Shawn Mendes
Para analisar um álbum com total assertividade é necessário que o critico mude o seu ponto de visão de álbum para álbum, pois não há como julgar um CD de pop chiclete com os mesmo critérios que um álbum de heavy metal. Não só o gênero e o estilo que devem ser levado em conta, mas, principalmente, para qual o público se destina e como é construído esse álbum em relação a essa característica. Sendo assim, existem álbuns que se tornam grandes surpresas agradáveis após uma analise adequada do seu conteúdo.
Shawn Mendes é nova sensação do pop teen depois de sido descoberto ao publicar videos em que faziam covers de grandes sucessos. Com apenas 16 anos, o canadense conseguiu um contrato com uma grande gravadora e, aproveitando o sucesso conseguido na internet, lançou o seu primeiro single Life of the Party que alcançou um surpreendente bom desempenho, especialmente nas vendas digitais. O sucesso surpresa aconteceu novamente no lançamento do debut álbum Handwritten: 119 mil cópias vendidas na primeira semana e um primeiro lugar na parada. Porém, a surpresa não para por aí, pois Handwritten é, dentro das suas características, um álbum realmente muito bom.
Tenha-se em mente de que Handwritten é, além de ser um álbum de jovem de 16 anos, destinado ao um especifico público: adolescentes com os hormônios a flor da pele e pouco discernimento de qualidade. Dito isso, o álbum de Shawn ergue-se bem acima dos seus concorrentes para entregar um trabalho divertidamente simples, deliciosamente juvenil e sem nenhum medo de ser feito para o público que quer atingir. Shawn Mendes é cantor um pouco limitado e, em vários momentos, parece uma versão do Justin Bieber, mas, ajudado pela produção, o cantor segue uma trilha bem mais interessante e com um futuro promissor. Acredito que com o tempo e a maturidade ele deve alcançar uma evolução natural e transformar seus vocais frágeis em uma voz sólida, apesar de que em Handwritten o cantor entrega boas atuações em todas as faixas. Com colocado antes, Shawn Mendes pode até ser comparado com o compatriota por vários motivos, mas, como fica clara no álbum, a sonoridade dele é uma cruza do OneRepublic com o Ed Sheeran. Da banda, Shawn mostra canções com arranjos pomposos e uma cadência bem forte. Do cantor inglês, Shawn mostra canções mais tranquilas e com base em violão/guitarra. Todas, porém, muito bem envernizadas com uma tinta "pop teen" e radiofônica. O resultado é um trabalho refinado dentro do que se propõe fazer, mesmo faltando toneladas de personalidade. O ponto fraco fica por conta das composições: mesmo com várias canções sendo escritas por Shawn e serem trabalhos tecnicamente bem elaborados, a falta de profundidade e o açúcar em excesso faz com que as letras se tornem repetitivas e, claro, cafonas. E nem adiante olhar com os olhos do público alvo, pois a realidade bate com força: não precisa ser tão infantil e "fantasioso" para falar com os jovens (ou será que precisa?). Passando esse problema, Handwritten e um álbum redondinho com faixas viciantes como, a já citada, Life of the Party, Stitches, I Don't Even Know Your Name, Strings, Crazy, A Little Too Much, Bring It Back e The Weight. Claro, a experiência será realmente aproveitadora se você ver de outra forma o trabalho e deixar de lado pre-conceitos antigos.
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