Enya
Existem alguns artistas que alcançaram um nível próprio de fama que não precisam "competir" com o meros mortais dentro do mainstream para a atenção do público, pois eles conseguiram abocanhar um nicho perante ao público que é apenas seu. Esse é o caso da cantora irlandesa Enya.
Enya ficou conhecida mundialmente no final dos anos oitenta e, principalmente, durante os anos noventa com a sua estética inusitada: a fusão de música céltica com new wave. Devido a isso, a cantora construiu uma sonoridade tão única e inovadora que foi capaz de atravessar a fronteira para dentro do mainstream e conseguiu, não só ser sucesso imenso de vendas, mas atrair uma legião grande de fãs. Entretanto, Enya também conquistou a antipatia de muitos, pois as suas músicas podem ser consideradas como enfadonhas, bregas e, principalmente, repetitivas. Quem nunca ficou ouvindo essa música em uma espera telefônica? Gostando ou não, o fato é que a Enya voltou de hiato de sete anos e lançou o bom Dark Sky Island.
A primeira coisa que se deve informada é que Enya não faz nada de novo em Dark Sky Island. Então, quem ama vai continuar amando e quem odeia vai continuar odiando. A cantora trabalha novamente com o casal Roma Ryan (letra) e Nicky Ryan (produção), contabilizando o oitavo álbum com a mesma parceria (basicamente toda a carreira solo dela). Então, a sonoridade em Dark Sky Island já está mais do que consolidada: Enya é o simbolo máximo desse tipo de música. Dark Sky Island é, então, um trabalho extremamente coeso do começo ao fim mostrando toda a personalidade da cantora. Gostar do estilo é pessoal já que essa mistura de música céltica e new wave com adição de folk e alguma coisa de música eletrônica sempre em uma cadencia melódica e pomposa não é um atrativo exatamente popularesco, Entretanto, não há como negar que a qualidade técnica em Dark Sky Island é impressionante com instrumentalizações magníficas. Ainda mais ao saber que basicamente todos os instrumentos foram tocados pela própria Enya, além de ser dela todas as vozes ouvidas no álbum, fazendo assim o álbum ter apenas três pessoas por trás da sua feitura. Até mesmo nas canções não tão boas assim como é o caso de Astra Et Luna (cantada em latim) e na somente instrumental The Loxian Gate.
Dark Sky Island também é ajudado pelas boas e poéticas composições de Roma que, não dá somente dá o tom de épico/filosófico, mas são letras lidamente escritas. Metáforas relacionado ao movimento das água e dos dias são os enfoques do trabalho ajudando a criar uma atmosfera de continuidade e mutação. Esse é o caso das belas The Humming..., So I Could Find My Way e Diamonds on the Water. Enya com a sua maneira peculiar de cantar consegue entregar uma performance geral muito boa, mesmo que soe no final como repetitiva. O grande momento do álbum fica por conta da faixa I Could Never Say Goodbye que parece tema para algum filme medieval. Dark Sky Island não é um álbum para atrair novos fãs, mas dar um "presente" para aqueles conquistados ao longo dos anos. Essa meta é alcançada com sucesso.
Um comentário:
Enya é vida! Ela e Bjork sao para mim artistas completas!
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