhores faixas do trabalho ficam por conta do single What You Don't Do, da linda
Tokyo,
Wonderful e sua vibe minimalista, o old-school de
Midnight e a interessante
Grow.
Embora demore um pouco para engrenar e ter a presença da estranha e dispensável Never Get Enough que tem uma produção que fuje do ritmo do álbum
, Blood merece ganhar a sua atenção.
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