20 de novembro de 2013

Primeira Impressão

Salute
Little Mix


O maior desafio para um artista novato depois de ter alcançado o sucesso é a maldição do "segundo álbum". Tudo por ir por água abaixo como aconteceu com a Ke$ha ou elevar tudo ao nível da estratosfera como aconteceu com a Adele. Isso tanto no aspecto comercial, quanto no de qualidade. Quem está passando por esse teste atualmente é a girl band Little Mix. Quase um ano depois (faltaram apenas 8 dias) de lançarem seu debut DNA estão lançando o segundo CD da carreira. A pergunta que fica é: elas passaram no teste? Ainda é cedo para dizer sobre a performance comercial de Salute que foi lançado nos principais mercados só no dia 11, mas o aspecto qualitativo elas passaram com louvor no teste.

Salute já mostra uma evolução nítida das quatro garotas em relação a sonoridade: enquanto DNA era uma colcha de retalhos de estilos misturando pop com R&B (bem divertida, diga-se de passagem), Salute mostra uma coesão maior ao misturar os estilos resultando em uma sonoridade com mais personalidade e uma base direcionado para o R&B. A título de comparação: enquanto o álbum anterior estava mais para as Spice Girls, o álbum atual está mais para o lado das Destiny's Child. A produção acerta em dar um tom adulto para as faixas assim como na construção de arranjos mais cadenciados lembrando muito a sonoridade dos anos '90. Salute, a faixa que dá o nome ao álbum e que abre o mesmo, é uma amostra dessa mudança sonora sendo um ótimo R&B/pop com uma batida bem demarcada e ritmada. Grande parte disso vem da produção do grupo TMS que já tinha trabalhado com elas no álbum, mas aqui ganham mais espaço e ditam o caminho. Talvez o único ponto negativo seja que um pouco da diversão de DNA foi perdida para dar uma ar mais maduro para elas. Um ponto semelhante com o Destiny's Child é que as composições estão bem mais feministas seja mostrando o poder feminino, aumentando a autoestima ou se posicionando em relação aos "cafajestes" de plantão. Bons trabalhos emergem de Salute mostrando que o pop pode ser dotado de inteligência como é o caso de Competition sobre um casal que está em crise devido ao cara se achar melhor que a companheira e Little Me que faz uma visão sobre abusos contra mulheres (apesar de ser superficial). O que continua o mesmo é o bom desempenho vocal de Perrie, Jesy, Leigh-Anne e Jade que além de brilharem individualmente elas conseguem mostrar harmonia perfeita em conjunto, o que é fundamental para uma girl band. Outros bons momentos são o single Move (resenha a seguir), as baladas These Four Walls e Good Enough e as divetidas About the Boy e Boy. Salute não é a reinvenção da roda, mas prova que o Little Mix pode ter uma carreira promissora de verdade. Claro, caso o público compre a ideia da nova roupagem.

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