13 de julho de 2017

Primeira Impressão

Ctrl
SZA




O ano de 2017 não será lembrado exatamente como um bom ano para cantoras pop como já foi discutido aqui algumas vezes. Entretanto, existem algumas boas noticias, principalmente vindo das novatas. A mais famosa foi a Lorde que consolidou o seu lugar no novo panteão com o lançamento do aclamado Melodrama. Na mesma época, outra cantora novata também lançou o seu álbum, ajudando a começa a construir o seu nome entre os mais quentes do atual cenário musical: Solana Imani Rowe mais conhecida como SZA.

Depois de lançar vários eps de maneira independente e começar a construir uma reputação, SZA finalmente assinou com uma grande gravadora para lançar o seu primeiro álbum. Intitulado Ctrl, o trabalho é responsável por não ser apenas um veículo para a cantora, mas, também, por ser um dos melhores de R&B do ano e, por tabela, um dos melhores de um artista novato de 2017. Ao mesmo tempo em que o álbum se mostra um trabalho refinado, Ctrl também possui uma sonoridade moderna e descolada indo em uma direção indie R&B/pop indie/neo soul. Apesar de não apresentar nada de novo exatamente, a produção do álbum consegue entregar um resultado final redondinho e carismático ao saber construir pequenas grandes faixas com personalidade de sobra. Boa parte disso é devido a própria SZA que tem uma atmosfera incrivelmente convidativa, envolvente e criativa, mesmo ainda soando parecido com as suas influências. 

SZA é como se fosse uma millennial cruza da Eryka Badu com a Lauryn Hill. Uma versão feminina de nomes como o Frank Ocean e Khalid. Uma nova voz para uma nova geração assim como a Lorde, mas quer tem um público diferente da cantora da Nova Zelândia. Suas composições refletem sobre assuntos "banais" como amores fracassados, corações quebrados, insegurança e depressão, mas tudo feito através de um olhar aguçadamente inquieto, ácido, sincero, muitas vezes melancólico e sempre extremamente inteligente. Não há composições fracas em Ctrl. Todas as letras são trabalhos recheados de uma visão completamente única sobre problemas comuns que, obviamente, possuem um alvo mais especifico. Todavia, ao contrário da Lorde, SZA parece conseguir um resultado lírico mais convidativo para qualquer público. Além disso, a cantora e os seus parceiros têm uma sabedoria mais pop ao adicionar elementos e uma pegada bem pop e divertida. Como cantora, SZA tem uma personalidade única ao entregar performances constantemente contidas, mas cheias de nuances e versatilidade. Como disse antes, SZA transita perfeitamente entre os vocais de Badu e Hill de uma maneira delicada, cool e charmosa. O grande momento de Ctrl fica por conta da ótima The Weekend, mas o álbum tem outros momentos de destaque como Supermodel, Doves In the Wind com a participação do Kendrick Lamar, Drew Barrymore (sim, o mesmo nome da atriz, mas que não fala sobre a mesma e, sim, sobre a atmosfera que a atriz passa hoje em dia), Broken ClocksNormal Girl. Assim como a Lorde, SZA ainda precisa evoluir como artista para alcançar um nível ainda mais elevado, mas esse começo é um aviso do que pode estar por vim. E, caso se concretize, estamos na presença de uma das maiores artistas do futuro.

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