MC Carol
Já sabemos que a a recorrente temática sobre empoderamento feminino não simplesmente uma onde na música pop, mas, na verdade, uma constante que veio para ficar, a pergunta que fica: quem são as representantes aqui no Brasil? Entre os nomes que estão surgindo nos últimos tempos não há como não falar sobre a MC Carol. E para falar da MC Carol é preciso ouvir o seu primeiro álbum: o divertido e promissor Bandida.
Esqueça os seus preconceitos com o funk ou qualquer outro estilo vindo do "gueto", pois a MC consegue ir além dos pré conceitos que existem por aí. Primeiro: MC Carol não está aí para balançar a bunda como se fosse a coisa mais importante do mundo. Gorda, negra e favelada, Carol foge de qualquer estereótipo do mundo funk e ainda tem uma mensagem que precisa ser ouvida. A sua mensagem é a mesma de milhares de mulheres que tem um grito silencioso agarrado na garganta e não podem liderá-lo devido as amarras da sociedade machista/misógina/homofóbica/sexista/racista em que vivemos. A mensagem é direta e simples: a voz dessas milhares mulheres importam e precisam ser escutadas. Mulheres que tem uma vida sexual e não querem ser julgadas por isso. Mulheres que não querem ser tratadas como simples objetos sexuais, mas que querem fazer parte da equação sexual no mesmo nível que os homens. Mulheres que quando dizem não é simplesmente não. Mulheres que se importam com o seu entorno social e querem uma vida melhor para todos. Mulheres que querem ser apenas respeitas. Mulheres como sua mãe, irmã, tia, prima, namorada, amiga ou você mesma. Mulher. Pobre. Gorda. Negra. Favelada. Empoderada. E Bandida é só sobre isso tudo e mais um pouquinho, pois só de uma mulher que vive tudo isso na pele como Carol é capaz de mostrar a realidade de maneira nua e crua. Não há sobre o que discutir sobre a mensagem que a MC quer passar, mas podemos falar sobre a parte musical de maneira mais rígida.
Para um primeiro álbum de uma MC lançado sem ter nenhuma gravadora grande por trás, Bandida tem uma produção que se pode classificar como impecável. Comparando de maneia técnica com o primeiro álbum da Anitta, Bandida é praticamente o Lemonade em todos os quesitos. Todavia, MC Carol ainda precisa dar uma refinada em sua sonoridade funk/hip hop para encontrar um lugar em que, ao mesmo tempo, consiga respeitar as suas origens e encontrar a sua própria sonoridade. Tirando isso, a produção de Leo Justi consegue um trabalho divertido, com batidas fortes e viciantes e em, algumas vezes, geniais. Uma delas é o hino nacional que deveria ter sido o hit de 2016: 100% Feminista com a rapper e outro novo ícone feminista Karol Conká. Canção que consegue ser melhor que toda a carreira da Ludmilla, Anitta e qualquer "diva" do funk surgida nos últimos anos. Dona de uma voz forte e marcante, MC Carol é o veiculo perfeito para transmitir com uma ironia fina e um poder desconcertante as letras diretas que compõem Bandida. Não seria a mesma coisa sem a interpretação de canções como A Vingança (sobre uma tentativa frustrada de um estrupo), Não Foi Cabral (uma verdadeira aula de história) e a retumbante Delação Premiada. MC Carol e o seu Bandida podem não fazer o gosto de muitos, mas, acreditem, é extremamente necessário para a construção de novas gerações de mulheres mais conscientes do seu papel na nossa sociedade. E viva o empoderamento!
Esqueça os seus preconceitos com o funk ou qualquer outro estilo vindo do "gueto", pois a MC consegue ir além dos pré conceitos que existem por aí. Primeiro: MC Carol não está aí para balançar a bunda como se fosse a coisa mais importante do mundo. Gorda, negra e favelada, Carol foge de qualquer estereótipo do mundo funk e ainda tem uma mensagem que precisa ser ouvida. A sua mensagem é a mesma de milhares de mulheres que tem um grito silencioso agarrado na garganta e não podem liderá-lo devido as amarras da sociedade machista/misógina/homofóbica/sexista/racista em que vivemos. A mensagem é direta e simples: a voz dessas milhares mulheres importam e precisam ser escutadas. Mulheres que tem uma vida sexual e não querem ser julgadas por isso. Mulheres que não querem ser tratadas como simples objetos sexuais, mas que querem fazer parte da equação sexual no mesmo nível que os homens. Mulheres que quando dizem não é simplesmente não. Mulheres que se importam com o seu entorno social e querem uma vida melhor para todos. Mulheres que querem ser apenas respeitas. Mulheres como sua mãe, irmã, tia, prima, namorada, amiga ou você mesma. Mulher. Pobre. Gorda. Negra. Favelada. Empoderada. E Bandida é só sobre isso tudo e mais um pouquinho, pois só de uma mulher que vive tudo isso na pele como Carol é capaz de mostrar a realidade de maneira nua e crua. Não há sobre o que discutir sobre a mensagem que a MC quer passar, mas podemos falar sobre a parte musical de maneira mais rígida.
Para um primeiro álbum de uma MC lançado sem ter nenhuma gravadora grande por trás, Bandida tem uma produção que se pode classificar como impecável. Comparando de maneia técnica com o primeiro álbum da Anitta, Bandida é praticamente o Lemonade em todos os quesitos. Todavia, MC Carol ainda precisa dar uma refinada em sua sonoridade funk/hip hop para encontrar um lugar em que, ao mesmo tempo, consiga respeitar as suas origens e encontrar a sua própria sonoridade. Tirando isso, a produção de Leo Justi consegue um trabalho divertido, com batidas fortes e viciantes e em, algumas vezes, geniais. Uma delas é o hino nacional que deveria ter sido o hit de 2016: 100% Feminista com a rapper e outro novo ícone feminista Karol Conká. Canção que consegue ser melhor que toda a carreira da Ludmilla, Anitta e qualquer "diva" do funk surgida nos últimos anos. Dona de uma voz forte e marcante, MC Carol é o veiculo perfeito para transmitir com uma ironia fina e um poder desconcertante as letras diretas que compõem Bandida. Não seria a mesma coisa sem a interpretação de canções como A Vingança (sobre uma tentativa frustrada de um estrupo), Não Foi Cabral (uma verdadeira aula de história) e a retumbante Delação Premiada. MC Carol e o seu Bandida podem não fazer o gosto de muitos, mas, acreditem, é extremamente necessário para a construção de novas gerações de mulheres mais conscientes do seu papel na nossa sociedade. E viva o empoderamento!
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