1 de agosto de 2018

Primeira Impressão

Pray For The Wicked
Panic! At the Disco




Durante os meus tenros anos de adolescência lá pelos meados dos anos dois mil surgiu uma onde de bandas "emos" que se tornaram um grande febre perante vários dos meus contemporâneos. Não foi o meu caso, pois tinha um gosto musical bem mais inclinado para o pop. Isso não quer dizer que não tenha ouvido ou até gostado de alguns anos após esse período, principalmente do Fall Out Boy nos últimos tempos. Então, não tenho medo de dizer que até o momento nunca tinha de fato nenhuma música de um dos principais nomes dessa geração que ainda está na ativa: o Panic! At the Disco chega ao sexto álbum ainda cativando seu público fiel, mas que não deve capitanear novos admiradores.

Falar que o Panic! At the Disco é ainda a banda que começou lá em 2005 é bem distante da verdade, pois Pray For The Wicked é um álbum de uma banda de um homem só: o vocalista Brendon Urie é último remanescente da formação original. Na verdade, o álbum seria o primeiro trabalho solo do artista, mas preferiu manter o nome Panic! At the Disco como "pseudônimo". De qualquer forma, acredito que a essência da banda tenha se mantido, apenas mostrando a evolução da sonoridade ao longo dos anos. Sem ter muita base sobre como era a sonoridade e como foi a transformação da banda da banda, acredito que Pray For The Wicked tem uma maturidade interessante a uma personalidade muito bem definida, mas que não é para todos os públicos.

Pray For The Wicked é um dançante e divertido álbum de pop rock/dance pop que impressiona ao ser uma metralhadora de canções carismáticas uma atrás da outra. Influenciado pela experiência de Brendon na Broadway, o álbum tem uma atmosfera teatral, despretensiosa, leve, gostosa e lindamente envernizada com toques de soul e jazz, graças ao uso de samples de canções desses gêneros. Apesar de ter uma estética rebuscada em vários momentos, Pray For The Wicked é bem mais fácil degustação que se poderia imaginar, mas que impõe a personalidade do artista/banda de forma ímpar. Além disso, outro ponto forte é a presença vocal de Brendon que sempre foi conhecido pelos seus dons atrás do microfone. Dono de uma voz poderosíssima e cheia de nuances, Brendon entrega impressionantes performances, transitando perfeitamente entre o divo pop e a estrela do rock com a mesma graciosidade e força em todas as canções. O grande problema em Pray For The Wicked é uma das características que fizeram a banda famoso: a sua verborragia.

Durante tudo esse tempo do blog sempre analisei composições das mais diversas, sempre tentando entender não apenas a tradução, mas, também, a mensagem que cada um quer passar. Algumas tive dificuldades, principalmente em letras de hip hop ou de artistas mais "cabeças". Todavia, sempre conseguir captar a essência principal das canções e avaliar a qualidade lirica e temática. Aqui em Pray For The Wicked essa tarefa foi bastante complicada devido a estética das letras da banda, pois tudo é muito ornado, rebuscado, complicado e, por muitas vezes, pretensioso. Não é só na questão temática, mas, principalmente, nas construções sintáticas que apelam para imagens de uma grandiosidade exagerada e que parece que quer mostrar inteligência. O mais curioso é que as composições não são exatamente ruins, pois visto de um olhar técnico são trabalhos primorosos e de uma aguçada visão gramatical, pecando assim pelo o sei teor. De qualquer forma, Pray For The Wicked tem bons momentos como a dance-pop/pop rock (Fuck a) Silver Lining, a quase pop soul Hey Look Ma, I Made ItHigh Hopes e a sua batida que lembra a sonoridade do começo da banda, a divertida Roaring 20s e a melhor de todas Dancing's Not a CrimePray For The Wicked é um álbum até fácil de gosta, mas difícil de entender, principalmente para um não fã do Panic! At the Disco. E talvez essa seja a sua grande qualidade.


Um comentário:

RAFAEL disse...

Curti d+ a apresentação deles no VMA !!