7 de setembro de 2014

Primeira Impressão

V
Maroon 5





Para quem acompanha o blog há algum tempo sabe das minhas criticas para os últimos trabalhos do Maroon 5, em especial, para o bem mediano Overexposed. Devo admitir que essas criticas me deixam um pouco "triste", pois, sempre gostei do Maroon 5, principalmente por causa dos dois primeiros álbuns da banda. Por isso, quando foi anunciado o novo trabalho deles, intitulado V (pronuncia-se "Five"), abriu-se as possibilidades para que a banda erre novamente ou que volte a acertar. Depois de ouvir o álbum a minha sentença final é mais positiva do que negativa. O motivo principal tem nome e sobrenome: Adam Levine.

Se não bastasse estar no posto de vocalista, Adam Levine consegui, nos últimos cinco anos, um status perante o grande público bem maior que a própria banda devido aos seus projetos extras, em especial, ser jurado do The Voice. Claro, ser considerado um dos homens mais bonitos/gotosos do mundo não atrapalha em nada. Então, quando se fala em Maroon 5 já se associa ao Adam sem pestanejar um segundo. Devido a isso, qualquer critica negativa ou positiva parece recair apenas sobre o cantor e muitos esquecem que o fato de que a banda não é apenas constituída de apenas uma pessoa. Porém, dessa vez, a "culpa" vai cair diretamente sobre Adam, pois, é vindo dele, a melhor qualidade de V: os vocais. Mesmo ainda repetindo velhos problemas como, por exemplo, em várias vezes soar parecido com o Sting e o uso exagerado dos falsetes, Adam entrega a sua melhor performance vocal com um todo. Não é exatamente genial e em algumas faixas não estão no mesmo nível que outras, porém, felizmente, Adam está sensacional na grande maioria do tempo mostrando paixão, sensibilidade e, a melhor, sensualidade. Em performances poderosas, Adam mostra o quanto evoluiu nos últimos anos sabendo usar as suas melhores qualidades para dar substância para as canções. O melhor exemplo disso é a ótima balada pop rock Unkiss Me que conta com uma das melhores atuações de Adam. Além disso, a faixa é a melhor de todo o álbum. Dito tudo isso, vamos para as criticas não tão boas.

V repete a mesma sonoridade que os dois últimos trabalhos da banda: pop rock comercial bem feito, mas completamente "esquecível". Com uma seleção de produtores conceituados no mainstream como Benny Blanco, Ammo, Ryan Tedde, Stargate, entre outros, o Maroon 5 faz o dever de casa em entregar um trabalho de sonoridade redonda, coesa e feita para agradar o seu público em cheio ajudando nas vendas. Porém, em nenhum momento as faixas são complementadas com qualquer toque de ousadia transformando a sonoridade da banda em algo chapado e quase insosso. As canções de V não têm aquele fator de "querer ouvir de novo" quando se termina de escutar pela primeira vez. Há uma tentativa de emoldurar uma sonoridade dos anos '80, mas, infelizmente, não é explorado mais profundamente ficando apenas um gostinho. As composições seguem o mesmo caminho: tecnicamente boas em que os refrões funcionam perfeitamente para a proposta de se tornarem hits, mas não apresentam nada mais que apenas uma coleção de letras sem muita criatividade e personalidade mais pungente. Além de Unkiss Me, outros momentos de destaque são a deliciosa Sugar (a que mais se destaque a influência dos anos '80), a bonitinha romântica Leaving California e o ótimo cover de Sex and Candy da banda Marcy Playground. Para o Maroon 5, o quinto álbum deles mostra que, mesmo não estando no seu melhor, eles ainda tem muito lenha para queimar e o combustível vem do Adam Levine.

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