Pyramids
Frank Ocean
Se de um lado Frank consegue ser genial precisando de pouco do outro ele ultrapassa as barreiras do convencional para fazer a magnífica Pyramids.
Com quase dez minutos de duração, Frank coloca a arte acima do comercial em uma produção avassaladora. A viagem psicodélica entre sonoridades, ritmos, instrumentos, batidas, texturas, cadências alternando do R&B passado pelo pop e o eletrônico mostra a genialidade de um cara em saber como elevar sua arte em outros níveis. Tudo terminando em um solo (não creditado) de guitarra de John Mayer em estado de inspiração pura. A composição é o paraíso para qualquer compositor talentoso. A epopéia sobre um "cafetão" se apaixonando por sua "agenciada" mistura elementos fantásticos associando a amada a Cleópatra e strip clubs com pirâmides. Um delírio milimetricamente fantasioso e arrebatador que envolve em uma narrativa soberda e visceral. Como em um drama, Frank carrega em um performance contida e ao mesmo tempo com uma carga emocional descomunal em sua voz. Algo tão forte que é quase tocável. Frack chega na barreira entre ficar acima do bem e do mal. Se o céu não tem essa trilha, o paraíso deve ser bem chato.
nota: 10
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