Beyoncé
Beyoncé chegou em um momento da carreira que não importa mais o que irão pensar sobre o que a mesma lançar, seja o público ou seja parte do público. Consagrada e com um público fiel, a cantora pode se dar ao luxo de lançar projetos que reflitam a sua personalidade ou/e a sua procura pela sua sonoridade. Resumindo: Queen Bey está meio que se lixando para vendas e quer fazer o que realmente gosta. E em 2019 foi o ano que melhor deixou claro esse momento da vida da artista com dois projetos completamente diferentes e com resultados distintos entre si, mas que guardam a mesma essência: a genialidade da cantora. Mesmo não procurando provar nada mais para ninguém, Beyoncé ainda foi capaz de entregar uma obra que sem nenhuma dúvida deve entrar para um seleto hall que só tem espaço para as melhores obras de todos os tempos. Obviamente, o álbum que estou me referindo é HOMECOMING: THE LIVE ALBUM, o álbum registro da sua histórica apresentação no Coachella em 2018. Para quem está vivendo em uma caverna ou debaixo de uma rocha nos últimos tempos faço uma rápida recapitulação sobre o que foi apresentação registrado no álbum.
Nos dias 14 e 21 de Abril de 2018, Beyoncé se transformou na primeira mulher negra a ser a atração principal de um dos principais festivais de música dos Estados Unidos. As performances também marcaram a sua volta aos palcos depois do nascimento dos gêmeos. Obviamente, as apresentações foram cercadas por uma expectativa altíssima, mas o público, até os mais otimistas, não estavam esperando pela espetáculo histórico que foi apresentado. Não apenas a parte técnica que incluiu um simples, mas genial cenário, figurinos marcantes, uma banda/orquestra completa, um time espetacular de dançarinos e, claro, Beyoncé no seu ápice como performance é o motivo de ter feito as apresentações históricas e, também, as mensagens "ocultas" em cada detalhe, em cada escolha visual e/ou sonora e em cada decisão artística. Primeiramente, Beyoncé decidiu, novamente, escolher uma equipe de músicos e dançarinos apenas formadas por negros, sendo que todos estavam vestidos em alusão as fanfaras e bandas de universidades voltadas para o público negro. Além disso, a cantora também evidenciou o feminismo negro ao chamar a sua irmã e as colegas de Destiny's Child (Kelly e Michelle) para cantarem ao seu lado. Outro ponto importe foi a escolha de entoar logo no começo e entre duas canções suas que tem forte apelo de empoderamento a canção Lift Every Voice and Sing, considerado com um hino da população negra. Unindo-se em um caldeirão com ótimas músicas e uma atmosfera de grande acontecimento, Beyoncé entregou uma das melhores apresentações de todos os tempos, colocando-a definitivamente como uma verdadeira lenda. Todavia, tudo isso é elevando para outro parâmetro no momento que a mesma decidiu lançar o registro do show com um documentário dos bastidores na Netflix acompanhado por um álbum com o registro das canções executadas no show. E nesse segundo que recaí o maior peso pela elevação do status da apresentação.
Nos dias 14 e 21 de Abril de 2018, Beyoncé se transformou na primeira mulher negra a ser a atração principal de um dos principais festivais de música dos Estados Unidos. As performances também marcaram a sua volta aos palcos depois do nascimento dos gêmeos. Obviamente, as apresentações foram cercadas por uma expectativa altíssima, mas o público, até os mais otimistas, não estavam esperando pela espetáculo histórico que foi apresentado. Não apenas a parte técnica que incluiu um simples, mas genial cenário, figurinos marcantes, uma banda/orquestra completa, um time espetacular de dançarinos e, claro, Beyoncé no seu ápice como performance é o motivo de ter feito as apresentações históricas e, também, as mensagens "ocultas" em cada detalhe, em cada escolha visual e/ou sonora e em cada decisão artística. Primeiramente, Beyoncé decidiu, novamente, escolher uma equipe de músicos e dançarinos apenas formadas por negros, sendo que todos estavam vestidos em alusão as fanfaras e bandas de universidades voltadas para o público negro. Além disso, a cantora também evidenciou o feminismo negro ao chamar a sua irmã e as colegas de Destiny's Child (Kelly e Michelle) para cantarem ao seu lado. Outro ponto importe foi a escolha de entoar logo no começo e entre duas canções suas que tem forte apelo de empoderamento a canção Lift Every Voice and Sing, considerado com um hino da população negra. Unindo-se em um caldeirão com ótimas músicas e uma atmosfera de grande acontecimento, Beyoncé entregou uma das melhores apresentações de todos os tempos, colocando-a definitivamente como uma verdadeira lenda. Todavia, tudo isso é elevando para outro parâmetro no momento que a mesma decidiu lançar o registro do show com um documentário dos bastidores na Netflix acompanhado por um álbum com o registro das canções executadas no show. E nesse segundo que recaí o maior peso pela elevação do status da apresentação.
Ao escrever essa resenha tentei lembrar quais álbuns ao vivo que tinha na memória sendo marcantes para a cultura pop e, ao mesmo tempo, elogiados pela critica de alguma forma. Buscando nos meus conhecimentos de mundo lembrei apenas de três sem procurar no Google: o MTV Unplugged do Nirvana, Judy at Carnegie Hall que fez a Judy Garland a primeira mulher a vencer o Grammy de Álbum do Ano e, curiosamente, o Quatro Estações de Sandy & Júnior. Obviamente, existem vários outros nomes que poderia estar aqui, mas, como dito, precisaria fazer uma pesquisa sobre outros exemplos que poderia ser incluso aqui. Isso acontece porque álbuns ao vivo são, normalmente, trabalhos secundários feitos apenas como uma forma de registrar algum show/turnê importante e tendo como principalmente público os fãs mais fieis. Sem grandes peças publicitárias de divulgação, trabalhos assim são quase como páginas em brancos nas trajetórias de muitos artistas. Entretanto, de tempos em tempos, um artista quebra o molde para entregar algo que tenha de alguma forma uma importância não apenas para a sua carreira, mas, sim, para história da música. HOMECOMING: THE LIVE ALBUM consegue quebrar em pedacinhos esse estigma que um álbum ao vivo não tem importância ao conseguir passar exatamente a mesma força que foi apresentação durante o show. E mais: o álbum é consagração de toda a sonoridade da cantora até o momento.
Com quase duras horas de duração, HOMECOMING: THE LIVE ALBUM revisita de forma justa, coerente, enxuta e bem construída todas as eras da cantora, dando espaço para os novos e velhos sucessos da cantora e, também, para as canções menos conhecidas da carreira. Isso é algo que para quem conhece o trabalho da mesma já notou que é recorrente em suas apresentações. O grande diferencial aqui é a forma magistral e, sem nenhuma dúvida, que chega as raias da genialidade de como o show foi montado do começo ao fim. Baseando em uma estrutura já consagrada em seus shows, a cantora e a sua equipe injeta com doses cavalares nuances, texturas, batidas, samples, quebras de expectativas, mudanças de cadência e outros artifícios para transformar as canções em novas obras que, mantendo a base original, se elevam sonoramente para outros níveis. Estamos diante das canções que já conhecemos da Beyoncé, mas, ao mesmo tempo, o público é brindado com uma nova coleção de canções que ganham vida com a força multiplica. Essa característica é a base principal da primeira metade do show, pois a segunda realiza um trabalho artisticamente diferente em relação das canções e como são executadas. E é por causa dessa primeira parte que o trabalho realmente ganha o seu espaço como um dos melhores álbuns ao vivo da história.
Irei apenas pegas as primeiras canções do álbum show. Depois de uma intro apoteótica e já tradicional apresentação de Crazy in Love que ganha uma instrumentalização completamente diferente de todas as outras em outras apresentações, HOMECOMING: THE LIVE ALBUM apresenta, sem qualquer tipo de pausa sonora, engata três canções que já mostram o poder a apresentação: começa com o seu hino de liberdade Freedom, continua para a já citada Lift Every Voice and Sing em uma quebra inesperada e tocante de expectativa para finalizar com a explosão de empoderamento em Formation em uma versão parecida com a ouvida no clipe. Além da execução avassaladora de cada canção, o trio que na realidade pode ser encarada com sendo apenas uma canção dá o tom política/social que a cantora pretende de forma impecável, contundente e, simultaneamente, com altas dose de entretenimento. E isso é algo que apenas uma artista do nível da Beyoncé é capaz de alcançar sem parecer forçada ou sem errar o tom para mais ou menos. A primeira parte continua com a mesma pegada, exaltando o empoderamento feminino, a sua posição como mulher negra e, claro, a sua própria trajetória. Tudo isso é meio que colocado em Sorry, o seu poderoso e sem remorso hino sobre fim de relacionamento, que é incrementado por versos de Me, Myself and I e Kitty Kat. Se ato-referenciar poderia mostrar apenas certa petulância da parte da cantora, mas aqui tudo parece se encaixar ao demostrar o quanto rica é a discografia da cantora que se pode dar o direito de realizar tamanha façanha. Com uma mensagem bem menos politizada, a segunda parte continua a mostra toda a qualidade de HOMECOMING: THE LIVE ALBUM ao focar na reverência sobre a carreira da cantora e, principalmente, continuar o trabalho excepcional de instrumentalização.
O famoso medley com as canções dos tempos da Destiny's Child com participação da Kelly e Michelle, a escolha de sucessos meios esquecidos como Baby Boy, Check On It e Countdown e a apresentação de canções menos conhecidas do seu repertório para o grande como Don't Hurt Yourself, Get Me Bodied e I Care estão lá para mostrar a versatilidade, riqueza e grandiosidade da discografia da cantora. Sem nenhum grande furo na escolha, a segunda parte é mais rápida, eletrizante e de uma pegada mais abrangente para o público que não necessariamente precisa saber qual a música que está sendo tocada para se envolver com as apresentações. Isso não seria possível se a parte técnica e instrumental do show não tivesse não estivesse em estado de graça. A aposta em colocar uma orquestra completa dá para cada segundo de todas as apresentações um organicidade incrível ao dar vida para as canções mais trabalhadas em questão de produção. É como se mostrasse que não importa qual a canção que a cantora apresente, todas foram construídas de forma genuinamente em trabalhos com alma, coração e emoção, passando longe da alcunha de apenas serem canções "pop". Vocalmente, Beyoncé prova mais uma vez porque é uma das maiores vocalistas da sua geração, mas para aqueles que não acreditam é só ouvirem as performances de Love On Top já no final do show e, principalmente, a sensacional versão de I Care para ter realmente uma noção da capacidade vocal da cantora. HOMECOMING: THE LIVE ALBUM é como um laço dourado que vem para corar definitivamente a carreira da cantora sem necessariamente a mesma precisasse de tal consagração. E, mesmo assim, isso ajuda a mesma a ter a liberdade de lançar projetos cada vez mais pessoais como é caso de The Lion King: The Gift que ficará para uma próxima resenha.
Irei apenas pegas as primeiras canções do álbum show. Depois de uma intro apoteótica e já tradicional apresentação de Crazy in Love que ganha uma instrumentalização completamente diferente de todas as outras em outras apresentações, HOMECOMING: THE LIVE ALBUM apresenta, sem qualquer tipo de pausa sonora, engata três canções que já mostram o poder a apresentação: começa com o seu hino de liberdade Freedom, continua para a já citada Lift Every Voice and Sing em uma quebra inesperada e tocante de expectativa para finalizar com a explosão de empoderamento em Formation em uma versão parecida com a ouvida no clipe. Além da execução avassaladora de cada canção, o trio que na realidade pode ser encarada com sendo apenas uma canção dá o tom política/social que a cantora pretende de forma impecável, contundente e, simultaneamente, com altas dose de entretenimento. E isso é algo que apenas uma artista do nível da Beyoncé é capaz de alcançar sem parecer forçada ou sem errar o tom para mais ou menos. A primeira parte continua com a mesma pegada, exaltando o empoderamento feminino, a sua posição como mulher negra e, claro, a sua própria trajetória. Tudo isso é meio que colocado em Sorry, o seu poderoso e sem remorso hino sobre fim de relacionamento, que é incrementado por versos de Me, Myself and I e Kitty Kat. Se ato-referenciar poderia mostrar apenas certa petulância da parte da cantora, mas aqui tudo parece se encaixar ao demostrar o quanto rica é a discografia da cantora que se pode dar o direito de realizar tamanha façanha. Com uma mensagem bem menos politizada, a segunda parte continua a mostra toda a qualidade de HOMECOMING: THE LIVE ALBUM ao focar na reverência sobre a carreira da cantora e, principalmente, continuar o trabalho excepcional de instrumentalização.
O famoso medley com as canções dos tempos da Destiny's Child com participação da Kelly e Michelle, a escolha de sucessos meios esquecidos como Baby Boy, Check On It e Countdown e a apresentação de canções menos conhecidas do seu repertório para o grande como Don't Hurt Yourself, Get Me Bodied e I Care estão lá para mostrar a versatilidade, riqueza e grandiosidade da discografia da cantora. Sem nenhum grande furo na escolha, a segunda parte é mais rápida, eletrizante e de uma pegada mais abrangente para o público que não necessariamente precisa saber qual a música que está sendo tocada para se envolver com as apresentações. Isso não seria possível se a parte técnica e instrumental do show não tivesse não estivesse em estado de graça. A aposta em colocar uma orquestra completa dá para cada segundo de todas as apresentações um organicidade incrível ao dar vida para as canções mais trabalhadas em questão de produção. É como se mostrasse que não importa qual a canção que a cantora apresente, todas foram construídas de forma genuinamente em trabalhos com alma, coração e emoção, passando longe da alcunha de apenas serem canções "pop". Vocalmente, Beyoncé prova mais uma vez porque é uma das maiores vocalistas da sua geração, mas para aqueles que não acreditam é só ouvirem as performances de Love On Top já no final do show e, principalmente, a sensacional versão de I Care para ter realmente uma noção da capacidade vocal da cantora. HOMECOMING: THE LIVE ALBUM é como um laço dourado que vem para corar definitivamente a carreira da cantora sem necessariamente a mesma precisasse de tal consagração. E, mesmo assim, isso ajuda a mesma a ter a liberdade de lançar projetos cada vez mais pessoais como é caso de The Lion King: The Gift que ficará para uma próxima resenha.
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