Tinashe
Nos anos noventa era comum muitas cantoras de R&B não conseguirem manter o mesmo padrão de qualidade depois de estourarem comercialmente. Hoje em dia é muito mais fácil uma artística manter a qualidade artística mesmo sem precisar de estouras nas paradas. Esse é caso da Tinashe que viu o seu Nightride, segundo álbum da sua carreira, estrear apenas na 84° posição da Billboard. Mesmo assim, o álbum continua mostrar o talento da cantora, ajudando ela a construir uma carreira muito promissora.
Primeira parte de um projeto divido em dois (s segunda parte será lançada ainda esse ano e será intitulada de Joyride), Nightride é um low profile, cadenciado, sensual e envolvente trabalho que construí a sua sonoridade R&B alternativo de uma maneira muito bem amarrada e com um fluidez impecável. Mesmo com quinze faixas e mais de cinquenta minutos de duração, o álbum passa de maneira limpa e sem grandes percalços. O união de produtores que conhecem bem o gênero e possuem uma visão bem centrada, sendo o mais famoso o The Dream na deliciosamente dançante Company, ajuda a pavimentar o caminho que a Tinashe está percorrendo, adicionado algumas nuances ao incluir toques de eletropop, neo soul, art pop e art R&B sem perder, porém, o seu foco principal da cantora. Talvez o principal problema de Nightride seja ter uma coesão muito forte de uma faixa para outra, gerando assim uma impressão forte que o trabalho é monótono. Não que em alguns momentos isso não possa ser quase uma verdade, mas é preciso prestar certa atenção e notar a riqueza sonora aqui já que é ela está presente nos detalhes pequenos e, não, no contexto geral. Evoluindo como cantora, Tinashe tem o perfeito balanço de sensualidade, doçura e "malandragem" para carregar o álbum nas costas e, mesmo com uma voz limitada, imprimir a sua personalidade. Já que ao contrario de outras cantoras com estilo parecido é bem mais fácil identificar uma canção da cantora pela voz apenas ao ouvi-la. Liricamente, Nightride lida de maneira madura e refinada ao falar sobre sentimentos mais "mundanos" e sombrios como, por exemplo, sexo e decepções amorosas. Sem precisa depender de rappers ou outros nomes que não seja apenas o seu, Tinashe encontra o seu melhor em dois momentos: You Don't Know Me e Spacetime. Cada uma delas mostra o perfeito balanço entre o lado mais comercial da cantora e aquele que quer as barreiras do seu próprio limite. Nightride é prova cabal que sucesso comercial deveria ser apenas um acessório de luxo e não ser o proposito central da carreira de qualquer artista. E que bom que ainda temos nomes como a Tinashe que mostram essa verdade para o público.
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