15 de novembro de 2017

Primeira Impressão

Reputation
Taylor Swift


Ela é odiada exatamente no mesmo nível que é amada por uma parte do público. Qualquer um que acompanha o mundo pop nos últimos anos tem alguma opinião sobre Taylor Swift, sendo ela boa ou ruim. Todos podem ter algo para falar sobre a cantora, mas, sejamos sinceros, não admitir que a cantora conseguiu se tornar um dos pilares do pop atualmente é quase uma heregia.

As suas vendagens são astronômicas, principalmente dos seus álbuns que até o momento não teve nenhum com número menos que cinco milhões (o último, 1989, passou a casa dos dez milhões), os seus singles se tornaram grandes sucessos internacionais ao longo dos anos (cinco alcançando o topo da Billboard), clipes com bilhões de visualizações e a cantora e uma das duas mulheres a vencer o Grammy de Álbum do Ano duas vezes (ao lado da Adele). Isso é apenas para citar algumas das conquistas da cantora, pois se fosse para listar todas seria quase uma tese. O que quero dizer é que a cantora pode ter uma vida pessoal muito agitada, para não dizer outra coisa, mas a mesma conseguiu fazer de vários limões uma baita de uma limonada, mesmo que artisticamente a cantora esteja bem longe de ser genial assim como o gerenciamento da sua carreira. Felizmente, a cantora entrega em Reputation o seu mais divertido álbum até o momento. Antes de começar a falar das qualidades que o álbum possui, porém, irei citar quais são os defeitos do álbum, pois assim tiramos o mais fácil do caminho.

Taylor não tem e nunca será dona de uma voz que seja realmente sensacional. Não que a cantora seja ruim, mas a sua voz fica exatamente no meio do caminho. Limitada e com uma personalidade blendTaylor Swift conseguiu ao longo dos anos aprender a usar o seu timbre de uma forma que conseguisse "caber" dentro das suas canções, principalmente depois que fez a transição do country para o pop. Caso a cantora fosse dona de uma voz encorpada e poderosa, mesmo que ainda estive ainda em evolução, o resultado final de cada canção seria completamente diferente e, certamente, seria muito melhor. Um ótimo caso é a grandiosa Don't Blame Me que com o seu toque gospel devido ao coral usando fica um pouco aquém do que poderia ser na voz da cantora. Isso não impede, porém, de Taylor navegar pelo álbum sem maiores problemas vocalmente. Outro defeito que é a outra face de uma das suas qualidades é o fato de todos saberem que cada canção no álbum possui um destino certo, sendo desafetos, ex-amores ou/e atuais paixões. Obviamente, escrever canções para essas pessoas não é novidade para quase nenhum tipo de artista, mas, no caso da Taylor, tudo é tão high profile que fica difícil quem ouve não ficar tentando descobrir para quem é aquela faixa em especial, tirando um pouco do brilho da qualidade das composições. Todavia, essa falha não impede que Taylor Swift seja uma compositora capaz de unir o melhor do pop com um lado emocional como poucas.

Entre amores, inimigos e amores inimigos, Taylor Swift desenvolve em Reputation uma imagem mais real sobre quem é a Taylor Swift: uma jovem imperfeita que transita bem entre a boa "girl next door" e a Regina George sem maiores pudores, deixando de lado a falsa impressão de ser a "pobre garota rica" que ela tentou impor nos seus últimos trabalhos. Bem mais livres dessas amarras, a cantora é capaz de simplesmente ligar o foda-se e se divertir sinceramente. O que não muda e é o que faz toda a diferença na carreira da cantora é o seu talento para escrever ao lado de seus parceiros letras que possuem a capacidade de criar imagens que são ao mesmo tempo belas e totalmente pop. E quando falo pop estou falando do velho e bom pop que é feito de ótimos refrões, referências e inteligência. Cada canção é um pequeno reservatório preciso de como escrever uma canção pop na sua melhor forma. Não existem muitos fillers, pois a maioria das canções tem verdadeiro potencial comercial. Sonoramente, Taylor continua a entregar o vem fazendo desde que se bandeio para o pop que é um redondinho, bem elaborado e de acabamento perfeito pop/electropop contemporâneo/comercial. Coeso do começo ao fim, Reputation tem os seus melhores momentos quando a produção parece dar uma aprofundada na sonoridade de Taylor com canções mais complexas como, por exemplo, na já citada Don't Blame Me e, também, em I Did Something BadGetaway CarDress. Reputation não é o melhor álbum do ano e muito menos o melhor de pop, mas, felizmente, Taylor Swift parece uma cantora bem mais ciente que o seu lugar no mundo pop é bem melhor do aquele que a própria achava que era dona. Isso é fato, você a amando ou a odiando.

2 comentários:

G. RLS disse...

A resenha contém erros.. Sempre bom revisar J.. Abraço

Jota disse...

Obrigado pelos comentários! Irei revisar o texto!

Valeu e voltem sempre!