Erykah Badu
Considerada um dos nomes chaves para revolução que aconteceu no soul music/R&B nos meados dos anos noventa e começo dos anos dois mil, Erykah Badu pode se dar ao luxo de ser uma artista, digamos, excêntrica. Tão excêntrica que pode ser considerado normal o lançamento do seu mixtape But You Caint Use My Phone. Não que seja algo extraordinário um artista lançar um mixtape, mas o conteúdo desse trabalho é: But You Caint Use My Phone fala, basicamente, sobre as novas relações pessoais em tempos de "iphones" e "smartphones", usando como base samples do sucesso Hotline Bling.
Presas nessa configuração, as faixas de But You Caint Use My Phone discutem sobre como a impessoalidade do uso dos meios de comunicação afetam as relações humanas. Uma discussão muito adequada para o momento que vivemos, mas que cansa ao final do trabalho devido a sua repetição. Dito isso, Erykah realiza um trabalho primoroso em cada canção, dando a cada sua peculiar visão sobre o assunto e, até mesmo, aprofundando Hotline Bling em uma inspirada reconstrução em Cel U Lar Device. A produção da mixtape ficou por conta de Badu e do produtor Zach Witness que foi convidado após a cantora ter ouvido um remix dele para uma de suas músicas. A ousadia em revestir a cantora em uma sonoridade que mistura R&B, trap music e eletrônica é fantástica mostrando o quanto é louvável ver um artista não ficar acomodado buscando algo novo sempre. Felizmente, Erykah Badu é um desses tipos de artistas que não tem medo do novo. Porém, But You Caint Use My Phone não parece ter um compromisso em aprofundar essa sonoridade criada, pois o trabalho soa mais como diversão para a cantora. Mesmo assim, fica impossível não notar faixas como U Don’t Have to Call, Medley: What’s Yo Phone Number / Telephone (Ghost of Screw Mix) e, a melhor da mixtape, Dial’Afreaq e não pensar o que a cantora pode fazer em um trabalho mais "sério".
Um comentário:
não vai ter Queen of Peace e Delilah da Florence ? :/
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