Artista: Frank Ocean
Gênero: R&B, soul
Vendagem: Cerca de 800 mil de cópias
Singles/Peak na Billboard: Thinkin Bout You (32°), Pyramids (Não entrou), Sweet Life (Não entrou), Lost (Não entrou), Super Rich Kids (Não entrou).
Grammy
Vitórias
2013
Best Urban Contemporary Album
Indicações
Album of the Year
Record of the Year
Ano: 2012
Um ano após lançar a elogiada mixtape Nostalgia, Ultra, o cantor Frank Ocean, conhecido por se compositor de músicas para Justin Bieber, Brandy e Beyoncé, lança o seu primeiro álbum channel ORANGE. A resposta da critica foi unânime: Frank tinha entregado uma obra prima. Influenciado claramente pelos grandes do soul music, mas com uma visão completamente única e revolucionária, Frank e seus colaboradores desconstroem para depois reconstruir o estilo como poucos fizeram até hoje. Prefiro citar o que eu disse na ocasião do Primeira Impressão do álbum:
"channel ORANGE é a celebração da arte como música. Ocean cria uma obra atemporal ao se colocar em um lugar entre as lendas do soul music como Stevie Wonder, Marvin Gaye e mais próximo aos melhores trabalhos do Prince. A viagem em um mundo intrigado de Ocean é uma volta ao passado, mas com ao olho no futuro. Complicado, arrebatador, edificante, pulsante, vibrante, brilhante. Frank cominha em estradas da mais diferentes falando do amor em primeiro plano, mas há assuntos como drogas, sociedade e religião. Em cada composição ele vai além do que se poderia esperar. Arranca como um cirurgião órgãos, sentimentos, ossos, medos e muito mais. Como um soco na ferida aberta, ele retrata com maestria de uma pessoa que vive década e mais décadas reflexões profundas e brilhantes. E ele só tem vinte e quatro anos de idade. Podemos classificar o seu som como neo soul para termos apenas uma classificação."
Nada lançado nos últimos anos compara a experiência de ouvir o trabalho pela primeira vez. Nem pela segunda, décima ou milésima vez. Digo e repito: sucesso não tem relação com qualidade, pois se fosse assim channel ORANGE teria ao menos uns 10 milhões de cópias vendidas.
Obs: as "intros" Start, Fertilizer e Not Just Money serão desconsideradas, pois, na minha avaliação, entram como parte das faixas que seguem.
Faixas
2.Thinkin Bout You: "Frank Ocean constrói um R&B minimalista, mas de um poder assustador. Thinkin Bout You fala sobre a dor de quando a pessoa que a gente ama não corresponde a esse sentimento. A dor da rejeição impressa na canção é um sentimento tão poderoso que a forma magistral que Frank fez uma composição atemporal capaz de se comunicar com qualquer pessoa de diferentes raças, crenças, sexos, sexualidades, idades. Aqui vemos ele se declarar no primeiro verso ainda meio sem jeito, no segundo ele tenta não transparecer a importância desse sentimento o transformando em algo mais carnal e por fim deixando se levar abrindo o coração de maneira mais aberta imaginável. Porém, a composição vai bem mais longe quando se lê nas entrelinhas."
nota: 9,5
4.Sierra Leone: A alternância entre a parte cantada e a falada cria uma sensação de urgência em essa rápida faixa, mas que com pouco consegue tecer uma significativa crônica sobre gravidez precoce e sonhos de infância destruídos.
nota: 9
5.Sweet Life: "A construção refinada do arranjo com uma instrumentalização perfeita transparece o cuidado da produção em criar uma obra acima do excepcional. E por falar em produção: quem assina, ao lado de Frank, é o produtor/rapper Pharrell Williams subindo mais uns quarenta passos na corrida de "melhor produtor do ano" juntando ao trabalho com Usher e Adam Lambert. Frank tem o desempenho impecável enquanto a critica sobre o lado negro de Beverly Hills é um soco no estômago, mas de forma irônica e poética o que deixa ainda mais pungente. Outro momento genial de um trabalho genial."
nota: 9,5
7.Super Rich Kids (feat. Earl Sweatshirt): "Quinto single do álbum, a canção é uma critica avassaladora sobre o modo de vida dos "filhos das pessoas ricas". Usando um humor ácido, honesto e de com um toque sombrio Frank consegue entregar uma composição de uma genialidade ímpar de sem comparações com o atual cenário musical. Uma versão moderna do Stevie Wonder. A simples e linear performance de Frank dá a atmosfera necessária para a canção soar deliberadamente uma critica bem contundente e poderosa: como um jovem rico que tem tudo, mas se entedia tão rapidamente com essas mesmas coisas e ainda sempre com um ar blasé. A participação inesperada do rapper Earl Sweatshirt ajuda a colocar a cereja em cima do bolo. Como a deliciosa cobertura de Super Rich Kids está a produção genial que pega sample das músicas Bennie And The Jets do Elton John e Real Love da Mary J. Blige para fazer um arranjo espetacular misturando uma base old school com sua visão do que é o R&B para ele. Simplesmente um clássico moderno."
nota: 10
8.Pilot Jones: Construindo uma mistura minimalista de R&B com eletrônico, Frank "pinta" uma aterradora visão sobre a decadência que o uso de drogas pode levar uma pessoa e como, pessoas nessa situação, encontram em suas iguais "apoio". Linda, triste e assustadora.
nota: 9
9.Crack Rock: Frank continua a sua crônica sobre drogas ao entrega essa faixa sobre o ciclo do vicio do crack construindo uma batida deliciosa que pega uma base "tradicional" e vai adicionando várias nuances transformando a canção em uma neo soul estilizada.
nota: 9
10.Pyramids: "Com quase dez minutos de duração, Frank coloca a arte acima do comercial em uma produção avassaladora. A viagem psicodélica entre sonoridades, ritmos, instrumentos, batidas, texturas, cadências alternando do R&B passado pelo pop e o eletrônico mostra a genialidade de um cara em saber como elevar sua arte em outros níveis. Tudo terminando em um solo (não creditado) de guitarra de John Mayer em estado de inspiração pura. A composição é o paraíso para qualquer compositor talentoso. A epopéia sobre um "cafetão" se apaixonando por sua "agenciada" mistura elementos fantásticos associando a amada a Cleópatra e strip clubs com pirâmides. Um delírio milimetricamente fantasioso e arrebatador que envolve em uma narrativa soberda e visceral. Como em um drama, Frank carrega em um performance contida e ao mesmo tempo com uma carga emocional descomunal em sua voz. Algo tão forte que é quase tocável. Frack chega na barreira entre ficar acima do bem e do mal. Se o céu não tem essa trilha, o paraíso deve ser bem chato."
nota: 10
11.Lost: Terminando sua narração sobre o lado "escuro da vida", o cantor canta com certa alegria sobre os sonhos de um viciado e a sua namorada em batida new wave/R&B deliciosa. Sua performance é tão simples e ao mesmo tão sensacional que deixa a canção ainda mais sensacional.
nota: 9,5
12.White (feat. John Mayer): Ao contrário das outras "intro" essa faixa tem bem mais substância já que, mesmo sem letra, tem uma base instrumental belíssima com uma breve e sensacional participação da guitarra de John Mayer.
nota: 8,5
13.Monks: Mudando a cadencia do álbum, a faixa é um funk rock inspirado sobre sexo casual e o peso da religião sobre a mentalidade das pessoas.
nota: 9
14.Bad Religion: Em pouco menos de três minutos de duração Frank entrega uma das canções mais arrasadoras sobre um amor não correspondido dos últimos anos. Narrando uma conversa em com um taxista, a composição acerta o coração, a alma e o estômago como se fosse um soco do Myke Tyson e deixa, qualquer com um coração, sem chão. A sua concepção baseando em uma sonoridade bem gospel americano é um tapa na cara de muitos, pois a canção fala do amor platônico e a vergonha de Frank por um homem. E Frank entrega uma performance de uma vida. Uma canção simplesmente atemporal.
nota: 10
15.Pink Matter (feat. André 3000): Mantendo o nível lá no alto a faixa é um extraordinário blues/neo soul/hip hop em tom de lamentação sobre amor, sexo, traição e o sentido da vida. E para melhorar, Frank usa de metáforas envolvendo extraterrestres, algodão doce e cultura japonesa sem em nenhum momento ficar "confusa". A participação genial da outra metade do Outkast é a cereja em cima do bolo.
nota: 10
16.Forrest Gump: Falando de maneira bem humorada sobre uma paixonite de adolescência. Com essa leveza na letra a faixa também ganha uma produção despretensiosa e com uma batida viciante.
nota: 9,5
17.End/Golden Girl (feat. Tyler, the Creator): O álbum é finalizado com essa faixa dupla que é a mais fraca do álbum inteiro e mesmo assim é um trabalho esplendido cheio de nuances e surpreendente.
nota: 8,5
11.Lost: Terminando sua narração sobre o lado "escuro da vida", o cantor canta com certa alegria sobre os sonhos de um viciado e a sua namorada em batida new wave/R&B deliciosa. Sua performance é tão simples e ao mesmo tão sensacional que deixa a canção ainda mais sensacional.
nota: 9,5
12.White (feat. John Mayer): Ao contrário das outras "intro" essa faixa tem bem mais substância já que, mesmo sem letra, tem uma base instrumental belíssima com uma breve e sensacional participação da guitarra de John Mayer.
nota: 8,5
13.Monks: Mudando a cadencia do álbum, a faixa é um funk rock inspirado sobre sexo casual e o peso da religião sobre a mentalidade das pessoas.
nota: 9
14.Bad Religion: Em pouco menos de três minutos de duração Frank entrega uma das canções mais arrasadoras sobre um amor não correspondido dos últimos anos. Narrando uma conversa em com um taxista, a composição acerta o coração, a alma e o estômago como se fosse um soco do Myke Tyson e deixa, qualquer com um coração, sem chão. A sua concepção baseando em uma sonoridade bem gospel americano é um tapa na cara de muitos, pois a canção fala do amor platônico e a vergonha de Frank por um homem. E Frank entrega uma performance de uma vida. Uma canção simplesmente atemporal.
nota: 10
15.Pink Matter (feat. André 3000): Mantendo o nível lá no alto a faixa é um extraordinário blues/neo soul/hip hop em tom de lamentação sobre amor, sexo, traição e o sentido da vida. E para melhorar, Frank usa de metáforas envolvendo extraterrestres, algodão doce e cultura japonesa sem em nenhum momento ficar "confusa". A participação genial da outra metade do Outkast é a cereja em cima do bolo.
nota: 10
16.Forrest Gump: Falando de maneira bem humorada sobre uma paixonite de adolescência. Com essa leveza na letra a faixa também ganha uma produção despretensiosa e com uma batida viciante.
nota: 9,5
17.End/Golden Girl (feat. Tyler, the Creator): O álbum é finalizado com essa faixa dupla que é a mais fraca do álbum inteiro e mesmo assim é um trabalho esplendido cheio de nuances e surpreendente.
nota: 8,5
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