31 de agosto de 2011

Selo de Qualidade do SoSingles

Love You Like A Love Song
Selena Gomez & The Scene

A modéstia me falta nesse momento em que eu afirmo: eu quase nunca erro. Pelo menos o meu "tino" para talentos na música nunca me decepciona. Desde que eu comecei a acompanhar a trajetória da banda Selena Gomez & The Scene eu já sentia que "havia coelho nesse mato". Apesar dos contras que poderia envolver, principalmente a vocalista ser uma das princesinhas da nova geração da Disney que inclui nomes como Demi Lovato e Miley Cyrus, me despi de pré-conceitos e pude analisar mais cuidadosamente comprovando que as aparências realmente enganam. Mesmo assim, ainda faltava um "que" para a banda (tá, eu sei que mesmo sendo um grupo as atenções do grupo são apenas para a Selena) chegar a nível superior. Eu esperava algum tempo para isso acontecer, mas não é que isso já se realizou.

O segundo single do álbum When The Sun Goes Down é a ótima Love You Like a Love Song. A música é balada pop/eletropop com uma vibe anos oitenta tão bem construída e produzida em cada pequeno detalhe que fica quase impossível não se apaixonar. Claro, que a maior parte desse êxito deve-se a dupla de produtores Rock Mafia que deu a canção essa atmosfera deliciosa com um arranjo sofistica, mas simples em seu "DNA" numa versão teen e atualizada de Annie Lennox (sem comparar talentos, mas sim falando de estilos). Eles também são responsáveis pela composição lindinha que acerta na mosca no bom refrão, mas o resultado não seria o mesmo sem a presença de Selena. Ela é alma da canção. Sua voz se encaixa lindamente na canção e contribuir para o resultado final ser tão bom. Ela não é genial, mas sabe como utilizar seu dom de maneira primorosa. Mesmo a banda não sendo um talento nato, mas a sua construção mostra que mesmas as coisas industrializadas podem ser gostosas. É só saber o que tem no recheio e se tem o selo de qualidade. E pelo menos no SoSingles, o Selena Gomez & The Scene já está carimbado.
nota: 8

Realmente Brava

Brave
Kelis

Saber se um álbum foi bem recebido pela própria gravadora é só olhar para o quanto ele "investe" nele, mesmo o álbum sendo um fracasso comercial. Um ótimo exemplo disso é o Flesh Tone da cantora Kelis que conseguiu chegar ao quarto single.

Em Brave, a cantora mostra porque foi uma das primeiras a investir na mudança de estilo e se jogar no eletrpop: o gênero tem possibilidades gigantescas se usado com sabedoria. A canção não é feita apenas para dançar, Brave tem uma mensagem poderosa passada de maneira simples, mas eficiente. A composição reflete o estado de espírito dela após o fim do casamento com o rapper Nas numa mistura de dor, sentimentos confusos e vontade de sobreviver. Kelis está perfeita em seus vocais contidos e sem o uso exagerados de efeitos. Produzida pela DJ Benny Bennassi, Brave peca um pouco devido a falta de originalidade. Porém a maneira elegante com foi elaborada compensa. Queria que todos os flopes fossem assim. Não seria lindo?
nota: 8


I Am Flop

I Am Woman
Jordin Sparks

O pico foi 89° na Billboard. Em outras palavras: flop. E dos grandes. Esse é a história da canção I Am Woman da Jordin Sparks.

Possível primeiro single do terceiro álbum dela (ainda se nome) a canção foi a tentativa de colocar Jordin no meio do popdance. Apesar do fracasso, a canção não é uma total perda de tempo. Seu grande destaque vai para o bom arranjo que se destaque pela batida forte com tambores marcando o tempo. Exemplo que não precisa seguir a mesma cartilha para criar algo relevante. Com produção do Ryan Tedder (veja resenha abaixo), I Am Woman peca pela letra pobre e fútil. Se não bastasse o uso do mesmo assunto já dominado pela Beyoncé (o poder da mulher), a falta de inspiração complica até mesmo a performance de Jordin perdendo o brilho cantando tantos clichês juntos de uma vez só. Querem apostar quanto, assim que Jordin achar um single com mais potencial, I Am Woman vai virar single promocional?
nota: 6,5

Bom Como Picolé de Chuchu

Brighter Than the Sun
Colbie Caillat


Um picolé de chuchu deve ser uma das coisas mais estranhas de "comer". Em um dia de calor pode até ser refrescante, mas não tem gosto de nada. Refresca sem matar a vontade. Assim é a canção Brighter Than the Sun.

Terceiro single do álbum All of You da Colbie Caillat, a canção é bonitinha, gostosinha de ouvir, mas previsível e esquecível. Um pop/folk bem orquestrado com a produção do Ryan Tedder que foge do "balada" que ele se especializou, mas não entrega nada realmente interessante. A letra é comportada e convencional que não convence como história de amor enquanto Colbie entrega uma performance normal e contida sem maiores atrativos. Assim como picolé de chuchu.
nota: 6

29 de agosto de 2011

Ah, Eu Ri!

Don't Stop The Party
Black Eyed Peas

Finalmente um dos singles do Black Eyed Peas flopou. E digo com o maior prazer: eu adorei. Quem sabe assim eles não voltam a ser o velho e bom Black Eyed Peas de antes?

A responsável pelo fato é a canção Don't Stop The Party que alcançou apenas a 86° na Billboard. O curioso é que a canção nem é tão ruim assim. Claro, comparando com os outros single do álbum The Beginning. Don't Stop The Party tem a qualidade de ser menos irritante e isso já uma coisa incrível. O grande problema da música, e da nova fase do BEP, é que o will. I. am se acha a última bolacha do pacote. Mesmo tendo mais de seis minutos (na versão do álbum) o ego do líder do quarteto não cabe. Ao contrário de Kanye West que direciona sua "personalidade" para criar trabalhos complexos, will. I. am se leva pelo fácil, clichê e o que vai render mais depois. A letra de Don't Stop The Party é a comprovação disso: horrível. As rimas pobres e o teor bobo são vergonhosos. Enquanto will. I. am rouba de forma negativa a canção, seus companheiros rappers ficam a deriva e sem rumo. Já a Fergie se afoga em dois versos que qualquer outra cantora poderia fazer. Vou dizer que um flop nunca me causou tanta alegria. Eu ri e muito.
nota: 5,5

28 de agosto de 2011

Em Que Ano Estamos Mesmo?

Smile
Avril Lavigne

Quando ouço o segundo single do álbum Goodbye Lullaby da Avril Lavigne me vem apenas uma pergunta: porra, que ano é esse mesmo?

Smile parece que Avril entrou em uma máquina do tempo e voltou antes de Let Go e trouxe uma Avril de doze anos para compor e cantar a canção. Sério, Smile está longe de ser uma canção gravada por uma mulher de vinte e seis anos e no seu quarto álbum. É infantil com sua letra de "menina mimada rebelde sem causa" que acha que falar palavrão apenas por falar é "cool", mas quer passar uma mensagem bonitinha e fazer coraçãozinho com a mão. Avril soa também como uma menina de doze anos com uma voz histérica e fininha irritante. Completa o quadro do "pop teen feito por uma quase tiazona", um arranjo banal e bobo. Se ela continuar assim, a próxima será música de roda para crianças do jardim de infância.
nota: 5

27 de agosto de 2011

O Renascimento de Uma Era

Yoü And I
Lady GaGa

No mundo pop que é tão mutável e grande, onde vemos ídolos surgirem e sumirem com a mesma rapidez que uma canção chega ao topo das paradas e modas mudam a cada nova estação, poucas coisas pernanecem como são. Uma delas é a balada pop. Um estilo dentro do gênero que consagrou cantores de um sucesso só e fez com que os grandes nomes quase passassem batidos por ele. Pensem em Madonna e Michael Jackson. Quantas baladas de sucesso eles tem? Difícil, né? Tem que pensar bastante até achar You'll See e You Are Not Alone respectivamente. E pense na Bonnie Tyler e na hora vem Total Eclipse Of The Heart. Em três décadas, a balada pop teve seu auge. Dos anos setenta até o final dos anos noventa. As maiores canções do estilo alcançaram o posto de hit durante esse tempo. Desde Your Song, passando por Time After Time, ganhando força em I Will Always Love You e My Heart Will Go On. Quem não se lembra, mesmo só por vídeo, daquela emocionante performance do Queen com Love of My Life aqui no Brasil no Rock in Rio? E indo um pouco mais para o pop rock ainda temos I Still Haven't Found What I'm Looking For do U2 e a versão de Love Hurts do Nazareth. E eu poderia ficar durante muito tempo falando de mais exemplos e a importância das baladas para o pop. Mas aqui o foco é outro.

Apesar da sua importância, a balada pop perdeu muito espaço nos últimos dez anos. Muito pouco foi feito e as duas últimas canções a terem uma faísca do estilo em seus DNA foram A Thousand Miles e I'm With You. As grandes baladas pop foram substituídas em parte pelo R&B contemporâneo, mas em grande parte foi apenas esquecida. O pop virou "dance" apenas enquanto os outros gêneros ganharam força. Porém, ainda esperança. Há ainda esperança de vermos em um festival uma multidão cantar a mesma música que fala de amor com a mesma intensidade que canta hits das pistas de dança. Há ainda esperança de a balada pop renascer e cumprir seu papel de fazer multidões esquecerem ídolos e gostos e apenas cantar. E quem pode fazer isso tudo é a Lady GaGa.

Se você a odeia, continue assim. Continue com suas preferências. Se você detesta a música Yoü And I, não precisa ouvir e continue falando que a pior coisa do mundo. Mas se você sente falta da época que um cantor, cantora ou banda podia fazer uma multidão cantar apenas usando a voz e um piano, torça pelo o sucesso de Yoü And I. Não, melhor: torça para que a música seja a porta para que novos (ou velhos) artistas façam mais baladas pop. Torça para que elas possam ser tão boas que assim como as músicas que eu citei aí em cima daqui a dez, vinte ou trinta anos seus filhos, netos, sobrinhos ou desconhecidos possam ouvir essa canções e verem o quanto bom era nosso tempo. Pois sejamos francos, qual é a herança musical que vamos deixar para a próxima geração? Restart? Justin Bieber? Rebecca Black? Se você não quer a Lady GaGa como herança, então torça para que apareçam essa pessoas e suas músicas possam ser conhecidas. Odeie Yoü And I, mas não odeie o que ela pode fazer mesmo sem ser um sucesso estrondoso. Torça para Yoü And I, Some Like You e California King Bed seja a ponta de um novo futuro onde o pop vai poder voltar ao que foi. Como eu já disse o que você acha da música em si, não faz diferença, apenas se agarre na idéia. E para quem acha isso já pode parar de ler, pois apartir de agora eu vou dar minha opinião pessoa sobre a canção. Valeu pelo tempo perdido e espero que pense sobre o assunto.

Yoü And I já nasce de certa maneira já predestinada a ser uma balada pop épica. GaGa foi extremamente esperta ao fazer apresentações da canção apenas ao piano muito antes do lançamento do Born This Way. Ela testou a resposta da platéia com a canção e viu que "deu liga". Mais a versão em estúdio saiu melhor que a encomenda. GaGa acertou no alvo ao chamar um especialista em "músicas épicas" para dar a forma em Yoü and I: Robert John "Mutt" Lange. O produtor foi reponsável por inúmeros sucessos de nomes como AC/DC, Def Leppard, Foreigner, Bryan Adams e na época que era marido de Shania Twain, foi produtor do sucesso Come on Over. De Mutt a música ganhou uma sofisticada, poderosa e pungente base misturando rock e pop na batida da bateria, no riff da guitarra e nos toques do piano. A grande sacada da música é o uso do sample. Aquela já familiar e quase transcendental batida da música We Will Rock You do Queen. Quem nunca na vida não fez o "tum, tum, tum, bate palmas"? Além do sample, Yoü And I ganhou a participação do guitarrista da banda Brian May. Enquanto a produção está de primeira, GaGa entrega uma performance impecável. Aqui GaGa mostra que é uma cantora ao conseguir carregar a grandeza da música sem precisar de ser a melhor cantora do mundo. Suas apresentações ao vivo são sensacionais, principalmente quando faz a primeira parte apenas no piano. A composição não é a melhor coisa do mundo, mas entrega os três pontos de uma balada pop com perfeição: fácil de cantar e se identificar, refrão avassalador e com pegada pop. Só isso já está de bom tamanho. Deixamos a profundidade para uma próxima. E uma outra vez. E quem sabe milhares de vezes.
nota: 8,5

Semana Pop

Depois da Semana Country, é a vez do blog dedicar a um dos estilos mais populares: o pop.

New Faces Cap.III

The Shield And Sword
Clare Maguire

Mais capitulo da busca por novos talentos.

Enquanto muitos discutem sobre quem é a nova rainha ou princesa do pop, uma gama imensa de outros cantores pop tão, e até mais, importantes são deixados de lado por boa parte do público, principalmente o mais jovem. Annie Lennox, Elton John, Cindy Lauper e Cher fizeram, fazem e sempre vão fazer parte do alto panteão do mundo pop com honra de deusas (já que o Elton é a mais feminina de todas). Ainda bem que no meio de tantos nomes novos surgidos nos últimos anos também aparecem artistas que buscam esses caminhos "alternativos" no mundo pop. Uma delas é a britânica Clare Maguire.

Um dos principais nomes da nova geração da música inglesa, a jovem de 22 anos vem chamando muita atenção da impressa especializada inglesa a considerando um dos nomes mais promissor dos últimos tempos. E na canção The Shield And Sword, terceiro single do seu primeiro álbum intitulado Light After Dark, fica comprovado que ela é uma das cantoras que vai carregar a bandeira do "pop" , mas sem ser "mais uma em busca do trono". Começa pelos seus vocais: fora do padrões de hoje, Clare tem uma poderosa voz grave e melódica que consegue dar personalidade até a uma cantiga de roda. Comparada a Annie Lennox - e com uma aparência que lembra a Cher quando nova- a jovem faz em The Shield And Sword uma performance perfeita mostrando que é realmente possível ser uma verdadeira cantora em uma música eletropop sem o uso de efeitos para mudar a voz. Claro que isso não seria possível se ela não tivesse nas mãos um material de primeira. The Shield And Sword é uma grande canção pop desde a sua produção refinada que utiliza uma ótima base onde ouvimos o uso de uma banda de verdade para fazer o arranjo. A composição é simples, mas sensacional ao conseguir expor os sentimentos perfeitamente. Além do maravilhoso refrão. É o mundo pop se renovando sem esquecer o passado.
nota: 8,5

A Farofa Nossa de Cada Dia

Don't Wanna Go Home
Jason Derülo

O eletropop virou aquele remédio que você precisa tomar diariamente mesmo você não querendo. A cada dia uma nova dose é empurrada goela baixo. A dose de hoje: Jason Derülo.

Don't Wanna Go Home seria bom se fosse há uns quatro anos atrás. Hoje a canção que abre os trabalhos do segundo álbum de Jason (Future History) é tão batida que as suas qualidades se perdem no meio de tanta coisa repetida. Apesar de ser contagiante e dançante, Don't Wanna Go Home tem o mesmo tema de 90% da canções do estilo "vamos festejar". Além disso, Jason não é um grande interprete restringindo a canção ao lugar comum. Em suma a canção vive em um looping de clichês que já cansou faz tempo. E você já tomou sua dose de hoje?
nota: 6

Nem Tão Bow Wow Wow Assim

Bow Chicka Wow Wow (feat. Lil' Wayne)
Mike Posner

Ah, as ironias que eu posso fazer para criar um título para as minhas resenhas. E o cantor Mike Poser me ajudou ao lançar Bow Chicka Wow Wow como single. Se a música fosse realmente boa era só tirar o "Não" do título e estaria perfeito.

Bow Chicka Wow Wow é um pop/R&B que quase chega lá, mas esbarra em pequenos defeitos. Primeiro, a canção tenta ser uma baladinha como uma pegada de pop rock, mas é tão lentinha que não comove. Tem uma boa produção cortesia do grupo The Smeezingtons (do Bruno Mars). Enquanto Mike acerta nos vocais mais simples e suaves e o Lil' Wayne está completamente desnecessário. Segundo, a letra recorre a repetições de palavras para criar uma harmonização fonética que a faz ficar chata e repetitiva. E olha que ela é até interessante em sua idéia. Queria que todas as músicas, boas ou não, pudessem me ajudar a criar um nome quase pronto para o titulo, pois vocês não sabem o sufoco de criar uma diferente a cada resenha!
nota: 6,5

26 de agosto de 2011

Com Direito a Mofo

One Night Stand (feat. Chris Brown)
Keri Hilson

Sabe aquele mofo que se forma em um pão depois de algum tempo? Na música também tem isso. Algumas músicas com o passar dos anos envelhecem mal e criam essa "cobertura". Mas tem algumas canções novas, que já saem de "fábrica", mofadas. Assim é One Night Stand da Keri Hilson.

Terceiro single do álbum No Boys Allowed, a canção conta com a participação do Chris Brown nos vocais e também na composição. One Night Stand é uma R&B que mais parece ter saído do final dos anos noventa começo dos anos dois mil. A produção, mesmo boa, é datada ao criar esse dueto balada/sexy com uma batida cadenciada nada "pungente". A letra é passável. Não é vulgar, mas não consegue ser sexy o suficiente para cativar. Keri e Chris estão bem, mas a disposição dos vocais na música não ajuda nada eles e só acrescenta o fator de mofada que já citei. Se a música fosse "fresquinha" até que seria gostosa, mas o mofo atrapalha tudo.
nota: 6

21 de agosto de 2011

As Músicas Que Você Precisa Ouvir Antes de Morrer

Sweet Dreams (Are Made of This)
Eurythmics

Compositores: Annie Lennox eDavid A. Stewart
Ouvir Por Quê?: Uma das canções que definiram os anos oitenta, ajudou a moldar o eletropop e considerada uma das 500 melhores canções de todos os tempos pela Rolling Stones.
Quem Já Cantou?: Entre samples, coveres, remixes temos nomes de Britney Spears, Beyoncé, Marilyn Manson, Danni Carlos, Tori Amos, Nas, Pink, Redman, M.I.A, Busta Rhymes, The Black Eyed Peas.
Ano: 1983

20 de agosto de 2011

Tentando Salvar o Titanic do Naufrágio

Right There (feat. 50 Cent)
Nicole Scherzinger

Tá uma mina que não desiste nunca. Nicole Scherzinger não está disposta a largar o "sonho" de virar uma cantora solo de sucesso. Depois de conseguir bons resultados na Inglaterra, ela vai tentar a sorte nos Estados Unidos, mas sem antes não ter uma "carta na manga". Nicole vai ser uma das juradas da versão americana do reality The X Factor, ao lado de Simon Cowell e a Paula Abdul. Usado a nova moda dos cantores flopados, Nicole vai lançar o seu álbum Killer Love no meio da temporada do programa aproveitando o destaque do possível sucesso. Mas os trabalhos já começaram com o lançamento da canção Right There.

A canção ganhou uma versão "remix" com a participação do rapper 50 Cent e é que podemos chamar de "prazer culposo". Você sabe que é uma grande meleca, mas você não consegue evitar de não gostar. Ou pelo menos curtir, mas com uma culpa do tamanho da Bahia. Nicole e 50 Cent declamam versos de um nível tão "fora dos padrões de vergonha na cara" que chega a ser constrangedor:

"Eu gosto do jeito como você me toca
Eu gosto do jeito como você beija a minha... Sim, sim, sim eu gosto disso"

E o 50 Cent arremata:

Eu acho, posso beijar seu pescoço
Vem aqui pra gente suar,
Estamos ficando molhados
Fala meu nome, fala meu nome
Mudamos de posição

Mas é tudo tão despudoradamente delicioso que até passa. O estranho na canção são os vocais de Nicole. Sua voz está bem diferente do normal com um anasalado nada natural. O que faz a canção audível é a produção refinada de Jim Jonsin que garante a canção um pegada interessante entre pop e R&B. Apesar do bom desempenho (em comparação aos anteriores da Nicole), será que ela será capaz de salvar o desastre já previsto ou o navio vai afundar de vez?
nota: 6

Primeira Impressão

LP1
Joss Stone

Depois de sair da gravadora devido a conflitos, montar a sua própria chamada Stone'd Record e quase ter sido vitima de um plano de sequestro e assassinato (!), a cantora inglesa Joss Stone lançou o seu quinto álbum. LP1 tem como produtores a própria Joss e David A. Stewart, co-fundador da dupla Eurythmics. A dinâmica se mostra eficiente em dar um caminho para o álbum, mesmo que seja um caminho de altos e baixos. Numa mistura refinada de soul, R&B e um pouco de blues e rock o grande destaque é a voz de Joss. Ela domina e preenche qualquer música com a mesma maestria seja a melhor música ou aquela nem tão boa. Em vários momentos o estilo acústico ajuda a ressaltar essa qualidade. Apenas a voz de Joss e um violão já bastam para conquistar os ouvidos. Esses arranjos simples dão um tom mais contido para o álbum. Um trabalho mais pessoal que se não é avassalador consegue cumprir seu papel de maneira exemplar com alguns momentos geniais e outros apenas ok. A composição é boa, mas em muitos momentos falta profundidade para arrancar maiores sentimentos de Joss. Quando consegue tudo se encaixa lindamente e vemos Joss brilhar como poucas. Esse momento acontece em Last One to Know onde Joss encarna uma Janis Joplin moderna com os sentimentos de uma Billi Holiday. Outros ótimos momentos estão na divertida Karma (com co-autoria da cantora country Martina McBride) e na bela Newborn. Joss deixa seu lado mais romântico para Drive All Night, a sexy Landlord e a poderosa Boat Yard. O álbum termina com a delicada Take Good Care e a simpática Picnic for Two. Apesar de um bom trabalho, Joss ainda está longe de entregar o álbum de uma vida. Enquanto isso não acontece, vamos nós divertindo com as tentativas.

Ainda Há Quem Possa Continuar

Somehow
Joss Stone

Após a morte de Amy Winehouse vi muita gente falando que o "soul music perdeu um grande talento, uma lacuna que jamais será preenchida". Ok, o lugar da Amy não será completo, mas o soul music ainda vive muito bem obrigado. Seja pela Adele ou pelo Cee Lo Green que estão no topo agora. E há ainda gente que já está aí tem algum tempo como a Joss Stone que chega ao seu quinto álbum (LP1) ainda sendo uma das melhores do estilo, mesmo não rendendo tudo que pode.

O primeiro single do CD é a simpática Somehow. A voz de Joss inunda cada pedaço da música com sua personalidade sem ao menos forçar um décimo de sua capacidade. Apesar disso, Somehow não decola plenamente. É um soul gostosinho com a produção certinha do David A. Stewart, mas faltou mais tempero. A letra é o ponto mais fraco: engraçadinha, bonitinha e quase insossa. De qualquer forma o soul music ainda vive na voz de Joss. Só falta as pessoas realmente notarem.
nota: 7

15 de agosto de 2011

Bolo de Camadas

I Want You
Cee Lo Green

Sabe aqueles bolos em várias camadas que quando você descobrindo os vários sabores aos poucos enquanto prova? Então, é assim que eu me sinto com o álbum The Lady Killer do Cee Lo Green. Só depois do sucesso de Fuck You! é que eu foi descobri o álbum e aos poucos, como no pedaço de bolo, foi descobrindo as várias camadas, nuances e sabores. E cada nova "provada" eu me delicio cada vez mais. Em I Want You, quarto single do The Lady Killer, é mostrando o lado mais refinado desse bolo: o glacê.

A canção é um soul/R&B primoroso onde Cee Lo mostra que o verdadeiro descendente dos grandes nomes do estilo como Marvin Gaye e Ray Charles. Sua voz encorpada encontra o encaixe perfeito com a primorosa elaboração do arranjo. Uma atmosfera retro domina a música com sua estrutura de grande banda ao fundo. Um trabalho genial e que resgata os velhos tempos sem ser datado. Letra simples, mas extremamente eficiente completam I Want You de maneira maravilhosa. Esse é o tipo de doce que você pode abusar se culpa.
nota: 8,5

Auto Biografia

I Remember Me
Jennifer Hudson

Letras pessoais é algo comum no meio da música, mas fazer isso com dignidade é bem difícil. Assim é a canção Remember Me da Jennifer Hudson.

Segundo single do álbum que leva o mesmo nome, a canção é uma das melhores do CD. Um R&B original que conta o desempenho contido, seguro e impressionante de Hudson. Ela não precisa elevar a voz para cativar ou passar a emoção necessária para imprimir a sensibilidade da letra. Escrita por Hudson e Ryan Tedder (que também cuida da produção), I Remember Me é uma confissão sincera e emocionante sobre o estado de espírito dela após os trágicos assassinatos de sua família. Sem precisar usar artifícios fáceis e banais, a letra é tocante em sua honestidade em abrir o coração dela. Aliada ao arranjo forte e ousado, pois não se deixa envolver pela emoção fácil e caminha linearmente em busca de um ponto de equilíbrio entre as emoções postas em jogo, I Remember Me é exemplo de como "exorcizar" seus demônios pessoais de maneira adulta e refinada sem nunca ser fria ou melosa. Uma música para ser descoberta.
nota: 8

14 de agosto de 2011

2 por 1 - Chris Brown

She Ain't You
Next 2 You (featuring Justin Bieber)
Chris Brown

O tempo cura tudo. Essa frase é a perfeita tradução do atual estado da carreira do Chris Brown. Aos poucos ele vai resgatando certo prestigio perante o grande público e vai reafirmando como um dos nomes mais importantes do novo R&B/hip hop, mesmo que ainda com a imagem manchada e fora do topo absoluto de antes. O álbum F.A.M.E recuperou bastante as vendagens de Chris e o bom resultado dos últimos singles conseguiram fazer o cantor voltar aos holofotes. Já como o melhor single solo de Chris desde Forever, a canção She Ain't You é a prova que Chris ainda tem um longo caminho, mas está indo no certo.

A canção é basicamente uma "continuação" de Human Nature do Michael Jackson já que a usa como base inteiramente para criar o arranjo. Claro, que como uma base tão sólida, She Ain't You não seria ruim. A letra é legal, meio genérica, mas com boas passagens como a "citação" a Lady GaGa "With you I had a bad romance". Chris dá conta do recado, mesmo não sendo ótimo ou original. Ele conduz essa balada R&B certinho e consegue um resultado bem legal.

O quarto single do álbum poderia ter sido "A" música que faria Chris chegar ao topo definitivamente, mas fica muito longe disso. Estou me referindo do single Next 2 You com a participação do Justin Bieber.

O grande defeito da canção é colocar grandes idéias, mas sem nunca refina-las. Next 2 You é uma balada pop/R&B caprichada em que os dois interpretes brilham sem um ofuscar o outro em vocais surpreendentes. Apesar disso, o mal aproveitamento de Chris e Justin na parte final é frustrante. Onde deveria fazer eles "crescerem" a produção segura eles e faz a canção ficar medíocre em seu grande final. No decorrer da canção, o arranjo vai dando voltas e mais voltas sem chegar a lugar nenhum. Uma pena já que a produção é impecável. A composição é fraca, mas bonitinha. Feita especialmente para o público juvenil feminino dos dois. Devo admitir que o melhor está no clipe. Reparem na "atuação" dos figurantes. Simplesmente sensacionais. Mas é decepcionante ver o resultado tão normal do que poderia ser uma grande música. Só espero que Chris não perca outras oportunidades, pois seguir com a carreira no "meio do caminho" deve ser pior que chegar ao fundo do poço.

nota

She Ain't You: 7
Next 2 You: 6,5

Nada Que Uma Boa Rehab, Né?

Skyscraper
Demi Lovato

Pergunta: tem uma regra que todo estrela infanto-juvenil da Disney em algum ponto "dispiroca" e saí da casinha totalmente ou parcialmente? Ou seria uma maldição? Seja o que for, a verdade é que elas estão aí para comprovar a tese. Britney, Aguilera, Cyrus e a última a sucumbir foi a Demi Lovato. Devido a problemas emocionais ela foi internada numa clinica de recuperação para "descansar" e tratar durantes alguns messes. A boa noticia, ao contrário de muitas estrelas, ela foi até o fim e parece estar recuperada. A má noticia é que ela não desistiu de ser cantora e vai lançar um novo álbum. E como primeiro single a canção lançada foi a balada deprê Skyscraper.

Repercutindo o tempo em que passou na rehab, a canção consegue uma proeza: fazer Demi ser melhor que é. Não pela própria, é sim pela música em si. Seria mais ou menos uma pessoa que só dirigiu fusca pegar um carro de Ferrari. Skyscraper é uma balada pomposa em sua criação com um arranjo poderoso e bem orquestrado que apesar de usar clichês batidos na sua construção tem a capacidade ter usa-los com sabedoria criando uma música dramática, mas não melodramática. A composição é seu ponto forte. Poderosa e surpreende devido a sua maturidade. Coisa que não podemos dizer dos vocais de Demi. Ela é a dona do fusquinha tentando pilotar a Ferrari. Além de não ter a capacidade de dominar a canção, Demi não tem voz para segurar uma canção como essa. Ela tenta, mas acaba soando como uma gata de luxo querendo ser uma leoa. Gritinhos exprimidos nos momentos onde a canção sobe o tom e uma total falta de interpretação vocal quando ela precisa de delicadeza, mas com firmeza. Até é bonito ver que ela quer evoluir, mas falta o mais necessário: talento natural. Mas que bom que como ser humano ela está bem. E isso no final não é o mais importante?
nota: 6

Back to Basics

Someone to Love Me (Naked) [feat. Diddy & Lil Wayne]
Mary J. Blige

Para se ganhar um título nobre no mundo da música é preciso ter sangue "nobre". Para ser rei ou rainha, príncipe ou princesa, padrinho ou madrinha de qualquer estilo é necessário se fazer necessário para a formação/manutenção desse gênero. Uma das artistas que pode carregar um título nobre sem dúvidas nenhuma é a Mary J. Blige, a Rainha do Hip Hop. Apesar de dos últimos anos ter indo numa direção mais R&B, Mary pretende voltar ao caminho que a consagrou lançado o álbum My Life II: The Journey Continues.

O álbum seria a continuação do álbum My Life lançado em 1994 e que além de consolidar a carreira de Mary e um dos mais importantes do hip hop sendo um divisor de águas nos anos noventa. Como primeiro single a canção escolhida foi Someone to Love Me (Naked). A música, na verdade, um remix da música Someone to Love Me do grupo Diddy-Dirty Money tirado do álbum Last Train to Paris. Apesar disso, a canção consegue se sustentar como uma música "original" devido ao fator de trazer Mary de volta às raízes: um hip hop soul primoroso. Aquela pagada mais pesada com uma batida mais "dark" dá o tom da canção que é produzida pela lenda do hip hop Jerry “Wonda” Duplessis. Primorosa desde o começo ao fim. A letra poderia ser mais profunda, mesmo que muito bem escrita. Enquanto Diddy e Lil' Wayne estão muito bem em suas partes, Mary que dá a liga a Someone to Love Me (Naked). Sua voz dá alma a canção e personalidade aos versos. Agora é esperar pelo álbum com esse gostinho de quero mais até lá "dançando" na boca. No mais, Deus salva a Rainha do Hip Hop!
nota: 8

13 de agosto de 2011

A Desenvolução do Paramore

Monster
Paramore

Para quem clicar no marcador do Paramore no final desse post vai ver a evolução deles aqui no blog. Vai ver como eles cresceram perante meus olhos nos últimos anos. De uma banda quase odiada para uma com meu apreço verdadeiro. Então, me sinto triste em dizer que o Paramore voltou no tempo.

A canção Monster marca a primeira música após a saída dos irmãos Josh e Zac Farro, mas é a segunda deles feita para um filme. Dessa vez a canção integra a trilha do terceiro filme da franquia Transformers. O single é pop/rock fraco que apesar de ter bons momentos, retorna um pouco do velho Paramore: histérico e caótico. Hayley está uns dois tons acima do agradável para os ouvidos durante quase todo a canção. Complicado encontrar a personalidade necessária para expressar uma letra muito bem escrita (como não vi o filme, não sei se combina trama com tema). A composição se perde e acaba oca sendo ecoada em vão em arranjo frio e arrastado. Monster é três passos para trás para o Paramore, mas eu ainda tenho a esperança que em breve eles comecem a correr para frente.
nota: 6

7 de agosto de 2011

A Nickiminazação da Christina Aguilera

Moves Like Jagger (feat. Christina Aguilera)
Maroon 5

Agora a nova onda para os artistas é virar jurado de programa de calouros. Depois que J-Lo desflopou após virar jurada do American Idol, a porta foi aberta para qualquer cantor(a) com algum respeito, mas com a carreira em baixa, de resgatar o prestigio de outras épocas. Com o sucesso do The Voice, os novos a pegar essa onda é o Adam Levine, do Maroon 5, e a Christina Aguilera.

Para dar um "up" no CD Hands All Over lançado no final do ano passado e que não foi tão bem assim nas paradas e ajudado pelo sucesso do programa onde Adam foi jurado, o Maroon 5 lançou a canção Moves Like Jagger. E para unir a fome com a vontade de comer a canção já saiu com o featuring da "amiga" jurada, Christina Aguilera que, como todos sabem, está no pior momento de sua carreira musical. Até agora a canção está indo muito bem desde o lançamento alcançando o 8° lugar na Billboard e essa semana voltou a ter destaque após a apresentação em um programa de TV americano. Isso é bom, pois tanto o Maroon 5 e a Aguilera merecem voltar aos holofotes, mas seria a melhor opção a canção Moves Like Jagger?

A canção não é ruim. É fraca, principalmente se comparamos com o histórico de ambos. Contudo, o que mais é decepcionante é a participação da Christina Aguilera. Ela só aparece no último verso com um desempenho apático e dispensável. Transformaram Aguilera em versão meia boca da Nicki Minaj fazendo mais um featuring da vida. Pior: se fosse um feat. Nicki Minaj a canção seria muita mais beneficiada do que a participação de Aguilera. Tirando isso, Moves Like Jagger é passável. Um pop dançante com boa marcação e sexy brincando com a referência do Mick Jagger e seu "gingado". Adam está legal segurando bem a canção. Um fato importante: é a primeira vez que dois ganhadores do Grammy de Revelação gravam uma música que entra no top 10 da Billboard. Mas é aquilo, sabendo quem são, eu esperava muito mais. Muito mais, mesmo.
nota: 6

Até Tu, Coldplay? Até tu?

Every Teardrop Is a Waterfall
Coldplay

Acredito que o fundo do poço possa ser o começo de algo novo, ou pelo menos, ter o caminho para sair dele. A "epidemia do eletropop" está em uma descida vertiginosa de qualidade desde que ela virou febre tem alguns anos. Há uma invasão de artistas a cada dia que faz a mesma música com a mesma batida, a mesma composição, os mesmos vocais. Mais do mesmo. E até os artistas já consagrados estão adoecendo por esse vírus. O que difere deles da maioria é como eles reagem a essa "febre pop".

Every Teardrop Is a Waterfall é o primeiro single do novo álbum do Coldplay, que ainda não tem nome. A canção é a prova como mãos habilidosas podem transformar algo. Sim, Every Teardrop Is a Waterfall é pop rock/eletropop que pega vários elementos do gênero em moda como a uso de efeito na voz e a batida eletrônica. O que difere a canção foi o verniz usado pelo Coldplay para polir a canção. Não que seja a revolução do estilo ou mesmo a melhor canção já produzida. Every Teardrop Is a Waterfall é simplesmente uma canção bem produzida onde todas as arestas se encontram em perfeita harmonia.

Longe da fase mais pedante de Viva la Vida or Death and All His Friends, aqui o Coldplay parece estar numa fase mais despojada. Isso se progeta na composição leve, otimista e mesmo usando alguns clichês consegue um ótimo resultado em versos simples e sem uma estrutura tradicional, mas tocante. Um exemplo claro dessa nova fase é quando Chris Martin canta "I'm on a roll this time/ And heaven is in sight". Esse por sua vez tem um desempenho redondinho usando efeitos em sua voz que não tira o brilho de sua voz e que se adapta muito bem na música. A construção do arranjo é excepcional com o uso perfeito de uma estrutura mais elaborada e épica que cresce na medida em que a música evoluiu principalmente na parte final. O único problema da canção é que ela não une a ótima letra com o arranjo final já que cada uma fica isolada na música. Every Teardrop Is a Waterfall pode ser a luz no final do túnel. Ou pode ser mais um tiro no escuro que deu certo. Só o tempo vai dizer.
nota: 8

1 de agosto de 2011

Primeira Impressão

Here I Am
Kelly Rowland

Sabe quando você espera muito uma coisa e quando ela vem você para, avalia e diz: "Que pena, não valeu a pena a espera!". Esse é o sentimento com o terceiro álbum solo da Kelly Rowland. Quando a ex-Destiny's Child começou a sua "jornada" para lançar o álbum, ainda naquela sem título, o nível começou alto com o single Commander e continuou mantendo esse nível nos três seguintes. Porém, a recepção comercial foi fraquíssima (exceto Commander que teve bons resultados no mercado internacional) fez com que Kelly mudasse de direção e lançasse Motivation no mercado americano. A canção vingou e ajudou a gravadora a finalmente lançar o álbum, mas essa mudança não ajudou a Kelly criar o álbum que se esperava. Infelizmente, foi para a pior.

Here I Am é um R&B/hip hop com toques de eletropop sem elegância e farofa demais indo completamente ao contrário do pop clean e refinado que eu esperava. Kelly parece perdida em um álbum "duro" com batidas repetitivas demais e participação de rappers a torto e direito. A produção com inúmeros produtores diferentes não dá coesão ao álbum que fica completamente perdido e Kelly parece uma cega num tiroteio: atirando para qualquer lado. Na maioria, tiros frustrados. Vocalmente, ela não brilha como pode. Muito efeito e poucos momentos onde a bela voz dela pode brilhar. O pior defeito do álbum é a sua composição: letras fracas e rasas. Mas há algumas que se salvam. O melhor momento do álbum é a já citada, Commander. A canção é basicamente a alma do álbum e apenas ela já seria melhor que a maioria das faixas. Em I'm Dat Chick, Kelly faz um pop divertido e dançante com boa produção, mas a voz "auto tune" não ajuda muito. RedOne consegue em Down for Whatever um resulta interessante, mesmo que batido ao extremo. O curioso é que na versão deluxe estão as melhores músicas do álbum. Seguindo o caminho inicial do Heaven & Earth é um R&B mais clássico e muito bem cantado que se contrapõe com o pop sensacional de Each Other que seria Kelly liberando a sua Kelis interior. Esse fio de esperança e qualidade é aumentando com a noticia que a álbum terá uma versão internacional com as músicas que não foram lançadas na versão americana. Espero mesmo, pois dessa vez Kelly, magoou. De verdade.

A Versão Feminina do Usher

Lay It On Me (feat. Big Sean)
Kelly Rowland

O terceiro single do Here I Am é a canção Lay It On Me. O single não é exatamente ruim, mas nem de longe parece uma música que a Kelly Rowland entregaria. Parece uma versão feminina do Usher.

Lay It On Me é um R&B/pop  médio que emoldura o fator comercial da nova sonoridade do Usher, mas que esquece quem canta é a Kelly. Apesar de estar perdida no meio da canção, ela parece sexy e entrega um desempenho acima da média, como sempre. A composição até tem um refrão bem costurado, mas é fraco assim com a participação do rapper Big Sean que não traz nada de indispensável para a canção. É um Usher divertidinho. Mas para Kelly é frustrante.
nota: 6