Ludmilla
Muitos falam que a música brasileira atual está decadente. Pelo contrário, a música brasileira continua em plena forma revelando bons nomes. O que está em decadência artística é o mainstream que é invadido por uma horda de artistas de uma qualidade inegavelmente esdrúxula que enfia nas cabeças de uma grande parte da população músicas que mais parecem terem sido feitas de um dos castigos de Satã. Porém, de vez em quando, surge algo que se sobressai aos demais devido a um simples fator: divertimento puro. Esse é o caso da cantora de funk pop Ludmilla que lançou recentemente Hoje, seu primeiro álbum que é surpreendentemente divertido e despretensioso.
Não há como não comparar a jovem carioca com a Anitta, pois foi com o sucesso da última que Ludmilla deve as portas abertas e começou a ser reconhecida nacionalmente. As dua fazem um funk pop mais puxando para esse segundo bem comercial e sem nada de novo para acrescentar no estilo, porém Ludmilla mostra em Hoje um trabalho bem mais redondinho e melhor trabalho em comparação aos trabalhos da dona do Show das Poderosas. Enquanto o primeiro trabalho de Anitta é uma coleção de canções para dar um álbum, o trabalho de Ludmilla é bem estruturado e com produções melhores. Não espera algo sensacional ou revolucionário, mas a produção é certeira em traduzir esse funk pop de uma maneira direta, limpa e muito viciante. As quatorze faixas do CD passam rapidinho deixando uma sensação de "prazer culposo" para quem ouve, mas que fica impossível de não dançar e cantar com as letras que mandam dezenas de frases de efeito sensacionais a cada novo refrão. Também não espere letras sofisticadas feitas para pensar, pois você vai quebrar a cara com os temas superficiais sobre "recalque das inimigas" e "papos retos" com homens. Uma qualidade em Ludmilla é o fato de suas letras exaltarem o "girl power" que vem da sua influência musical Beyoncé (tanto que a cantora começou a carreira se chamando MC Beyoncé). Mesmo com algumas partes irregulares no meio do álbum, Hoje começa e termina de maneira sensacional com canções realmente poderosas como é o caso de Sem Querer, Garota Recalcada, Morrer de Viver e Poder da Preta. Contudo, os dois melhores momentos ficam por conta do single Hoje (resenha a seguir) e a genial Fala Mal de Mim. Sejamos sinceros: em tempos de vacas magras como o que passa o mainstream da música no Brasil, Ludmilla é praticamente a nova Beyoncé. Ok, exageros à parte, ao menos a cantora se mostrou a verdadeira poderosa por aqui sambando na cara das inimigas.
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