Luiza Possi
Apesar de ter uma carreira longa com seis álbuns lançados, a Luiza Possi ainda não conseguiu encontrar de fato o seu lugar no cenário musical do país. E não será o álbum L P que vai ajudar nessa missão.
Filha da também cantora Zizi Possi, Luiza é bonita, talentosa, simpática e carismática, mas não tem um foco definido para a sua sonoridade. Prova disso é que ao chegar ao seu sexto álbum, a cantora muda de sonoridade novamente. E para piorar: a qualidade de L P é bem questionável. A ideia de construir uma espécie de MPB pop é interessante, mas, infelizmente, o resultado final é tipo "pombo". Nem bom, nem ruim. Nem moderno, nem datado. Nem excitante, nem broxante. Nem ousado, nem careta. Nem memorável, nem descartável demais. A única coisa que é certa é a oportunidade perdida para a carreira de Luiza de se tornar artisticamente relvante de vez. A tentativa aqui parece que foi buscar no minimalismo de batidas pop a base para as canções, mas que não encontram um suporte realmente eficiente nas bases criadas para cada faixa, parecido com o que a Selena Gomez fez em seu último álbum. Um caso dessa falta de base é a canção Como Eu Quero, clássico da Marina Lima, que poderia ser bem melhor aproveitada, mas que termina em uma canção linear e um pouco arrastada. Felizmente, devido aos predicados já explicitados anteriormente, Luiza consegue carregar cada faixa com graça e eficiência, dando personalidade de verdade para as canções. Pena que a cantora não tenha em mãos composições tão medianas como se ouve em L P, tirando a da canção já citada. Até mesmo as outras duas regravações são de canções medianas: O Meu Amor Mora no Rio do Kid Abelha e Insight do Jaloo. Na legal Me Beija existe uma atmosfera que seria bem mais interessante para a Luiza seguir com uma batida mais pomposa e com toques de eletrônico, caso queira continuar com esse caminho. A torcida fica para a cantora se encontrar de vez, pois ela é um caso que a gente torce apenas por ela ser quem é.
Um comentário:
Amo demais a Luiza, uma das minhas cantoras nacionais favoritas, mas não consigo defender LP. Não curti. Têm bons momentos, mas não o suficiente para ser considerado um bom álbum, especialmente depois de sua obra prima: Sobre o Amor e o Tempo (2014), um disco delicioso e genial. Torço muito por ela, mas, como disse, não será com LP que terá sua popularidade.
Ps: Como Eu Quero é um clássico do Kid Abelha, não dá Marina Lima.
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