11 de julho de 2012

Primeira Impressão

Looking 4 Myself
Usher

E se de um lado veio um produto que parecia muito bom só que não era bem assim do outro veio um que eu não dava nada e no fim fiquei surpreso, mas uma surpresa muito boa. Depois de dois álbuns de qualidade duvidosa com uma forte tendência de cair na armadilha do "pop farofa", Usher resolveu voltar para as suas raízes com o lançamento de Looking 4 Myself, seu sétimo álbum inédito. E, graças a Deus, o que ele tem de melhor é o seu inegavel dom para fazer R&B. Não que no álbum não tem pop, é que a alma do trabalho vai muito além.

As qualidades do álbum começam pelo próprio Usher que está perfeito. Ele voltou a equilibrar o poder de falsete que ele tem na voz com interpretações mais poderosas. Esse efeito é importantíssimo principalmente nas canções de tendência mais R&B onde ele arrebenta (em quase todas). Mais autorais em certos momentos, mais divertidas em outros e mais maduras em outras, as composições conseguem dar liga no trabalho unindo de forma coesa todas as músicas. Contudo, o melhor do álbum é sua produção. Apesar de ainda ser multifacetada, a coerência musical alcançada por Looking 4 Myself é surpreendente. Claro, os produtores que vão em um caminho mais R&B/hip hop se saíram melhor, mas aqui as canções pop também tiveram ótimo tratamento. De todos os produtores Pharrell conseguiu produzir as melhores canções com a ótima Twisted onde ele faz um featuring e Hot Thing, colocada na versão deluxe. Há dois momentos surpreendes quando Usher segue um caminho mais pop alternativo com a Looking 4 Myself com participação de Luke Steele do duo Empire of the Sun e na estilizada Say the Words. Nas canções mais pop ele acerta em Scream (resenha a seguir) e com produção de Wil. i. Am em Can't Stop Won't Stop. Na R&B com reggae Sins of My Father, Usher abre o coração de maneira surpreendente. Não existe nenhum momento realmente ruim, mas algumas músicas ficaram abaixo do resto do álbum com a R&B I Care for U e na dance pop Euphoria. O mais curioso é que o álbum, apesar de estrear em 1° na Billboard, vendeu apenas cerca de 120 mil cópias na primeira semana sendo a melhor vendagem para a carreira do Usher. Isso só confirma o que sempre digo: qualidade nem sempre é sinônimo de sucesso.

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