5 de outubro de 2015

Primeira Impressão

Caracal
Disclosure


A missão do duo de irmãos Disclosure para o segundo álbum deles é entregar um sucessor à altura do aclamado Settle de 2013. A constatação é que Caracal não alcança o mesmo nível do debut da duo de música eletrônica, mas guarda boas surpresas para quem ouvir.

Assim como o trabalho anterior que teve como principal sucesso a canção Latch, responsável por ajudar a deslanchar a carreira do Sam Smith, Caracal tem como base a mesma sonoridade: uma junção de música eletrônica com soul music/R&B/pop em uma cadencia estilo "lounge" sem nunca ir para o batidão estilo David Guetta & Cia. Trabalhando com uma pegada contida em relação a adição de batidas, Disclosure consegue entregar um trabalhar inteiro indo em uma mesma toada mudando uma ou outra coisa. Claro que isso gera uma sensação que o trabalho está arrastando, mas, surpreendentemente, o estilo criado pelo duo é tão consistente que essa sonoridade se segura ao longo de mais de uma hora de álbum. Um dos pilares para ajudar a sonoridade deles é fato que, ao contrário de vários artistas atuais de música eletrônica, a música do Disclosure não é só forma, mas é, principalmente, conteúdo. Sendo mais poético: Caracal é um álbum de música eletrônica com alma e coração. Com uma habilidade surpreendente como compositores, Disclosure se alia com nomes de talento para entregar inteligentes letras de amor que soam genuinamente sinceras. Outro ponto crucial é a capacidade do duo de agregar nomes de talento para serem as vozes das suas músicas: conhecidos como Sam Smith (na ótima Omen), Lorde mostrando um lado diferente em Magnets, The Weeknd na boa Nocturnal e o Miguel na mediana Good Intentions. Porém, o melhor momento do álbum fica por conta de Superego com a desconhecida Nao. O famoso peso da responsabilidade do segundo álbum pode até ter afetado o resultado final de Caracal, mas o Disclosure ainda é uma força que deve ser reconhecida como tal.

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