4 de janeiro de 2013

Os 25 Melhores Álbuns de 2012

Part.I
Part.II
Part.III
Part.IV


 Final



5.Trespassing
Adam Lambert
"A primeira metade do álbum (até a faixa 7) a produção, assim como as composições, são fultimentes divertidas. Não via um trabalho tão pop de verdade desde o terceiro álbum da Britney (o seu melhor até hoje). Na segunda metade, Trespassing assume um lado mais sério com baladas pop mais concentradas nos vocais de Adam e em letras mais pesadas. Aqui Adam pode mostrar um seu poder e domínio vocal em canções cheias de significados numa mistura da P!nk com a Aguilera. Mesmo faltando mais "um toque de soco no estomago", as belas canções comprovam a versatilidade dele como artista. Em um álbum tão magistralmente pop, a batidas de Pharrell Williams para Trespassing (música que dá nome ao álbum) e Kickin' In pegando inspiração dele mesmo (as duas tem batidas "chupadas" na ótima Hot N' Fun) comprovam que ainda há vida criativa no pop. Never Close Our Eyes (resenha a seguir) e Better Than I Know Myself provam que se pode fazer músicas comerciais sem recorrer a clichês do estilo "vamos festejar". Até mesmo as canções na versão deluxe, normalmente são canções apenas médias colocadas ali só para ter uma versão diferente para o povo ganhar mais pouco com a venda, estão excepcionais. Contudo, não há como não falar que o ápice de Trespassing estão nas poderosas Underneath e Outlaws of Love. As duas são baladas onde Adam conquista o céu musicalmente falando com interpretações viserais onde o contexto envolve a sua homossexualidade e as suas batalhas internas e externas. O mais curioso é que quem poderia pensar em um ano onde a Rainha do Pop lança um álbum, o trabalho pop mais coeso e surpreendente seria do Adam Lambert. Que bom, pelo menos o mundo não fica tão previsível."
Resenha



4.Battle Born
The Killers
"Do segundo que começou a primeira faixa do álbum até o seu final fui transportado para outra era. Uma era relativamente não muito longe em tempo "real", mas longe em tempo "artístico": os anos oitenta. Todos sabem da grande influência que a década tem sobre o grupo de Las Vegas, mas em Battle Born eles levam tudo para outro nível. Você pode encontrar desde toques de Eurythmics até Bruce Springsteen durante todo o CD. Não apenas nas influências, mas como em toda a atmosfera sonora. Como disse antes, durante toda a duração de Battle Born me senti transportado para um trailer no meio dos Estados Unidos no final de 1987 como um adolescente ouvindo música e sonhando com o futuro. O grupo usa um bom time de colaboradores para criar grandes, contagiantes, poderosas hinos rock para fazer tocar em estádios lotados onde todos cantam usando toda a força dos pulmões. Cada música é uma produção mais grandiosa que a outra mostra um trabalho de instrumentalização simplesmente genial. Um dos melhores que eu ouvi desde que o blog foi criado. Brandon Flowers está no melhor momento de sua carreira como cantor entregando performances magistrais principalmente nas baladas o ajudando a ficar no topo dos vocalistas da atualidade. Em relação as composições, o álbum é uma ode ao amor de maneira mais oitentista possível: brega, sentimental, cool e cativante. Trabalhos maravilhosos que tem como os maiores destaques a linda Runaways (resenha a seguir), a delicada The Way It Was e a linda de bonita Here With Me. O álbum ainda tem a dark Deadlines And Commitments, a grandiosa Be Still e a super divertida Prize Fighter. Em primeiro lugar no meu coração está Miss Atomic Bomb. É impossível não comparar a canção com as grandes baladas da década de '80 onde a composição era uma história e não apenas frases soltas. Enfrentando crítícas bastante divergentes entre uma e outra, onde de lado há pessoas que amam e outras que odeiam, Battle Born se torna um clássico moderno baseado em uma outra era."
Resenha



3.Our Version of Events

Emeli Sandé
"Conduzido pelo produtor, ainda desconhecido Shahid "Naughty Boy" Khan, Our Version of Events é uma viagem tocante sobre o amor. Um álbum simples em sua produção sem grandes arrombos de criatividade, contudo uma preciosidade em um trabalho perfeito. Não há como falar da qualidade do álbum sem falar do trabalho magnífico de Emeli. Ela entrega performances intimistas e ao mesmo tempo arrasadoras em cada música. A voz cristalina dela lembra nomes do R&B dos anos noventa misturando com pouco de grandes divas do jazz ao entregar interpretações geniais em cada música. Um domínio de tom, melodia e projeção vocal impecáveis. Não apenas cantar. Dar vida a cada emoção colocada em cada música. Cantar para Emeli é um exercício de vida. Tudo isso sem grandes notas ou efeitos. E que letrista é Emeli. Quase todas as músicas são em um tom "stripped". Dispensa-se grandes arranjos para focar na simplicidade em momentos arrebatadores. Basicamente, seguindo um caminho R&B e pop mostrando uma musicalidade refinada. É um álbum que precisa ser descoberto por todos que gostam de música. É uma lição de como ser uma verdadeira cantora, mas diferente do que as pessoas acham. E as músicas são para serem apreciadas uma por uma. Como não se encantar pela declaração de amor poderosa de My Kind of Love? Chorar com a desilusão marcada em Clown. Ou não sentir que a esperança ainda vive, mas com dificuldades em Maybe. Cortar o coração na linda Suitcase. Querer se declarar em Breaking the Law. Ter esperança no amor em River. Ter esperança na vida com Hope de co-autoria e produção de Alicia Keys. Ou querer lutar em Read All About It, Pt. III (versão nova para a canção com Proferssor Green). Ouça, sinta, viva. Descubra Emeli Sandé."
Resenha


2.good kid, m.A.A.d city
Kendrick Lamar
"O rapper nascido na Califórnia ganhou atenção com o lançamento da mixtape Section.80 em 2011. Aclamada pela critica especializada, Kendrick assinou um contrato com a Interscope e foi apadrinhado pela lenda do hip hop Dr. Dre que o considera com o novo "rei do rap da costa Oeste" (existe uma rixa histórica entre os rappers da costa Oeste e Leste nos Estados Unidos). Além disso, ele está trabalhando com nomes que vão do Snoop Dogg até a Lady GaGa. No final de Outubro, ele lançou seu primeiro álbum intitulado good kid, m.A.A.d city. Vendendo cerca de 240 mil cópias logo atrás da Taylor Swift, o álbum se transformou em um dos mais bem elogiados do ano ganhando um honroso e raro 5 estrelas da conceituada revistas XXL que é voltada para o mundo hip hop. E não era para menos. good kid, m.A.A.d city é um trabalho a frente do seu tempo e ao mesmo tempo é um álbum clássico de rap. Começo destacando ressaltando o grande rapper que é Kendrick Lamar: ele sabe como ir apenas do simples "dizer" palavras, ele consegue dar vida para elas com um estil o próprio, afiado e cheio de várias nuances. Kendrick mostra suas influências, mas não fica preso à formulas já usadas. Ainda "cru" em experiência no mundo da fama e fortuna, Lamar ainda é um "autor das ruas". Suas geniais composições são narrativas complexas sobre vida de um jovem negro na atual sociedade americana voltando ao básico do estilo. Sem frescuras sobre ser rico e essas baboseiras, vemos um jovem consciente de quem é e tudo a sua volta. Sem falar ainda do trabalho de construção lírica das composições entregando momentos perfeitos de rima e ritmo. Só que tudo isso não seria possível se a produção geral do álbum que é simplesmente "acima do bem e do mal". Eu queria muito tentar explicar como é cada batida, cada nuance, cada construção instrumental, cada elaboração sonora só que é extremamente difícil. Tudo é tão genial que quem gosta de música precisa ouvir essa trabalho para poder sentir as mesmas emoções que eu senti. Apenas uma palavra que posso tentar: divino. Claro, good kid, m.A.A.d city é um álbum para ser ouvido como um todo, mas não posso deixar de não comentar Poetic Justice com sample da canção Any Time, Any Place da Janet Jackson mostrando o quando ela faz falta no mundo da música, além da canção ser genial. good kid, m.A.A.d city é mais um a alcançar o paraíso musical. Parabéns e muito obrigado Kendrick Lamar."
Resenha


1.channel ORANGE
Frank Ocean
"channel ORANGE é a celebração da arte como música. Ocean cria uma obra atemporal ao se colocar em um lugar entre as lendas do soul music como Stevie Wonder, Marvin Gaye e mais próximo aos melhores trabalhos do Prince. A viagem em um mundo intrigado de Ocean é uma volta ao passado, mas com ao olho no futuro. Complicado, arrebatador, edificante, pulsante, vibrante, brilhante. Frank cominha em estradas da mais diferentes falando do amor em primeiro plano, mas há assuntos como drogas, sociedade e religião. Em cada composição ele vai além do que se poderia esperar. Arranca como um cirurgião órgãos, sentimentos, ossos, medos e muito mais. Como um soco na ferida aberta, ele retrata com maestria de uma pessoa que vive década e mais décadas reflexões profundas e brilhantes. E ele só tem vinte e quatro anos de idade. Podemos classificar o seu som como neo soul para termos apenas uma classificação. Contudo, assim como os três álbuns já citados, channel ORANGE vai muito mais que classificações. A jornada sonora de Frank é muito profunda e multifacetada. O trabalho de instrumentalização é, talvez, um dos mais geniais dos últimos anos. Há tantas texturas, batidas, samples, sons, instrumentos diferentes só que costurados de maneira tão perfeita que chega a ser desleal para nossos ouvidos tentando captar cada segundo, cada batida, cada inspiração, cada pérola. Já Frank como vocalista se coloca em um pedestal que não há proteção. Suas interpretações são cheias de sentimentos, força, genialidade e algo mais que apenas gênios tem e simples mortais não podemos falar com palavras. Não posso ressaltar uma canção, mas posso dizer isso: se você ouvir Bad Religion e não sentir algo arrebatador, esqueça, vocês não está preparado para a genialidade de Frank Ocean. Se sentir, seja bem vindo ao álbum que pode mudar sua percepção do que é música. E Frank Ocean seja bem vindo a eternidade!"
Resenha

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