Anitta
Falem mal ou falem bem, mas não é possível negar que a cantora Anitta é o que temos de mais perto de uma diva pop comercial no Brasil. Desde que surgiu nacionalmente com o hit Show das Poderosas, Anitta vem conquistando uma legião de fãs ao redor do país ajudada, não apenas pelos seus lançamentos, mas, principalmente, pelas suas polêmicas e a legião de odiadores que também cresce com a mesma força dos fãs. Infelizmente, para a Anitta, essas pessoas têm vários motivos para odiar a cantora e nem estou falando de qualquer situação envolvendo a sua vida, pois, como prova o terceiro álbum dela Bang!, Anitta está bem longe de mostrar as mesmas qualidades de nomes dignos de serem chamadas de divas pop.
Anitta é, sim, uma boa marqueteira assim como Katy Perry, Rihanna, Madonna, Beyoncé e muitas outras. Anitta é, sim, dona de músicas comercialmente perfeitas para o nível do mainstream brasileiro na atualidade. E, por fim, Anitta vem se tornando uma artista dona de clipes realmente interessantes. E para por aí. Assim como a badalada capa do álbum Bang! feita pelo mesmo artista que trabalhou com a Rainha do Pop, a carreira da cantora é apenas uma bela embalagem para quase nada de conteúdo. Se no começo da carreira isso funcionava pelo fato que as suas canções eram despudoradamente semi-amadoras e deliciosamente despretensiosas/dispensáveis, agora, com a pretendida e notável evolução técnica (leia-se: investimento pesado), não há mais como sustentar a falta de qualidade substância da cantora. O principal afetado por isso são as composições de Bang!: as faixas têm letras que vão do ruim para o péssimo e chegando ao vergonhoso. O conteúdo lírico de Bang! é de uma falta de inteligência que beira a ignorância apresentando momentos raros de um nível de vergonha alheia como pouco visto nos últimos anos. Separei algumas pérolas:
"Você tão doce, sobremesa feita de nutella" (Cravo e Canela)
"Ela te ensina certin
Faço tudin, bem devagarin
Pede gostosin, vem cá meu pretin
Desse jeito você me deixa louquin" (Essa Mina É Louca)
"O rei do pistão
Que te leva pro céu
E só pras atrevidas
Eu sou o Nego do Borel" (Pode Chegar)
"Atencão!
Não tô aqui pra aturar sem noção
Já vi a sua ficha de inscrição
Tem compromisso, aqui é reprovação
A resposta é não!" (Atenção)
Isso quando não acontece das canções não terem exatamente uma composição, mas, na verdade, são apenas dois versos e um refrão repetidos algumas vezes até o final da canção. A união da falta de inteligência com a falta de conteúdo resulta em um desastre eminente para o álbum. Todavia, não é só nesse aspecto que a situação é ruim, pois, apesar de se mostrar uma diva forte com influência de ícone feministas, nada disso realmente reflete nas composições em que Anitta (co-autora de todas as canções) reflete uma personalidade conservadora de uma garota que sonha com o príncipe encantado mesmo dançando até o chão no baile. Isso é errado? Não, mas é muito contraditória com a imagem que ela mostra, ou seja, esse é um caso clássico de imagem diferente do discurso. Uma pena, pois, em termos de diva feminista estamos ainda carecendo de mais nomes importantes.
Cada vez mais distante do funk, Anitta mostra no álbum uma faceta mais pop/popular. Infelizmente, a parte pop é aquela que tem mais problemas já que as produções são trabalhos monumentalmente genéricos e artificiais que não dão personalidade para a cantora e fica longe de imitar os trabalhos internacionais com alguma dignidade. Exceto a homônima Bang que até tem uma ideia legal por trás, as outras faixas são um verdadeiro desastre. Quando, porém, Anitta pega uma vertente mais popular misturando música brasileira o resultado é melhor como em Cravo e Canela (soul nacional), Essa Mina É Louca (samba/hip hop nacional) e Gosto Assim (hip hop nacional), mas, como já mostrado, as suas composições são tão ruins que estraga o pouco do divertimento das canções. Em relação ao talento vocal de Anitta é melhor deixar isso de lado para não descambar essa resenha para um caminho sem retorno. O que posso dizer é que a Anitta está bem longe de ser uma cantora mediana. E por enquanto Anitta é a nossa diva pop que o Brasil está merecendo. Tempos difíceis o nosso.
"Você tão doce, sobremesa feita de nutella" (Cravo e Canela)
"Ela te ensina certin
Faço tudin, bem devagarin
Pede gostosin, vem cá meu pretin
Desse jeito você me deixa louquin" (Essa Mina É Louca)
"O rei do pistão
Que te leva pro céu
E só pras atrevidas
Eu sou o Nego do Borel" (Pode Chegar)
"Atencão!
Não tô aqui pra aturar sem noção
Já vi a sua ficha de inscrição
Tem compromisso, aqui é reprovação
A resposta é não!" (Atenção)
Isso quando não acontece das canções não terem exatamente uma composição, mas, na verdade, são apenas dois versos e um refrão repetidos algumas vezes até o final da canção. A união da falta de inteligência com a falta de conteúdo resulta em um desastre eminente para o álbum. Todavia, não é só nesse aspecto que a situação é ruim, pois, apesar de se mostrar uma diva forte com influência de ícone feministas, nada disso realmente reflete nas composições em que Anitta (co-autora de todas as canções) reflete uma personalidade conservadora de uma garota que sonha com o príncipe encantado mesmo dançando até o chão no baile. Isso é errado? Não, mas é muito contraditória com a imagem que ela mostra, ou seja, esse é um caso clássico de imagem diferente do discurso. Uma pena, pois, em termos de diva feminista estamos ainda carecendo de mais nomes importantes.
Cada vez mais distante do funk, Anitta mostra no álbum uma faceta mais pop/popular. Infelizmente, a parte pop é aquela que tem mais problemas já que as produções são trabalhos monumentalmente genéricos e artificiais que não dão personalidade para a cantora e fica longe de imitar os trabalhos internacionais com alguma dignidade. Exceto a homônima Bang que até tem uma ideia legal por trás, as outras faixas são um verdadeiro desastre. Quando, porém, Anitta pega uma vertente mais popular misturando música brasileira o resultado é melhor como em Cravo e Canela (soul nacional), Essa Mina É Louca (samba/hip hop nacional) e Gosto Assim (hip hop nacional), mas, como já mostrado, as suas composições são tão ruins que estraga o pouco do divertimento das canções. Em relação ao talento vocal de Anitta é melhor deixar isso de lado para não descambar essa resenha para um caminho sem retorno. O que posso dizer é que a Anitta está bem longe de ser uma cantora mediana. E por enquanto Anitta é a nossa diva pop que o Brasil está merecendo. Tempos difíceis o nosso.
Um comentário:
Só eu q não vi nada demais nos trechos das músicas citadas? OK, não são uma obra prima, longe disso, mas não achei tão "vergonhoso" assim... E os haters tem q "odiá-la" pq o disco (na opinião dos mesmos) é insatisfatório? Como assim J rs Kd a crítica do "Water 4 Ur Soul"? Vc faz as melhores reviews!!!
Postar um comentário