Bangerz
Miley Cyrus
Quem diria que o nome mais fala do ano vai ser a Miley Cyrus. Desde que começou a estratégia para a mudança de imagem de adolescente para mulher feita, coisa tão batida como chão de estábulo, a ex-Hannha Montanna vem chamando tanta atenção para si e suas atitudes e polêmicas que aparecem a todo o momento que muito estão esquecendo-se do principal: sua música. Sinceramente, não estou nem aí para o que ela deixa de fazer ou não. Se ela quiser balançar aquela bundinha branca sofrida na cara do Obama é problema dela. O que eu questiono é que a evolução apresentada musicalmente para essa nova Miley não faz nenhum sentido. De um contido e certinho Can't Be Tamed de 2010 para um "ousado" e "modernoso" Bangerz não há nenhuma linha de raciocino que comprove essa evolução. Então, mesmo que seja uma evolução verdadeira, tudo parece ser jogado aqui apenas para condizer com a nova fase de Miley. Só que tudo não passe de um grande barco furado em que vemos uma cantora tentar ser bem mais que é e quase entregado uma bomba em forma de CD.
Bangerz é um desastre de trem menos feio que eu imaginava devo confessar, mas ainda com resultados bem feios. O principal problema aqui é a escolha de deixar nas mãos do produtor Mike WiLL Made It a maior parte das produções do álbum sendo que das dezesseis faixas, incluído a versão deluxe, oito são dele. Sendo assim quem dá a cara para o álbum é ele, mas nesse quesito ele erra completamente. Essa mistura de R&B como pop e southern hip hop não dá liga em nenhum momento. A tentativa de dá para Miley uma atmosfera mais "durona" e menos comercial apenas aumenta a sensação de forçação de barra. Ainda mais que o resultado é compilado de faixas sem graças, repetitivas e cansativas. O ponto mais baixo disso é na horrível Drive que deve ser a pior canção (não single) que eu já ouvi desde que o blog começou. Quando a produção muda, temos resultados mais decentes. Quando Pharrell Williams assume temos boas ideias resultando em canções quase boas como 4X4 com o rapper Nelly e na legalzinha #Getitright. Só que tudo é apenas quando falamos da produção, pois isso não pode ser dito de Miley como cantora. O trabalho vocal dela é simplesmente ruim. Não esperava grandes surpresas, mas um pouco mais de qualidade era esperado. Só que ao invés disso temos Miley tentando mudar a forma como canta para se encaixar nas produções feitas resultando em uma mistura pífia de Rihanna versão gangstar com a Rihanna versão R&B com o tom da Miley. Isso é bem mostrado na ruinzinha Do My Thang e na boba SMS (Bangerz), onde Britney Spears faz uma participação tão avulsa que a gente fica pensando "Britoca deve ter feito para pagar o leite das crianças", pois não tem outra explicação. Fechando tudo colocando a pá de terra final estão as composições que variam de "olha como sou fodona andando com os rappers negões, fazendo o twerk e mandando um foda-se para quem me odeia" como em We Can't Stop e na ok Love, Money, Party e "levei um pé na bunda, mas vou cantar isso de maneira fodona andando com os rappers negões, fazendo o twerk e mandando um foda-se para quem me odeia" com nas péssimas FU com French Montana e My Darlin com o cantor/rapper Future, onde eles tem a "brilhante" ideia de usar sample de Stand By Me. Um horror. Para saber realmente qual a qualidade de Bangerz sem precisar ouvi-lo inteiro é preciso só saber que a melhor faixa é o single Wrecking Ball (resenha a seguir). Verdadeiro ou não, a nova face de Miley é que eu chamo de "tiro no pé". Ela pode até demorar para sentir a dor, mas quando vier...
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