Agora chegou a hora de começar a revelar quais foram os melhor álbuns de 2017. Analisando em retrospectiva, o ano aqui no blog pode até ter sido dominado pelo pop, mas não foi o pop que a maioria poderia esperar. Além, claro, de alguns momentos que fogem completamente do estilo. Então, sem mais delongas aqui está a primeira parte da lista. Espero que gostem!
25. SYRE
Jaden Smith
"Primeiro álbum da sua carreira, SYRE mostra que Jaden Smith é um dos primeiros nomes a alcançar o grande mainstream a ser diretamente influenciado pelos dois maiores nomes do rap da atualidade: Drake e, principalmente, Kendrick Lamar. Assim sendo, a produção do álbum dá para a sonoridade do rapper uma característica de querer ser mais que apenas rap/hip hop e, sim, um trabalho que possa se expandir em vários gêneros, criando uma atmosfera rica e trabalhada que consegue criar arte daquilo que era considerado um gênero de segunda classe. Ao não seguir o caminho mais fácil do atual rap/hip hop e entregar batidas perfeitas para as paradas fica fácil notar que Jaden tem mais maturidade que a maioria dos artistas da sua faixa etária."
24. Wonderful Wonderful
The Killers
"Wonderful Wonderful é filho do The Killers e nem precisa de teste de DNA, pois o trabalho é a cara do pai, isto é, de Brandon Flowers. Basicamente, a banda meio que repete a sonoridade que o vocalista entregou nos seus trabalhos solos, mas com o diferencial de aqui o resultado final soa mais orgânico, rasteiro e bem menos épico. Isso não é um defeito, mas é uma pedra do caminho da banda já que o estilo deles parece melhor combinar quando o volume criativo está no máximo. De qualquer forma, Wonderful Wonderful é uma mistura fina de indie rock/pop, rock alternativo, dance rock e new wave que foi cozido em uma panela enfeitada de luzes neon."
23. The 1st
Willow
"Quem não escutou nada que a jovem fez após o seu começo irá levar um susto com o que vai ouvir em The 1st. Caso ouça sem ninguém falar que é a filha do Will Smith nunca irá passar pela mente quem é a artista em questão. O álbum está anos luz de qualquer comparação com Whip My Hair, exceto pela presença da mesma cantora. Ou nem isso podemos dizer exatamente. A artista em The 1st é uma persona que apesar da pouca idade parece ser bem mais velha e sábia que muitas cantoras nos seus trinta e poucos. Começa pelo fato de Willow ir em direção a uma sonoridade bem crua, orgânica e artística, beirando quase uma construção experimental. Com alguns minutos ouvindo a incrível faixa que abre o álbum (Boy) fica fácil notar qual a influência central da sonoridade da jovem: um estilo singer-songwriter feminino indie pop/R&B que emoldura o que nomes parecidos fizeram nos anos noventa como, por exemplo, Alanis Morissette (mais precisamente em Supposed Former Infatuation Junkie), Tori Amos e Fiona Apple. Além disso, a sonoridade em The 1st também tem toques de Joni Mtchell e Kate Bush em alguns aspectos. Madura, muito bem conduzida e de uma uma sensibilidade musical impressionante, The 1st é um álbum de uma artista que, ao mesmo tempo , ainda está se descobrindo e não tem medo de quem quer ser. Willow parece completamente desprendida da noção de querer sucesso comercial e muito menos de aceitação da critica. A jovem coloca a sua musicalidade em primeiro lugar."
22. Pollinator
Blondie
"Capitaneado por Debbie Harry, um verdadeiro ícone feminino do rock, Blondie é uma daquelas bandas que parecem que envelhecer não é uma palavra que tem um significado real. Com os três principais membros na casa dos sessenta e setenta anos, a banda consegue fazer do novo álbum um refrescante e divertido trabalho de new wave/pop rock que ajuda a colocar no chinelo um monte de "jovenzinhos" por aí. Produzido por John Congleton, acertando o tom ao contrário com que fez com a Nelly Furtado, Pollinator é um trabalho que consegue deixar intacta a sonoridade do grupo em um trabalho instrumental impecável e com um senso estético preciso e refinado, mas que não tem o mesmo estofo que os grandes momentos da banda."
21. Take Me Apart
Kelela
"Depois de lançar a mixtape Cut 4 Me e o EP Hallucinogen, alcançando grandes destaque com a critica especializada, Kelela lança o seu primeiro álbum completo disposta a dar prosseguimento a evolução da sua sonoridade R&B alternativo/avant-grand. Obviamente, a ideia não é algo novo e a cantora está em um nicho com vários nomes de destaque, mas existe algo em Kelela que a ajuda a ganhar destaque nessa pequena multidão. O principal dele é a sua refinada e apuradíssima visão lírica que sabem como explorar temas como amor, romance, sexo e vulnerabilidade sentimental de maneira madura, poética e com um senso estético que transita muito bem entre o artístico e o pop sem nenhuma perda significativa. Clássico, mas o mesmo tempo moderno. Sério, mas ao mesmo tempo divertido. Sonoramente, Take Me Apart é uma rica e bem elaborada mistura de R&B alternativo com uma grande dose de influências distintas que vão do R&B mais comercial e o dance-pop, passado pelo UK garage e música eletrônica e chegando ao simples e puro pop e ritmos menos conhecidos como influências africanas."
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