Harry Styles
Toda sala de aula tem aquele aluno que não é exatamente o melhor da turma, mas que, de alguma forma, tem uma inteligência tão peculiar que não importa o seu comportamento ou a maneira em que entrega um trabalho sempre irá conseguir se destacar devido ao seu imenso esforço e carisma? Então, essa é sensação exata que passa o primeiro álbum do Harry Styles como artista solo: ele não é o melhor ou o mais talentoso, mas tem um magnetismo tão imenso e demonstra que quer tanto ser reconhecido que dá tudo o que tem para criar um trabalho bem acima da média.
Harry Styles, o álbum, tem como primeira marca o fato da sua sonoridade ser completamente oposta ao que o cantor fez quando era parte do 1D: rock, puro e simplesmente rock. Styles na verdade está finalmente revelando quem é a sua persona artística, emoldurando as suas principais referências musicais que não poderia "revelar" anteriormente. E essas referências são basicamente uma gama longa e muito interessante de nomes do rock entre a década de setenta e oitenta que vai desde o Queen, passando pelo The Who e Pink Floyd e chegando até em Elton John, The Beatles e os Rolling Stones. Ainda é adicionada algumas pitadas de glam rock do Bowie, o britpop do Oasis e a intensidade do Aerosmith na mistura. O resultado final é Harry Styles nascendo como o astro do rock que ninguém poderia prever que existia, mas que, agora, pode está no caminho de ser um dos maiores dessa geração. Não que o álbum seja revolucionário, pois está bem longe disso já que, criativamente, a produção capitaneada por Jeff Bhasker entrega um produto redondinho, bem feitinho e com um produção que não vai muito mais longe do que o necessário para estabelecer o artista como cantor solo. Além de estabelecê-lo, o trabalho ajuda a criar uma identidade completamente próprio, ajudando a fazer de Harry um nome que se destaca na multidão ao nadar contra a corrente. Ajudado por um visual marcante da sua figura de um carisma único que apenas um britânico possui, Harry também tem um outro grande fator que ajuda o seu começo de carreira a se tornar um dos mais interessantes dos últimos tempos: a sua voz.
Provavelmente "escondido" devido a dinâmica de estar em uma boy band e/ou preso nas características das canções naquela época, Harry Styles nunca pode mostrar exatamente o seu poder vocal como mostra no seu álbum. Limpa, versátil e com um alcance considerável, Harry é um verdadeiro sopro de ar fresco em um tarde de verão indiano com performances carismáticas e, em vários momentos, poderosas. Esse é o caso do single Sign of the Times, mas é quando o cantor busca algo mais intimo e pessoal que a sua voz encontra o equilibro perfeito como na romântica/melancólica Two Ghosts ou a sexy rock setentista estilo Rolling Stones Only Angel. Outro ponto positivo é a maturidade que as composições são apresentadas que conseguem se misturar perfeitamente com o ar descolado que o cantor quer apresentar. Talvez ainda falte muito espaço para o crescimento poético das construções das letras, mas já é um excelente começo quando se tem delicadas e tocantes letras com a de Sweet Creature ou a dramática From the Dining Table. Dando tudo que poderia dar hoje em dia, Harry Styles vai se transformando no astro que muitos poderiam até prever que ele iria, mas que nunca imaginariam que esse curioso e surpreendente caminho.
2 comentários:
Eu amei. Minha favorita que não sai do repeat é Woman.
Adoro seu blog, suas críticas. Já pensou em ter um site próprio? Mais atenção com palavras incompletas , q faltam letras ou não estão presentes em algumas de suas críticas. Uma boa revisão antes ajuda :) Continue escrevendo vlw
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