Girl Who Got Away
Dido
O quarto álbum da carreira da inglesa Dido vai ser daqueles que vai dividir opiniões de maneira drástica: uma parte da critica e do público vai odiar e uma parcela (provavelmente pequena) vai defender de maneira categórica a sua qualidade. Nessa segunda categoria eu vou me relacionar com Girl Who Got Away que classifico com um trabalho primoroso.
O álbum traz a certeza que mesmo o mundo mude várias e várias vezes sempre teremos pessoas capazes de extrair a beleza dele de maneira mais simples e pura possível. Uma dessas pessoas é a Dido. Aquela cantora que fez o mundo se apaixonar por ela na linda Thank You de 1999 ainda consegue tirar emoções verdadeiras em composições despidas de complexidade e vestidas dos sentimentos mais primários e verdadeiros que podemos ter. Ao lado do irmão e parceiro de longa data Rollo Armstrong e vários outros nomes conhecidos, Dido construí uma coleção de canções que falam sobre amor e a vida com habilidade de nunca percorrer caminhos sentimentalóides e ao mesmo tempo conversar com o público de frente abrindo seu coração. Aquela voz doce, meiga e confortante da inglesa está de volta de maneira primorosa que faz qualquer canção uma obra que só ela poderia cantar. Algo tão pessoal que conseguimos entrar no mundo da cantora sem nem percebemos que estamos lá. Sua sonoridade continua quase a mesma: pop adulto da melhor qualidade com produções competentes. Contudo, Girl Who Got Away tem uma pegada diferente com a introdução de melodias com forte influência da música eletronica. Não pense que temos uma Dido fazendo "batidão" com se fosse "amiga" do David Guetta. As influências aqui são outras como o tipo de música eletrônica com estilo "ambiente". O casamento do som dela com esse eletrônico é perfeita resultando em uma sonoridade ideal para o álbum que não carrega nas texturas sabendo dosar e criando arranjos cativantes e deliciosos. O álbum já abre com a sensacional No Freedom (resenha a seguir) seguida pela linda Girl Who Got Away que dá nome ao álbum. A melhor fica por conta de Sitting On The Roof Of The World, uma honesta visão sobre o sucesso. Há também a acachapantemente melancólica Happy New Year, a forte Day Before We Went To War, End Of Night sobre dar a volta por cima depois do fim do amor e a até participação do rapper Kendrick Lamar funciona muito bem na sensacional Let Us Move On. Então, digam o que quiserem, pois esse blog vai defender até o fim Girl Who Got Away e as decisões da Dido. E tenho dito.
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