Part.I
Part.II
Part.III
Part.IV
10.The Idler Wheel Is Wiser Than the Driver of the Screw and Whipping Cords Will Serve You More Than Ropes Will Ever Do
Fiona Apple
"Desde que foi revelada em 1996 com o aclamado Tidal, Fiona se
tornou uma das "rainhas" do mundo indie apesar do sucesso no mundo
mainstream. Uma artista complexa em todas as suas características, Fiona
ficou sete anos sem lançar um trabalho (o último foi em 2005 com Extraordinary Machine). Esse ano ela resolver sair da toca e lançar The Idler Wheel...
(outra característica dela são os nomes gigantescos para os álbuns) que
vem recebendo as melhores criticas da impressa especializada no ano até
agora. E devo dizer que merece, mesmo não sendo exatamente fã. The Idler Wheel... não
é para todos. Fique claro isso, pois quem só curte eletropop e CIA vai
achar uma merda a sonoridade minimalista de Fiona. Nisso é que o álbum
encontra seu maior brilho na construção impecável de arranjos
impressionantes que usam e abusam de sons e instrumentos inusitados para
criar uma excepcional, intrigada e poderosa rede de sonoridades. Esse
ano vai ser difícil ver um artista tão preocupado em ir além do que se
pode ir e chegar um pouco mais além do que a gente imagina. Devo dizer
que fiquei boiando um pouco nas complexas composições de Fiona, mas aos
poucos as texturas de cada canção vão ganhando forma na minha cabeça.
Trabalho provocante e de inteligência refinada. Vocalmente, Fiona não
precisa de muita coisa para se encaixar no meio dessa loucura. Dona de
uma voz poderosa que poderia ser usada para pop de primeira qualidade,
mas Fiona não se entrega nada para o caminho fácil. Performances
avassaladoras e cheias de personalidades em cada canção."
Resenha
9.The Abbey Road Sessions
Kylie Minogue
"The Abbey Road Sessions é uma compilação dos maiores sucessos da
australiana, mas não é apenas uma simples coleção de hits. Kylie
regravou suas próprias canções dando para elas uma nova cara acompanhada
de uma orquestra clássica. Com isso, suas músicas ganharam uma cara
mais "refinada" e clássica com a reinstrumentalização feita. Essa nova
roupagem poderia acabar bem mal por dois motivos: primeiro, as novas
versões poderiam eclipsar as versões originais mostrando a fragilidade
das canções de Kylie; segundo, as canções originais não poderiam se
ajeitar aos novos estilos resultando canções deslocadas e datadas.
Contudo, nada disso acontece. A produção de Abbey Road Sessions é genial
ao recriar as pérolas pop em canções atemporais sabendo como lidar com
as diferenças de cada uma. Há um trabalho cuidadoso e genial na
elaboração da construção que evidencia no resultado que não apenas cria
faixas com qualidade, mas evidencia o quanto o trabalho de Kylie ao
longo das duas décadas e meia é genial. As composições são evidenciadas
com a pegada mais "nua" mostrada a riqueza de composição das músicas de
Kylie e ao mesmo tempo o quanto brilhante foram os trabalhos de produção
para criar hits envernizados de pop que parecem apenas canções "pop". É
chover no molhado falar do trabalho genial da orquestra que acompanha
Kylie durante a gravação no lendário estúdio Abbey Road, mas queria
salientar a incrível produção instrumental feita. Eu já disse e vou
repetir: para ser uma cantora de verdade não bata apenas ter uma voz
"enorme", precisa saber se portar como uma verdadeira interprete. Nesse
quesito Kylie é genial. Todos sabem que ela nunca não é dona de uma voz
gigantesca só que além de ter cuidado da mesma ao longo dos anos
mantendo o frescor do começo da carreira ela sabe como projetar emoção
verdadeira e interpretar lindamente as canções e entregando até
performances épicas"
Resenha
8.Two Eleven
Brandy
"O sexto trabalho da carreira da americana é uma obra poderosa de puro
R&B com toques de hip hop que faz a gente voltar no tempo para os
anos noventa onde a Brandy começou a carreira. Contudo, com uma
diferença substancial para o resultado final: a maturidade de Brandy.
Tudo começa pelos vocais da cantora: não houve e não há ninguém com o
tom de voz dela e ela apenas melhorou com os anos. Brandy sabe muito bem
como usar seu instrumento com uma precisão quase cirúrgica usando todas
as suas nuances para dar vida para cada uma das faixas do álbum. O tom
mais "rouco" e grave está cada vez mais refinado e Brandy sabe misturar
com delicadeza com as "notas" mais agudas que ela sabe como e aonde dar.
Pela primeira vez ela utilizou um time bem diversificado e maior de
produtores isso poderia gerar um álbum sem foco e disperso, mas foi
neutralizado pelo trabalho consistente de cada um dos colaboradores.
Mais que um trabalho consistente, Two Eleven é o resultado de uma visão
pura e honesta de como uma artista deve continuar a crescer sem se
vender para modismo. As nuances, as influências, os samples de cada uma
das canções são partes primorosas para a construção de músicas
atemporais, primorosamente produzidas e lindamente compostas. E nesse
quesito Two Eleven mostra ainda mais força: mesmo não sendo compositora
de nenhuma delas podemos sentir que foram escolhidas a dedo pela Brandy
para realmente um reflexo sincero dos seus sentimentos"
Resenha
7.The Truth About Love
P!nk
"Antes de esmiuçar
The Truth About Love, tenho que advertir o leitor que o trabalho tem um
grande defeito. Infelizmente, o CD ainda não é a obra de arte que a P!nk
poderia fazer. Ele chega bem perto disso, mas fica faltando alguns
passos para isso. Dito isso, vamos a melhor noticia: The Truth About
Love é o melhor álbum da cantora. O motivo é bem simples: ele é o álbum
mais coeso da carreira dela. Desde a primeira música até a última o
nível é mantido sem nenhum momento fraco ou mediano. Isso foi alcançado
devido ao fato da equipe de produção está menor e mais coesa na
sonoridade pretendida. O som de The Truth About Love é um pop/rock mais
pesado e mais concentrado no lado mais adulto do estilo deixando as
batidas mais "normais" de lado para investir em batidas mais fortes em
todas as faixas. Só que em algumas músicas a produção deixa a desejar
quando não entrega arranjos mais pomposos para combinar com as
composições poderosas e extrair todo o potencial que elas possuem.
Novamente, P!nk mostra porque no mercado pop ele é a melhor artista:
como autora de todas as faixas ela consegue subir um degrau em se
posiciona como uma das melhores da atualidade. Como disse antes, o amor é
o foco principal do álbum e isso a P!nk já deu provas que sabe falar do
assunto da sua maneira. Há um sentimento melancolico só que aqui
encontra uma esperança que não tinha no último trabalho dela, mas com a
sua vida pessoal acertada ela consegue expressar isso. Misturando o
humor peculiar que ela possui e uma capacidade de criar hits
radiofônicos com refrões grudentos, P!nk entrega mais um vez um trabalho
vocal perfeito. Algumas canções têm um trabalho com auto-tune em cima
da voz dela, mas que ela consegue se impor e não se transformar em um
robô."
Resenha
6.The MF Life
Melanie Fiona
"Segundo trabalho da moça, que ganhou notoriedade em 2009 com o
lançamento do seu debut The Bridge, traz uma poderosa cantora de R&B
puro em plena forma deixando no chinelo a maioria das suas
comtemporâneas que acabam enveredando para outros estilos. Melanie dá
vida ao álbum com interpretações louváveis consigo trabalhar sua voz
lindamente mostrando habilidades em entender qual seu tom e como usá-lo
da melhor maneira possível. Ela não tem a voz que teve Whitney Houston,
mas suas maravilhosas performances a colocam alguns degraus acima da
massa. Ela é a prova viva que não é necessário ter a maior voz para ser
uma ótima cantora. É necessário saber como lidar com o instrumento que
tem. A produção multifacetada poderia ser um erro, mas aqui todos
conseguem conversar entre si dando o álbum uma cara com personalidade,
coesa e coerente. Melanie parece tirar um peso de algum relacionamento
passado em The MF Life já que a maioria das músicas falam de decepção
amorosa. Talvez ainda falta mais cuidado com o desenvolvimento das
composições, pois a maioria parece apenas ir uns dois metros além do
seguro. Mesmo assim, é um belo trabalhando conseguindo tirar algumas
emoções bem profundas."
Resenha
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