17 de novembro de 2024

Primeira Impressão

In Waves
Jamie xx



É interessante notar que dois dos principais nomes masculinos de música EDM/electro da atualidade tenha entrega dois álbuns tão diferentes e, basicamente, no mesmo nível de qualidade. De um lado, Porter Robinson em SMILE! :D que quebra expectativas de maneira bem vinda e estranha e, do outro lado, o Jamie xx que entrega exatamente o que a gente queria em In Waves, mesmo que fique um pouco abaixo do que era possível.

Ouvir In Waves é comprovar todo o hype que os singles estavam prometendo, mas, ao mesmo tempo, ficar com o gostinho de ter faltado aquele passo final para elevar toda as qualidades para um outro nível espetacular que poderia facilmente ter atingido. É curioso pensar em o que seria necessário para Jamie xx ter entrega algo ainda melhor, pois o trabalho já é sensacional. Entretanto, pensando mais profundamente acredito que o que faltou é ter um grande momento de simplesmente brilhantismo puro e decisivo que fosse a pedra central do trabalho. Isso, infelizmente, não existe, pois o álbum tem basicamente uma linha linear de qualidade que nunca cai e também nunca vai muito além. E isso é o principal defeito do trabalho que já mostra que apesar de ser um tropeço já mostra claramente o quanto In Waves é ótimo.

Resumidamente, o álbum apresenta uma sonoridade que traz a tona alguns dos subgêneros da musica eletrônica de maneira reluzente e eficiente, indo do EDM ao house com toques de pop, R&B e soul em uma coleção coesa e vibrante de canções do começo ao fim. A produção de Jamie xx é tão competente e certeira no que o mesmo tem em mente que é possível compreender todo a sua sonoridade de maneira clara sem ter escutado nenhuma vez alguma das suas canções. A sua limpeza sonora é o que faz ser o componente de carisma e personalidade centrais que faz de In Waves um trabalho tão envolvente e excitante. Ao se mostrar acessível sem fazer perder a sua personalidade, o produtor é capaz de introduzir referencias mais “obscuras” que o processo de assimilar fica mais fácil para os novatos nesse tipo de canção. E um desses momentos é na sensacional parceria com a Robyn em Life ao estar “em um nível que poucas canções conseguiram ser esse ano e olha que nem é exatamente um trabalho genial. A produção Jamie xx acerta ao criar uma batida que transita entre a farofão eletrônico com a sonoridade Ballroom, sendo envernizado com doses cavalares de funky, hip hop e pop. Essa mistura parece na teoria não funcionar, mas a maneira elegante e inteligente que a canção é conduzida é o ideal para cozinhar tudo isso em um delicioso e substancial sopão”. Outro momento importante do álbum é a uk garage/house Waited All Night em que somos introduzidos uma lado mais sensual do trabalho e tem as presença dos companheiro do produtor na banda the xx, Romy e Oliver Sim. Um ponto realmente interessante do álbum são os usos inteligentes de samples para a construções de várias faixas como é o caso da requintada Dafodil que tem como principal base o uso de Touching You da brasileira Astrud Gilberto. Outros momentos de destaque do álbum ficam por conta de Treat Each Other Right e sua atmosfera que parece ser inspirada no começo dos anos noventa, All You Children com a presença da banda The Avalanches, Baddy On The Floor ao ser “uma elétrica, efusiva e deliciosa mistura de funky house com garage house que acerta do começo ao fim. Não há nenhuma queda na energia inspirada da canção ou qualquer caminho equivocado que a produção toma para diminuir sua batida energética. Os toques de Ballroom ajudam e muito Baddy On The Floor a ganhar sua personalidade de maneira tão distinta, vindo da presença da Honey Dijon” e, por fim, a finalizando o trabalho com a EDM/ambient Falling TogetherIn Waves não é o tsunami que poderia resulta, mas Jamie xx entrega uma excelente tempestade que merece ser apreciada.

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