The Fame Monster
Lady GagaNão é novidade para ninguém que a Lady GaGa se tornou com todos os méritos um dos maiores nomes da indústria fonográfica de todos os tempos. E assim como todos os nomes que estão nessa lista existe um momento que podemos apontar como o exato instante que um artista abriu as portas para a consagração definitiva. Esse momento para a GaGa é quando a mesma lançou o EP/Deluxe The Fame Monster em 2009.
Depois do sucesso imenso de The Fame, a cantora resolveu voltar estúdios para gravar novas músicas para essa versão deluxe. Com maior liberdade artística devido ao sucesso alcançado, GaGa se baseou em experiências pessoais para escrever as oito nova canções. Além disso, a maior liberdade criativa trouxe para a sonoridade a ousadia necessária para pegar as faíscas de genialidade ouvidas no álbum “inteiro” e as transformarem em incêndios de proporções épicas. E é isso que a GaGa faz em The Fame Monster, a sua opus Magnum e um melhores trabalhos pop de todos os tempos. Tudo começa com a canção que deu ao mundo tudo o que a gente não sabia que precisaria: a genial Bad Romance.
Mesmo com anos depois de seu lançamento, Bad Romance é a canção definitiva da carreira da GaGa ao entregar uma canção pop atemporal, única e simplesmente genial. O single é o tipo de trabalho que ao envelhecer consegue ficar ainda mais atual, pois o atual cenário pop não existe nada que ao menos se aproxime perto do impacto e genialidade por trás da sua construção. Uma electropop/dance pop, Bad Romance tem na sua complexa instrumentalização que a faz se tornar grandiosa, épica e com uma batida descomunal. O clímax final da canção é um momento simplesmente forjado nas oficinas dos deuses pop que nem consigo explicar com exatidão todo o que ainda sinto até hoje escutando. Além disso, a icônica composição que fala sobre viver em um relacionamento tóxico bem antes do tópico ser reconhecido dessa maneira se une com a devastadora performance vocal de GaGa para criar ainda mais essa atmosfera de genialidade. E a faixa é apenas a primeira de The Fame Monster.
Começando a era de lançamentos de clipes blockbusters, Alejandro é um experimento muito interessante da cantora ao ser um flerte com a música latina. Devo admitir que a canção não é uma das melhores do EP, mas, assim como essa era da GaGa, envelheceu muito melhor que o esperado. E um dos motivos é o fato que todas as canções dessa era são sempre encorpadas instrumentalmente, deixando os trabalhos sonoramente com uma força artística única. O resultado da canção é synth-pop/latin pop que fica bem na linha entre o épico e o clichê, mas sempre com um senso artístico muito bem definido. Em Monster, o EP dá uma nova guinada na busca por uma sonoridade ainda mais refinada, madura e internacional. Analisando com cuidado, a faixa é como se fosse a evolução do primeiro hit da GaGa em Just Dance. A batida europop é algo que faz com que a canção tenha essa textura familiar, mas a construção enxuta e rica da produção é o que ajuda a canção a ter tanta personalidade. Até o momento do lançamento do The Fame Monster, GaGa não tinha se mostrado capaz de entregar uma balada pop que pudesse mostrar um lado diferente da hitmaker de canções dançantes, mas isso é completamente mudado com a presença da deslumbrante Speechless. Sonoramente, a faixa é direta: uma balada pop rock. Todavia, a canção é uma verdadeira aula de como construir uma balada desse tipo: instrumentalmente rica, liricamente inteligente, vocalmente esplendido e com uma força emocional realmente tocante. Com claras referencias a sonoridade dos anos setenta, a canção foi o primeiro e real momento que o público pode perceber que por trás daquela cantora excêntrica havia uma artista de verdade. Se descobrimos a GaGa artista em The Fame Monster, o EP também foi responsável por mostra a GaGa esquecida. Se muitos reclamam que a cantora esqueceu o Chromatica no churrasco, o maior “esquecimento” da carreira da cantora é para o lançamento oficial de Dance in the Dark, pois a canção é a melhor da carreira da cantora.
Sim, apesar de Bad Romance ser a definitiva devido, principalmente, o seu sucesso comercial, Dance in the Dark é a magnum opus da GaGa. Imponente, envolvente e completamente única, a canção apresenta uma das melhores produções da história do pop ao criar uma épica jornada sonora. Com um arranjo sombrio e encorpadíssimo, a faixa é uma crônica sobre autoestima, especialmente o feminino. Citando grandes nomes da história como, Marilyn Monroe, Jesus, Princesa Diana, Judy Garland, entre outros, GaGa cria a sua Vogue, mas que, infelizmente, foi esquecida devido ao fato de ter sido lançada como single apenas na Rússia e França sem a gravação do vídeo clipe. Apesar de ter sofrido em menor grau dessa sina da GaGa, Telephone nunca teve uma performance ao vivo ao lado da Beyoncé e, claro, a continuação do clipe nunca veio. Ao menos, porém, a canção teve o seu devido cuidado de lançamento e se tornou um clássico pop instantâneo que ainda resiste depois de anos. A união da GaGa com a Beyoncé é um dos acontecimentos da música mais marcantes das últimas décadas, mas é a qualidade da canção que sempre vai marcar. Destinada originalmente para a Britney Spears, a canção é um cativante, viciante e diretíssimo dance-pop que devido a ter todas as peças no exato lugar funciona muito acima da média para a maioria das canções da época. Como nem tudo são flores, The Fame Monster erra nas suas duas canções finais e, mesmo assim, termina em grande estilo. So Happy I Could Die é a canção menos impactante do todo EP, mas ainda é um trabalho extremamente eficiente, especialmente devido ao seu ótimo refrão. Finalizando o EP está Teeth que erra ao não encontrar um porto seguro para a sua batida extremamente cadencia e decisões estranhas, mas é um experimento com toques de R&B que tem momentos realmente interessantes na condução do instrumental. Mesmo com apenas oito canções, The Fame Monster se consolidou como o maior momento da carreira da GaGa e um dos melhores da música de todos os tempos.
notas
Bad Romance: 10Alejandro: 8,5
Monster: 9
Speechless: 9,5
Dance in the Dark: 10
Telephone (featuring Beyoncé): 9
So Happy I Could Die: 8
Teeth: 7,5
Média Geral: 8,9
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