23 de março de 2014

Primeira Impressão

A Perfect Contradiction
Paloma Faith


Tentar reproduzir uma sonoridade que ficou marcada em um período do tempo é sempre uma missão arriscada. Quando o resultado é bom, temos obras como Back to Black da Amy Winehouse. Quando o resultado fica aquém do esperado, temos obras como o novo álbum da Paloma Faith, o apenas legal A Perfect Contradiction.

A Perfect Contradiction não é exatamente ruim, longe disso, pois o terceiro álbum da carreira da inglesa consegue ficar um pouco acima da média. Porém, Paloma tentou capturar e transmitir em apenas quarenta minutos toda a era de ouro da soul music sem saber se homenageia ou reinventa o estilo. Isso faz com que o trabalho não fale para o que veio sendo apenas uma coleção com altos e baixos de canções que poderia ser bem melhores. E nem é por falta de gente talentosa por trás, pois o álbum conta com nomes do primeiro escalão do soul/R&B como Pharrell Williams, Raphael Saadiq, Plan B, entre outros. Infelizmente, esse conjunto de nomes tão talentosos não conseguem dar uma coesão sonoro ou muito menos uma cara própria para o CD recheado de músicas até bem produzidas, mas que pecam pela falta de criatividade. Em compensação, Paloma encarna muito bem a diva soul usando de maneira primorosa todas as qualidade que a sua peculiar voz tem à oferecer sem abusar demais. Ela poderia brilhar muito mais se tivesse um material mais poderoso nas mãos, mas mesmo assim a cantora se muito bem. As composições, em sua maioria, falam sobre desilusões amorosas e são trabalhos que variam entres momentos bons e outros momentos  apenas na média. Entre os principais destaques do álbum estão as faixas Take Me e sua letra bem "safadinha", Only Love Can Hurt Like This e sua inspiração em canções da The Supremes, Taste My Own Tears que usa sample de A Change Is Gonna Come e a boa balada Love Only Leaves You Lonely. Mesmo com um resultado abaixo do esperado, A Perfect Contradiction mostra um pouco da capacidade de Paloma que apenas precisa de uma melhor produção para que possamos ver toda a sua glória. (Uma coisa que posso classificar com excelente é a capa do álbum. Uma verdadeira obra de arte)

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