Parte 1
Parte 2
Parte 3
10.Chapter One
Ella Henderson
"Uma das principais características que fazem a jovem de apenas dezoito anos um diamante valioso é o fato de ela ser uma compositora de "mão cheia". Em tempos em que grandes estrelas do pop apenas catam os seus sucessos, Ella compôs dezessete das dezenove faixas do seu álbum (sendo que uma é regravação). Claro, a cantora recebeu a colaboração de vários parceiros para tanto, mas, na maioria dos trabalhos, essa colaboração apenas veio para sofisticar as suas letras. Então, por causa disso, Chapter One ganha um ar de trabalho mais autoral em que podemos perceber a doce, romântica e delicada personalidade da cantora sem perder, no entanto, uma força emocional verdadeira que mostra a maturidade impressionante para uma jovem com tão pouco idade. Não há grandes reflexões sobre a vida e o amor, mas, sem dúvidas, há sinceras e tocantes considerações sobre os assuntos. Todo bem envernizado com toques de "pop" para deixaram as letras perfeitas para o mainstream pop, ou seja, para serem também produtos vendáveis.
Chapter One conta com nomes de destaque do pop inglês (TMS, Al Shux, Steve Mac, Salaam Remi) e, também, mundial como é o caso de Ryan Tedder e Babyface. Apesar desse grande número, o álbum não é um emaranhado descontrolado em que estilos batem cabeça e não conversam entre si, mas, na verdade, o álbum define bem a sonoridade pop contemporâneo inglês e dá uma personalidade madura e refinada para Ella. As faixas vão surgindo de maneira balanceada e fluem perfeitamente ajudadas por arranjos bem feitos. Todavia, não espere grandes arrombos de criatividade no que se diz a respeito a quebra de expectativas. Espere, então, trabalhos certinhos, mas excepcionalmente bem feitos que valorizam ainda mais o talento que tem para mostrar, pois, além do talento para compor, Ella é uma cantora sensacional. E não poderia ser muito diferente já que ela entrou em uma competição de canto, mas Ella se destaca pela solidez da sua voz, o tom diferente sendo um pouco fanho e ao mesmo tempo encantador e doce, o controle e a boa versatilidade em transitar pelos estilos."
9.Platinum
Miranda Lambert
"Para entender melhor sobre do que o que fala Platinum é necessário compreender o trabalho como se fosse uma conversa entre mulheres sobres mulheres e para mulheres. Porém, não espere um sentimentalismo barato e clichê sobre os problemas femininos como faz Taylor e suas insossas monografias sobre relacionamentos que não deram certo, mas espere faixas com uma inteligência desconcertante, uma ironia refinada, uma acidez deliciosa e uma elegância sincera. Miranda discorre sobre amor, traição, cirurgias plásticas, divórcio e, claro, poder feminino como se fosse uma das personagens de Sex and The City versão "caipira" fazendo de Platinum não apenas um álbum feminista, mas feminino sem parecer hipócrita ou contraditório. Com personalidade própria, pois das 16 faixas, Miranda co-escreveu oito delas, Platinum é um belo panfleto sobre o que pensam as mulheres (inteligentes) nos dias de hoje.
Infelizmente, a produção do álbum só vai empolgar de verdade já na sua metade. Não que as primeiras sete faixas não sejam boas, pelo contrário, elas são trabalhos bem acima da média em que podemos ouvir como o country pode soar mais pop sem perder a sua essência como na linda Girls e na divertida Priscilla, mas é quando Miranda ganha o verniz mais country de raiz que o trabalho alça o seu grande vôo. Unindo a "língua" afiada da cantora com o estilo mais tradicional,Platinum ganha um interessante e genial viés ao caminhar pelo lado "antigo" com o lado "moderno" mostrando que não é preciso revolucionar para estar atualizado. Com a sua sonoridade mais do que solidificada, Miranda passei nas canções com sua voz delicada, mas que guarda grande surpresas devida a sua versatilidade e poder em vários momentos. Os melhores momentos do álbum ficam por conta da sensacional Old Shit sobre a nostalgia dos velhos tempos, as hilárias All That's Left sobre um divórcio e Gravity Is a Bitch sobre o quanto duro é ser mulher, o dueto poderoso com Carrie Underwood em Somethin' Bad e a linda Holding On to You em que vemos uma lado mais romântico da cantora. E dessa maneira, Miranda Lambert reivindica o seu posto mais do que merecido de Rainha do Country moderno. Posto esse que deve ficar por muitos anos."
8.Freedom
Rebecca Ferguson
"Não espere um álbum que tenta vender Rebecca como uma cantora pop construída para disputar posições nas paradas inglesas ou internacionais. Espere ouvir Rebecca fazendo o que nasceu para fazer: cantar soul music. Em Freedom ela faz isso com louvor ao entregar performances sólidas, poderosas e com toda aquela emoção que o estilo necessita. Mais que apenas boas performances, Rebecca e seu belíssimo tom (uma mistura de Macy Gray com uma versão mais delicada da Tracy Chapman) conseguem construir e delimitar a sua personalidade artística entregando interpretações emocionantes e de intensidades perfeitas para cada música mostrando toda a sua força e ao mesmo tempo sabendo controlá-la. Um trabalho primoroso assim como a ótima produção dada. Contando com a presença de vários produtores pouco conhecidos desse lado do Atlântico Freedom é construído com os dois pés ficados no soul, mas dando um toque moderno misturando influências distintas como o do pop e do R&B contemporâneo. Porém, o excelente trabalho na criação de uma sólida, refinada e deliciosa. Não há nenhum momento fraco durante todo o álbum que consegue manter a qualidade artística e técnica com arranjos excepcionais. Como o nome Freendom pode indicar o álbum é essencialmente sobre liberdade, ou melhor, é sobre libertação. Aquele tipo de libertação que você sente quando deixa para trás pessoas e sentimentos que nos fizeram mal. Um trabalho tocante, cativante e sincero que consegue chegar em qualquer coração sem precisar desbancar para o sentimentalismo barato. Dentre todas as ótimas faixas há dois momentos de destaques: o dueto com John Legend na linda Bridges e a avassaladora Freedom."
7.X
Ed Sheeran
"X funciona espetacularmente em todos os níveis possíveis. Começa pelo fato de que o CD é deliciosamente despretensioso. Ed é um jovem de 23 anos que está à procura de um caminho em sua vida pessoa e devido a isso encontra no caminho obstáculos, comete erros e, as vezes, acerta. Mais do que isso: Ed quer apenas viver sua vida. Encontrar um sentido na sua existência. Como eu, você e todo mundo. Essa humanidade é perceptível em cada composição que compõem X dando ao trabalho uma atmosfera tão tocável e identificável. São as memórias, as vivências, as observações de Ed sobre a vida. Com uma preferência para os assuntos do coração, mas sem esquecer outras facetas e também utilizando em alguns momentos pitadas do humor e a ironia típica britânica, Ed demonstra uma habilidade para narrar as coisas banais com uma doçura única, mas sem perder o foco e cair em lugares comuns. Na verdade, Ed com ajuda de alguns parceiros interessantes se faz um expert em contar de maneira o que é de comum na vida de uma pessoa. Como um verdadeiro cantor/compositor, Ed domina suas canções com perfeição. Porém, nada pode preparar quem ouve todo o álbum para a impressionante presença e versatilidade que ele mostra aqui.
Dono de um tom delicado e suave como seda, o cantor não se apega a isso para fazer as suas performances. Ed mostra uma capacidade impressionante no que tange se adaptar em diversos estilos para melhor interpretada cada canção de X.Ele se coloca na figura de cantor de pop estilo "Michael Jackson" com a mesma facilidade que tem para se modular na figura de cantor indie pop mostrando uma fragilidade emocionante. Então, Ed vira um rapper com um estilo divertido e afiado para depois carregar brilhantemente uma power balada pop sem nenhum momento perder as qualidades de sua voz. Finalmente, mas não menos importantes, as escolhas de Ed para a produção do álbum são acertada no momento que ele decidiu abrir o leque de possibilidades com a adição de novos nomes como Pharrell Williams, Rick Rubin, Jeff Bhasker e Emile Haynie dando para a sua sonoridade um colorido mais vibrante e bem mais substância do que apenas trabalhar com Jake Gosling (produtor do anterior +), mas que também aqui tem seu nome credito em algumas músicas. Não que essas mudanças mudaram o estilo pop indie com base de violão e influências de R&B, folk e rock que Ed mostrou anteriormente, mas com a ajuda deles a sonoridade ficou mais refinada e intensa. O resultado final é um álbum inspirado e bastante coeso que ajuda a mostrar claramente quem é Ed Sheeran. Entre vários momentos marcantes em X é necessário destacar que o melhor momento é a emocionante Photograph, uma balada capaz de tirar lágrimas verdadeiras. Não menos sensacionais estão One, o single Sing, as com uma orientação mais voltada para o rap The Man e Take It Back, Thinking Out Loud que lembra muito as canções de John Mayer e, por fim, a bonita Afire Love."
6.Aquarius
Tinashe
"Aquarius é o melhor álbum da Janet Jackson que não tem a cantora como a irmã do Rei do Pop como a artista principal. Essa afirmação tem como base a sonoridade elaborada por Tinashe e a equipe de produtores para o trabalho: R&B contemporâneo que agrega estilos de pop e hip hop para estruturar uma cadencia bem marcada na cadencia, contida na rotação e extremamente sexy. Porém, invés de soar literalmente como algo que a Janet fez nos anos noventa como nos álbuns janet. e The Velvet Rope, Aquarius consegue atualizar essa sonoridade de maneira criativa, modernizando sem perder a verne do estilo e, surpreendentemente, dando para a cantora sua própria personalidade. O resultado disso se reflete em uma coleção primorosa de canções que se casam uma com as outras perfeitamente dando mais do que coesão para o álbum, mas sensação de solidez de que o álbum foi pensado como um todo e não apenas em torno de uma ou outra música lançada como single. Até mesmo as "interludes" (outra influência de Janet) funcionam, pois são complementos das músicas que as sucedem. Assim como Janet, Tinashe não possui uma voz com uma potencia grande, mas compensa pela inteligência em saber postar a voz utilizando as suas melhores qualidades em performances que exalam carisma e sensualidade. Apostando em uma pegada sensual/romântica, mas sem nunca cair no vulgar, as composições de Aquariustransitam entre o muito bom até o ótimo o que apenas sela de maneira espetacular a sucessão de acertos do álbum. Entre as faixas se faz necessário destacar duas em especial: How Many Times ao lado do rapper Future que contem sample de uma música (adivinha?) Janet Jackson e a sensacional All Hands On Deck que dão conta de sintetizar todo o espirito e qualidade de Aquarius."
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