Primeira Impressão

Praise A Lord Who Chews But Which Does Not Consume; (Or Simply, Hot Between Worlds)

Yves Tumor

Yves Tumor é uma das vozes mais únicas da atualidade ao quebrar qualquer expectativa que possamos ter sobre a sua música. No seu quinto álbum intitulado de Praise a Lord Who Chews but Which Does Not Consume; (Or Simply, Hot Between Worlds) é continuada a sua viagem dentro da sua visão única sobre música, mas existe um caos controlado que um sentido mais compreensivo para toda a loucura. E, por isso, o resultado é o melhor da sua carreira.

Ainda não é o estado de graça pleno que Yves Tumor tem a capacidade de entregar, mas é um passo perfeito para alcançar esse momento. Sonoramente, o álbum é uma mistura de art/indie rock que tem doses substâncias de psicodélica pop, eletrônico, neo-soul, R&B e post-punk, resultando em uma sonoridade densa, sempre imprevisível, adulta, requintada e com uma consciência da sua própria pretensão. Yves não está muito disposto a explicar quem é, mas, sim, expor o seu ponto de vista sem nenhum tipo de amarras. Isso poderia até facilmente resultar como um tiro pela culatra ao terminar como sendo apenas estética pretenciosa e vazia. Isso é colocado de lado devido ao próprio talento do artista que coproduz o álbum e um novo elemento para a sua discografia: controle. Em nenhum momento o álbum se perde em devaneios belos, mas desprovidos de sentidos, ao saber exatamente quando, onde e como quer chegar. Nem sempre esse lugar é o que a gente realmente espera para o bem ou para o mal. Entretanto, a produção domina perfeitamente essa viagem sem pesar a mão para reprimir e sempre guiando em alguma direção. E isso é já visto longo de cara nos momentos iniciais do álbum. Começa pela incrível e magnética God Is a Circle em sua cacofonia de sons que desagua em um soberbo exemplar do melhor que o Yves pode entregar para sensual e climática Lovely Sewer que ganhar vários pontos importantes devido a excelente e marcante performance da cantora Kida. Outro “duo” que mostra o potencial do álbum fica por conta da indie rock/hard rock Parody que é seguido pela suculenta e ácida Heaven Surrounds Us Like a Hood e toda a sua texturizada batida soul/psicodélica. E, por fim, outro destaque do álbum é o single Echolalia que “mistura de dance, indie rock, psicodélica e R&B que resulta em um trabalho simplesmente groovy. Não é muito fácil descrever a canção em palavras, pois a sua qualidade é saber sentir toda a atmosfera criada pelo refinadíssimo instrumental e a impressionante produção. Echolalia "também se beneficia dos sexuais vocais de Yves que adiciona uma carga pesada de significação com a sua distinta performance”. Praise a Lord Who Chews but Which Does Not Consume; (Or Simply, Hot Between Worlds) é uma viagem pela mente de Yves Tumor que cada vez se aproxima do seu grande momento de gloria.