21 de dezembro de 2011

Nascida Para Brilhar

Born To Die
Lana Del Rey

Quando um novo artista surge se cria uma expectativa de como ele ou ela vai se comportar para manter sua carreira. Normalmente, a vida segue o curso natural e com o passar do tempo podemos notar como o esse curso vai seguir. Se o artista vai sumir do mapa, se vai continuar por mais algum tempo ou se vai se consolidar. Porém, alguns conseguem passar a impressão desde o primeiro minuto que nos deparamos com seus trabalhos. Pode ser até um brilho fugaz, mas é tão forte e arrebatador que acreditamos que ele poderá durar para sempre. E assim que eu me sinto com a Lana Del Rey. Depois da estréia no mundo mainstream com a arrebatadora Video Games, ela lançou o primeiro single oficial do álbum Born To Die. A escolhida foi a homônima Born To Die.

Assim como na canção anterior, Lana prepara uma viagem doce e amarga para quem escuta Born To Die. O single é uma pequena jornada entre os sentidos mais contraditórios que podemos possuir. O titulo já descreve um pouco: nascida para morrer. Essa atmosfera alternativa bate de frente com a alma pop que Lana carrega. Mas não uma alma de Britney e CIA. Uma alma mais puxada para Billie Holiday e Edith Piaf. Uma mistura do mundo pop com as lendas de almas turvas e poderosas de outras épocas. É um pop refinado, adulto e com atmosfera sombria. Uma produção que invoca uma outra época da música se transmite do complexo e belo arranjo. Sexy, sensual e sexual. Todo isso cabe na voz de Lana. O veludo que ela guarda nas cordas vocais é de uma força quase transcendental. E a interpretação que ela dá para a composição magistral de Born To Die falando sobre o amor e sua transitoriedade é avassaladora. Como eu disse, esse brilho pode enganar. Porém, eu estou rezando para que não. E com Adele e a Florence Walsh, Lana Del Rey possa ser uma das responsáveis para mudar o mundo pop. (2012)
nota: 9

Nenhum comentário: