5 de janeiro de 2017

Os 50 Melhores Singles de 2016 - Parte IV






Parte I
Parte II
Parte III


20. Send My Love (To Your New Lover)
Adele


"Produzida por Max Martin e Shellback, o single é um pop/R&B com uma batida deliciosa, animada, descontraída e contagiante que combina perfeitamente com o intuito da composição. A canção é uma "celebração" ao fato da narradora ter conseguido se "livrar" daquele amor que a fazia mal e, para mostrar a sua felicidade, apenas deseja o melhor para a pessoa. Mesmo com uma força emocional mais leve que os grandes sucessos de Adele, Send My Love (To Your New Lover) continua a mostrar a capacidade da cantora em escrever letras fortes que conseguem encontrar ressonância em qualquer pessoa, pois o sentimento exposto é humano e verdadeiro. É Adele. E é também pop. É outro acerto na sua carreira."


19. Piece by Piece (Idol Version)
Kelly Clarkson


"Apesar da recepção morna comercialmente ao álbum e os dois singles já lançados, Piece By Piece conseguiu um destaque impressionante após Kelly apresentar na temporada que marca a despedida do American Idol, o programa que a revelou. Em uma performance emocionada e emocionante, Kelly contou a canção apenas acompanhada de um piano. Lágrimas rolaram: Kelly, os jurados, a platéia, os candidatos e muitas pessoas em casa. Não era preciso ter vivido a mesma situação que Kelly para se emocionar, pois a poderosa performance dela já era o suficiente. Como resultado, a canção vendeu mais de 200 mil cópias no iTunes e estreou em oitavo na Billboard. Apenas com o poder da emoção de Kelly, aliado, claro, com o seu talento."


18. Green Aphrodisiac
Corinne Bailey Rae


"Green Aphrodisiac é uma volta a sonoridade básica da cantora: pop jazz/soul music com uma atmosfera delicada e downtempo. Com essa construção, Corinne fica a vontade para deixar a sua graciosa e delicada voz brilhar em uma performance sensível e acolhedora. Apesar de segura demais, a produção faz um trabalho perfeito, deixando bem claro que todo o requinte da canção é graças a cantora e a bela composição que faz uma ponte entre os encantamentos da primavera e o amor. Ouvir Green Aphrodisiac é um sopro de vitalidade nos corações. Uma pequena pérola."


17. After the Afterparty (feat. Lil Yachty)
Charli XCX

"Produzida por StarGate e Fred Gibson, After the Afterparty é uma deliciosa e gostosa mistura de eletropop e downtempo que poderia muito bem ser a nova música da Katy Perry, mas que no colo de Charli XCX ganha personalidade realmente distinta e com uma atmosfera próprio do pop de Charli. Acredito que a principal razão para que After the Afterparty seja tão boa é os riscos que a produção corre ao dar nuances que quebram a batida, criando uma sonoridade bem diferente das principais canções pop de sucesso atualmente. Além disso, a composição sobre festejar sem culpa consegue sair do lugar comum com um monte de referências pop espalhadas e uma estrutura de versos interessante e única."


16. Side to Side (feat. Nicki Minaj)
Ariana Grande


"Produzida por Max Martin e Ilya Salmanzadeh, o single é uma das canções mais divertidas do ano e um dos melhores singles de Ariana até hoje. Side to Side tem uma sonoridade que mistura na medida certa reggae com pop e R&B sem descaracterizar nenhuma dos gêneros, mas tendo a perfeita consciência de criar uma batida comercial e vendável. Dançante e sensual sem soar vulgar ou desesperada, a batida da canção é o veiculo perfeito para Ariana (em performance poderosa e digna de uma diva pop) em a sua terceira colaboração com a Nicki Minaj (em um desempenho excelente e cheio de personalidade) falarem sobre sexo de maneira sem puderes e bem escrita."


15. Bang Bang
Green Day


"A canção tem um polêmico e atual ponto de vista: o de uma atirar em massa. Bang Bang tem a interessante proposta de discutir o papel da sociedade e, principalmente, da mídia no surgimento desses psicopatas. Não apenas discutir, mas criticar pesadamente a influência nessas pessoas que a banda denomina como "o pequeno psicopata do papai e o soldadinho da mamãe". Graças ao lado ácido e inteligente que o Green Day sempre teve em discutir temas espinhosos como esse, Bang Bang não se torna em um panfleto para a xenofobia ou qualquer preconceito, pois a composição é bastante clara em apontar dedos ao colocar a culpa em pessoas e, não, em uma religião."


14. Love On the Brain
Rihanna


"Encorpada, cheia de nuances e, principalmente, com uma interpretação visceral, Rihanna entrega em Love On the Brain uma performance que é um marco decisivo na sua carreira. Para quem achava que esses vocais são apenas na versão ao vivo, a cantora mostrou ao vivo que ela realmente está "sambando na cara" de muitas pessoas. Claro, os vocais dela não teriam o mesmo efeito se a canção não correspondesse a altura, mas Love On the Brain é o perfeito veículo com a sua instrumentalização poderosa e a sua composição dramática sobre as idas e vindas de um romance turbulento."


13. The Sound Of Silence
Disturbed


"Alcançado uma popularidade surpreendente para uma canção do gênero nos dias de hoje, a versão da banda é uma canção épica e poderosa em quantidade, ao contrário da versão original: um contido e melancólico folk com vocais intimista e extremamente contemplativos. Se de um lado temos um clássico atemporal que é a versão original, do outro temos uma versão muito bem conduzida que valoriza o poder dos vocais grandiosos (o maior acerto é o seu começo "suave" que vai crescendo a medida que o arranjo também cresce). Entretanto, o que faz de qualquer versão da canção valer a pena é o que não muda em todas as vezes: a sua letra."


12. Hold Up
Beyoncé


"Produzido pela própria cantora ao lado do Diplo e Ezra Koenig da banda Vampire Weekend, Hold Up é uma vigorosa e deliciosa reggae fusion com uma batida milimetricamente construída em uma base minimalista. A sonoridade tão contida é perfeita para ser o veiculo para toda a explosão de sentimentos que guarda a composição e os vocais da cantora. Ao falar explicitamente sobre a seu desilusão com Jay-Z e o casamento, a cantora mostra um lado humano seu quase perdido no mundo pop de hoje. Ácida, engraçada e de uma sinceridade desconcertante, Hold Up é o tipo de canção que apenas um artista com a sua carreira nas mãos tem a capacidade de criar. E só uma grande cantora como Bey é capaz de entregar ao não se baseando em poder vocal, mas em uma interpretação avassaladora em encarnar uma especie de dona de casa a beira de um colapso nervoso, confrontando o marido infiel sem perder, porém, a aparente calma calculada."


11. Delação Premiada (feat. Leo Justi)
Mc Carol



"A canção não é um funk, mas, na verdade, um forte hip hop/rap com alguns toques de funk. Dessa maneira, Carol e sua presença marcante e poderosa entrega uma performance muito mais ligadas aos grandes nomes do rap do que uma simples funkeira. Todavia, o grande destaque da canção é sua composição instigante, direta, critica e tristemente verdadeira. Carol cita dois casos de pessoas que foram mortas supostamente por policias: Amarildo e o DG (o dançarino que era do programa Esquenta da Rede Globo). Além disso, a composição critica não apenas a policia, mas o papel da grande mídia em relação aos acontecimentos. Sem fazer apologia a bandidos ou a vida de crimes, Delação Premiada é um retrato bem real sobre a nossa atual sociedade e não há nada mais de preciso do que o seguinte verso da canção:

"Três dias de tortura numa sala cheia de rato
É assim que eles tratam o bandido favelado
Bandido rico e poderoso tem cela separada
Tratamento VIP e delação premiada""

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