28 de fevereiro de 2014

Crescidinhos

Coming of Age
Foster the People


Vocês se lembram do grupo Foster the People, donos do sucesso Pumped Up Kicks? Não, eu também não, mas eles voltaram para lançar o segundo álbum da carreira deles intitulado Supermodel e como primeiro single foi lançada a canção Coming of Age.

O single conta com a produção de Paul Epworth, mais conhecido pelo trabalho com a Adele, e dele ganha uma atmosfera mais madura e "séria" transmitida por uma sonoridade com forte apelo do rock alternativo do final dos anos setenta e começo dos anos oitenta. Nada muito sensacional, mas a boa construção do arranjo consegue dar um toque especial para a canção. Os vocais de Mark Foster são bons e também lembram os cantores dessa época assim como os do Brandon Flowers. Pena que ainda falta um pouco de experiência para que ele desse uma interpretação mais rica e não tão linear como em Coming of Age. É bom ver o crescimento do Foster the People. Pena que muitos nem se lembravam deles mais.
nota: 7

26 de fevereiro de 2014

O Nome do Futuro

Money On My Mind
Sam Smith


Ainda é um pouco cedo dizer, mas já podemos dizer que o inglês Sam Smith tem tudo para ser um dos nomes de 2014. Ainda desconhecido, Sam começou a ganhar destaque com o sucesso da canção La La La do Naughty Boy, que foi primeiro lugar na parada inglesa foi indicado ao prêmio de Best British Single do BRIT Award. Enquanto isso, o jovem venceu na categoria de Critics' Choice e foi primeiro lugar na lista de novos talentos da BBC. Com um contrato assinado Capitol Record ele prepara para lançar seu álbum debut intitulado In the Lonely Hour. Como single de promoção foi escolhido a canção Money On My Mind.

Não há duvidas do potencial do cantor, pois em Money On My Mind podemos testemunhar uma prévia do
que sua voz pode fazer. Dono de um tom cheio de "soul", Sam tem condições de entregar performances acachapantes e memoráveis. Porém, a produção de Money On My Mind coloca isso por água abaixo em uma produção defino, no mínimo, como estranha. Uma mistura de soul e pop misturado com reggae envernizado por uma batida esquisita, nada convidativa e permeado por nuances dispensáveis e que conseguem deixar a canção mais esquizofrênica. Mesmo com um cantor com tanto potencial, os produtores não souberam aproveitá-lo o deixando sem rumo como, por exemplo, no refrão que é um verdadeiro "samba de inglês doido". O tema da canção é bastante interessante e ousado já que Sam fala da sua relação com a música dando uma bela alfinetada nos "mandachuvas" do mundo fonográfico. Só que a composição, ajudada pela produção, se perde na sua construção e não fala para que veio ficando um vazio que poderia ter sido melhor preenchido. É necessário olhar além dessa primeira "amostra" do talento de Sam e ver o que ainda pode vir. Assim espero.
nota: 5,5

24 de fevereiro de 2014

Uma Segunda Chance Para "Love On Top"

Love On Top
Beyoncé


Se Beyoncé revolucionou a sua própria carreira recentemente, nada mais justo que ver onde tudo começou.

Lançado como quarto single do álbum 4 logo após aquela apresentação, já lendária, em que a cantora "anunciou" que estava grávida, Love On Top é a canção que finalmente colocou Bey no próximo nível na sua carreira artística.

Não que a música seja a quebra definitiva de barreiras que ela mostrou no seu último álbum, mas é a tradução perfeita de todo o talento que ela tem. Começo ressaltando o brilhantismo dos vocais de Beyoncé: muitos não podem reparar ou não sabem, mas o registro vocal (a forma de se emitir um som) que a cantora alcança aqui é uma "coisa de louco" de tão alto. Não falo dos "gritos", mas, sim, do tom que a cantora para cantar boa parte da canção. Grande parte das cantoras em atividade não teriam a capacidade vocal para alcançar o mesmo tom que Bey sem que suas vozes não soassem como um pato sendo esganado. Além disso, a interpretação dada por ela é magistral mostrando empatia desde a primeira frase até o final. Parece até que Bey gravou a canção sorrindo enquanto cantava tanto que podemos perceber a sua felicidade durante a duração da música. Emoldurando uma sonoridade oitentista mostrando influência de nomes como Stevie Wonder e Whitney Houston, a produção dela e de Shea Taylor acerta ao construir um arranjo R&B uptempo que tirar o melhor de cada instrumento resultando em uma produção refinada, descolada e deliciosamente viciante. Finalmente, a composição pode não ser o trabalho mais genial dela, mas com certeza há beleza na declaração de amor que a canção carrega capaz de amolecer o mais duro dos corações. É Beyoncé no seu topo, um lugar que ela pretende ficar por um bom tempo.
nota original: 8
nota atual: 8,5

Resultado Final: Um clássico moderno que deve influenciar gerações no futuro.
Resenha Original

23 de fevereiro de 2014

Primeira Impressão

Love, Marriage & Divorce
Toni Braxton & Babyface


Para os leitores mais jovens, o nome de Toni Braxton pode apenas ser associado com o sucesso Un-Break My Heart. Já o nome Babyface não deve tocar nenhum sininho na cabeça de vocês já que boa parte da sua carreira ele passou nos bastidores produzindo apesar de ter uma longa carreira como cantor. Acontece que os dois estiveram entre os maiores nomes da música durante os anos 90. Enquanto Toni alcançou o ápice em 1996 com o álbum Secrets com produção do próprio Babyface. Já ele, por sua vez, foi o cara que definiu o R&B durante a década produzindo imensos sucessos de critica e público para artistas como Whitney Houston, Mary J. Blige, Eric Clapton, Boyz II Men, Mariah Carey, Aretha Franklin e muito outros. Com o R&B em um período de baixa no grande mainstream os dois estão bem sumidos nos últimos tempos, mas eles resolveram voltar aos holofotes lançando o álbum em parceria Love, Marriage & Divorce.

Todo produzido por Babyface, Love, Marriage & Divorce resgata o bom e velho R&B dos anos noventa com boas produções, mas também não adiciona nada novo entregando músicas que parecem paradas no tempo mesmo que seja um "bom tempo". O álbum, como o próprio nome diz, fala sobre amor, casamento e divórcio em que os dois dividem os vocais (em quase todas as canções) e a suas experiências pessoais. As canções são perfeitas para quem estão "sofrendo de amor", pois carregam altas de dose de drama em desabafos sobre traição, brigas e reconciliações. Em vários momentos tudo funciona bem, mas a repetição de tema e até de mesmas palavras empobrece o trabalho fazendo o álbum ficar em um looping sem fim. O destaque do trabalho é a boa química entre os dois interpretes que conseguem carregar bem os papeis de amantes em boas performances, especialmente Toni, que ainda mantém intacta toda a sensualidade de sua voz encorpada. Dentre as faixas do álbum, o grande destaque é para a canção que abre o CD: Roller Coaster é um mid-tempo R&B deliciosa com uma letra pegajosa e com a química entre Toni e Baby no seu ápice. Outros bons momentos são a sexy Sweat, a dramática Hurt You e o solo de Toni em I Wish (um honesto desabafo que muitos, acredito, queriam falar). Love, Marriage & Divorce é um álbum deslocado no tempo de dois artistas fora do seu tempo, mas que vale a pena para quem tem saudade dos mesmos.

21 de fevereiro de 2014

Uma Cantora de Formula

Human
Christina Perri

Nem sempre repetir formulas é uma questão de falta de criatividade. Em alguns casos pode ser apenas uma
questão de estilo mesmo. Esse é o caso da cantora Christina Perri que lançou o single Human.

Conhecida pelos sucessos Jar of Hearts e A Thousand Years, Perri repete o mesmo esquema de suas músicas anteriores em Human: um pop contemporâneo com base de piano e composição melodramática. Nada contra a repetição da mesma formula se o resultado for decente ao menos. E Human consegue esse feito mesmo que não seja uma canção realmente sensacional. O grande destaque da canção é o trabalho vocal de Perri que consegue um desempenho sensacional mostrando todo o alcance da sua voz. Enquanto isso, a produção dá um tom quase épico para a canção que em certos momentos parece forçado, mas se encontra nos momentos mais delicados e intimistas. A composição é até boa, mas também sofre dessa tentativa de parecer maior do que é. Mesmo funcionando bem Perri precisa reformular sua formula antes que ela comece a dar errada.
nota: 6,5 

19 de fevereiro de 2014

Dance Datado

I Can't Describe (The Way I Feel) [feat. T.I.]
Jennifer Hudson


Nada pior do que ouvir uma música boa, mas que está fora de adequação e por isso não tem nenhuma chance de sucesso. Esse é o caso da boa I Can't Describe da Jennifer Hudson.

Já lançada há algum tempo, o single tem com produtor o sempre competente Pharrell Williams que coloca a sua marca em uma produção soul music com pesada influência do R&B dos anos setenta e oitenta e com imensas pitadas de disco. O resultado é um dançante soul que conquista desde a primeira pitada, mas que parece uma regravação e não tem quase nenhum apelo comercial por não apresentar nenhuma novidade. Uma pena ainda mais com Hudson dominando o papel de diva soul/disco sem nenhum exagero e a boa composição ser tão gostosa de cantar. A participação de T.I. é bem dispensável, mas não chega a atrapalhar o resultado final. É boa, mas datada.
nota: 7

18 de fevereiro de 2014

No Céu e no Inferno Ao Mesmo Tempo

You're Mine (Eternal)
Mariah Carey


Parece que Mariah Carey vai entrar em uma fase que vai estar no céu e no inferno ao mesmo tempo: enquanto as músicas de The Art of Letting Go estão só recebendo as melhores criticas possíveis, nenhuma delas alcançou metade do sucesso comercial que Mimi já alcançou nos bons tempos. E não dever ser diferente com a boa You're Mine (Eternal).

Mariah parece quer mirar no passado ao resgatar sua própria sonoridade dos anos 90, mas dando uma pequena modernizada para não parecer algo datado. You're Mine (Eternal) mostra vigor em um arranjo bem amarradinho que consegue dosar bem o R&B mais tradicional com o verniz contemporâneo conseguindo mostrar a personalidade de Mariah, mas deixando ela mais "ousada". Um problema aqui é que a batida que marca o arranjo parece estar mais "alto" que os vocais da cantora deixando uma atmosfera de estranheza no ar. Por falar em vocais, Mariah está muito bem equilibrando as partes mais contidas com a "old Mimi" que faz um impressionante final. Se podemos notar algumas evoluções na sonoridade a composição continua com a mesma vibe romântica e quase clichê que marca as canções da cantora. Faltou um refrão poderoso para elevar a canção. Além disso, o remix com o cantora/rapper Trey Songz é desnecessário, pois além de não adicionar nada para a canção os vocais de Trey receberam um tratamento exagerado de auto-tune. Agora é esperar para ver se Mariah vai estar mais perto dos anjos ou dos diabinhos do flop.
nota
Versão Normal: 7,5
Versão Remix: 7

16 de fevereiro de 2014

E o Oscar vai Para...

Dentro de alguns dias irá acontecer a maior premiação do cinema mundial que também é a maior festa no mundo do entretenimento: o Oscar. Para informar vocês quem são os indicados, as apostas, as possíveis surpresas e os esnobados fiz esse especial. Espero que vocês gostem e comentem!

15 de fevereiro de 2014

Faixa Por Faixa - Votação 3

Nova votação no ar para vocês decidirem o próximo Faixa Por Faixa! Qual será a opção de vocês: Jessie J ou Gwen Stefani?

12 de fevereiro de 2014

Primeira Impressão

That Girl
Jennifer Nettles


Fazer a transição entre estar em uma banda para carreira solo nunca é muito fácil. Há que se ponderar dezenas de possibilidades em vários níveis da indústria fonográfica que vão desde pesquisar se os fãs anteriores vão aceitar a nova "carreira" até descobrir como conquistar novos fãs passando pelo trabalho de escolher qual vai ser a sonoridade da fase solo. Quando dá certo temos carreiras como o do Justin Timberlake ou da Beyoncé. Quando não dá certo temos a carreira de Nicole Scherzinger ou da maioria dos ex-integrantes de girls e boy bands espalhadas pelo mundo.

Felizmente, para Jennifer Nettles, vocalista do grupo country Sugarland, a sua carreira solo está enquadrada na primeira categoria. Lançado no começo de Janeiro, That Girl marca o primeiro lançamento solo da carreira de Jennifer. O álbum faz com que a escolha da cantora por lançar um álbum sozinha seja validada da melhor maneira possível, pois That Girl é um ótimo trabalho. Com produção da lenda Rick Rubin em todas as faixas, That Girl se transforma em um CD country adulto que bebe de várias influencias para elaborar uma sólida, refinada e original sonoridade para Jennifer. Cada faixa tem um cuidado impressionante na construção dos arranjos que as transformam em momentos únicos sabendo utilizar toda a atmosfera criada pelas composições. Escritas por Jennifer com vários outros compositores (em sua maioria à quatro mãos) as letras aqui falam basicamente de amor, mas com classe e romantismo perfeitos sem abusar do pieguismo e colocando pitadas de humor em alguns momentos. Em algumas faixas há uma preocupação em fazer criticas honestas e divertidas sobre a sociedade moderna, mas nada que atrapalhe o andamento romântico do álbum apenas acrescenta substância para o mesmo. Como cantora Jennifer não pode ser a favorita de muito já que ela tem um tom bem nasal e é aumentado quando ela atingi as altas mais notas. Porém, não tem como negar que ela faz um trabalho incrível carregando cada faixa com performances poderosas, versáteis e emocionantes. Há vários momentos excepcionais durante o álbum, mas quero ressaltar duas faixas: abrindo o álbum tem a bela Falling que fala sobre a primeira vez de uma garota de maneira tocante e fechando o álbum tem a ótima regravação da canção Like a Rock. Resumidamente: Jennifer Nettles passou com louvor e honrarias no teste da carreira solo.

Para Dolly. Com Amor, Jolene

That Girl
Jennifer Nettles

"Querida Dolly,

Já faz algum tempo que não nos encontramos, não é? Como você tem passado? Não precisa dizer que a vida foi bem generosa com você. Tenho acompanhado a sua carreira já faz muito tempo e sei o quanto importante você se tornou. Não estou lhe escrevendo para pedir nada para você. Só estou escrevendo para você para mostrar uma coisa que talvez não tenha chamado a sua atenção: depois de tantos anos finalmente alguém conta a MINHA versão da história.

Conheci essa cantora, Jennifer Nettles, recentemente quando ouvi no rádio a sua canção That Girl. No começo não entendi que a composição sobre uma mulher que avisa para outra que ficou com o seu namorado, mas que está arrependida já que só depois descobriu que ele era comprometido era ao meu respeito. Só que quando ela usou meu nome como o seu nome é que percebi a ligação. Acho que eu estava um pouco distraída para não perceber que a ótima composição cheia de ironia, humor e bem construída era uma resposta para a sua canção sobre o que aconteceu entre a gente décadas atrás. Não que essa nova canção seja tão boa como a sua, mas a produção é boa fazendo um interessante country mid-tempo com uma batida minimalista com influência de música latina. Jennifer carrega o meu papel até que bem entregando vocais sólidos e uma interpretação segura e com personalidade. Então, era apenas para isso que eu estou escrevendo para mostrar que alguém se lembrou de contar o meu lado nessa história. Grandes beijos,

Com amor, Jolene"

nota: 8

11 de fevereiro de 2014

10 de fevereiro de 2014

Dancing On My Own

Crying for No Reason
Katy B


Desde que a Robyn lançou a já clássica Dancing On My Own foi inaugurado um sub-estilo no pop: o dance pop para corações machucados. Se encaixando nessa categoria está o novo single da inglesa Katy B, a sensacional Crying for No Reason.

Assim como na canção de Robyn o foco não está centralmente na produção, mas o grande destaque de Crying for No Reason é sua preciosa composição. Aqui Katy faz um sincero e melancólico pedido de desculpas a quem ela magoou. Só que mais que apenas se desculpar a letra mostra toda a jornada dentro da mente da autora em que releva toda a culpa que sente. Um trabalho realmente tocante. Claro, se a canção fosse uma balada tradicional o efeito da composição poderia ser esvaziado, mas o produtor Geeneus dá para a produção um arranjo surpreende ao saber pesar dosar toda a emoção já estabelecida com um arranjo comovente seja pela força ou por se dançante sem cair em armadilhas como, por exemplo, se tornar uma "farofa". Katy canta Crying for No Reason de maneira tão delicada e ao mesmo tempo mostrando tanta emoção que fica difícil não se deixar levar pela voz dela. E assim dançar sozinho e chorando ao mesmo tempo.
nota: 8

8 de fevereiro de 2014

Em Pé de Novo

Talk Dirty (feat. 2 Chainz)
Jason Derulo


Não é só fisicamente que o Jason Derulo está se colocando em pé novamente. O cantor está conseguindo emplacar mundialmente a canção Talk Dirty que já alcançou o número seis na Billboard.

O single não é a sétima maravilha do mundo, mas tem algumas qualidades. A produção acerta em cheio em dar para a canção um verniz mais ousado fazendo uma canção dançante, mas original ao colocar boas pitadas de funk ao melhor estilo James Brown. Apesar disso, Talk Dirty se perde na sua machista composição que não saí do esquema de falar de sexo de maneira rasa e boba. O ápice da falta de delicadeza é o rap do 2 Chainz. Completamente dispensável. Se ao menos fosse outra composição Talk Dirty poderia se bem mais interessante.
nota: 6

7 de fevereiro de 2014

Primeira Impressão

Dirty Gold
Angel Haze


Descobrir artistas novos é uma das coisas que me faz ainda continuar a acreditar na força da música. A última que "caiu" no meu colo foi a rapper americana Angel Haze.

Depois de cair nas graças da critica com o lançamento de algumas mixtape, Angel assinou um contrato com a Universal. Só que para o lançamento do seu álbum debut ela entrou um conflito com os executivos da gravadora sobre a data de lançamento. Então, depois de uma séria de mensagens no Twitter mostrando a seu desapontamento Angel resolveu "vazar" o próprio álbum no finalzinho do ano passado, quase três meses da data oficial. Com isso, o lançamento de Dirty Gold foi adiantado para 30 de Dezembro. As vendas nos Estados Unidos chegaram ao "incrível" vendagem de menos de 1 mil cópias e nem apareceu na Bilboard 200. Infelizmente, esse número não reflete no potencial que podemos ouvir no trabalho de Angel Haze no álbum.

Dirty Gold é um álbum que poderia ser genial, mas se perde em certos momentos quando perde a oportunidade de sair do lugar seguro e deixar Angel brilhar como deveria. Porém, isso não quer dizer que Angel não consiga  deixar sua marca. Como rapper ela é uma força que dever ser reconhecida. Seguindo um caminho mais tradicional tendo como influência nomes como Eminem e Kanye West, Angel entrega performances sólidas ao longo de todo o álbum. Há uma força primaria na forma como ela faz "diz" as palavras que consegue cativar quem ouve convencendo do talento dela. As composições são boas como um todo, mas não há momentos de puro brilhantismo seja na forma em que as palavras são colocados ou nos temas que Angel discorre sendo entre eles amor, religião e a sua própria vida como os problemas com sua mãe. Não há, porém, momentos fracos só que faltou elementos mais poderosos para incrementar as canções como, por exemplo, a boa Angels & Airwaves. O maior problema enfrentado por Angel são as produções que caminham no toada que parece faltou ousadia para dar para Dirty Gold uma sonoridade mais conceitual e menos previsível. A parceira em Battle Cry com a cantora/compositora Sia é boa, mas parece faixa feita para tocar nas rádios e fazer Angel estourar no mainstream. Uma pena já que boas canções como Echelon (It's My Way), Black Synagogue e Black Dahlia poderiam ser momentos inesquecíveis. Um momento em que é possível captar as possibilidades da sonoridade de Angel é a canção New York incluída na versão deluxe. Ainda no começo da carreira Angel ainda pode se tornar a rapper que ela tem a capacidade de se tornar. Só o tempo dirá.

6 de fevereiro de 2014

O Curioso Caso de Um DJ

Hey Brother
Avicii


O DJ/produtor Avicii é um cara curioso. Depois de emplacar o sucesso Wake Me Up, um dos singles lançados do seu álbum True segue o mesmo esquema: country pop/eletrônico. O mais curioso ainda para o Avicii é que Hey Brother mantém a qualidade sem mudar a direção do que o DJ fez com Wake Me Up, mas com qualidades únicas.

A voz da canção é cantor de bluegrass Dan Tyminski. Isso dá para o single uma dimensão diferente ajudando a fazer a fusão entre estilos parecer ainda mais natural. Além disso, a voz marcante de Dan aliada com a sua ótima interpretação dão um tom bem forte para a canção sem precisar utilizar nenhum recurso vocal. A produção Avicii é um trabalho interessante no momento que não dá espaço para nenhuma das influências se sobressair dosando tudo em um arranjo inspirado. Outra característica extremamente positiva é a composição que pega o elemento emocional para construir uma letra com uma mensagem realmente positiva. Resumidamente: precisamos de mais cara curiosos como o Avicii.
nota: 8

5 de fevereiro de 2014

Era Uma Vez uma Canção da Disney

Once Upon A Dream
Lana Del Rey


Em um passado não muito distante havia um mundo encantado de princesas, príncipes, fada e, por que não, bruxas malvadas construídos para acalentar gerações com toda a magia possível que poderia ser "reimaginada" pelos estúdios Disney. Anos se passaram, as crianças não são mais as mesmas e parece que há uma urgência em apresentar para esse novo público todas as histórias que fizeram a alegria de seus avós décadas atrás. Mais ou menos assim é a ideia que parte o mais novo filme da Disney Malévola estrelado por Anjelina Jolie e que pretende contar a história da Bela Adormecida pela visão da bruxa má. Para "embalar" essa versão foi convocada a cantora Lana Del Rey para fazer um cover de Once Upon A Dream que é uma das canções originais do filme de 1959.

A nova versão não consegue apagar o versão original, mas o trabalho de produção aqui consegue dá o tom perfeito para o que pretende ser o novo filme. A atmosfera de Once Upon A Dream com Lana é uma mistura de fantasia com um lado sombrio bem elaborado se fundindo com o estilo da cantora criando um trabalho perfeito para ser tema da nova visão de A Bela Adormecida. Só que o que realmente carrega a canção são os vocais estilizados de Lana que lembram uma gravação dos anos quarenta/cinquenta. Além disso, a performance contida dela mostra as nuances de sua voz dando personalidade para a faixa. Não é a reinvenção da roda, mas para os parâmetros de qualidade Disney já uma evolução.
nota: 7

4 de fevereiro de 2014

A Garota do Momento

Team
Lorde

Depois das duas vitórias no Grammy ninguém pode negar que neozelandesa Lorde é a "garota do momento". E se não bastasse todo esse buzz causado pelo sucesso de Royals, Lorde consegui emplacar
mais um single do seu álbum Pure Heroine a canção Team.

O single começa com uma "introdução" minimalista ressaltando apenas a voz de Lorde e vai crescendo aos poucos com a adição do arranjo. Esse começo já seria o suficiente para Team, pois é tão impactante e marcante que o resto da canção parece quase dispensável apesar de ser um trabalho muito bom. Lorde continua a procurar seu espaço no que se diz a respeito a quem é ela como cantora, mas aqui ela entrega um pouco do que ela pode conseguir ao longo do ganho anos e com o acumulo de experiência. A composição é um tributo interessante ao país de origem de Lorde e aos seus amigos mostrando a sua versão mais urbana e "mundana" da sua própria realidade. Bem construída e com refrão viciante. A produção acerta na atmosfera mais "animada" sem perder a direção da sonoridade criada para Lorde. Se Lorde ainda será a "garota do momento" daqui alguns anos apenas o tempo dirá, mas ela está pavimento o caminho direitinho para isso.
nota: 7,5

3 de fevereiro de 2014

Faixa Por Faixa

CD: Stronger
Artista: Kelly Clarkson
Gênero: Pop rock
Vendagem: Cerca de 1,8 milhão de cópias
Singles/Peak na Billboard: Mr. Know It All (10°), Stronger (What Doesn't Kill You) (1°) e Dark Side (42°).
Grammy
Vitórias

2013
Best Pop Vocal Album

Indicações
2013
Record of the Year e Best Pop Solo Performance (Stronger (What Doesn't Kill You))

Ano: 2011


1 de fevereiro de 2014

Primeira Impressão

The River & the Thread
Rosanne Cash


Nem sempre filho de peixe é peixinho, mas quando a maçã cai perto da arvore de origem podemos ter uma grata surpresa. A cantora country americana Rosanne Cash é filha da lenda Johnny Cash. Com uma carreira com mais de trinta anos é a prova viva que talento pode ser transmitido por DNA. Seu último, e sensacional, álbum The River & the Thread foi lançado no começo do mês comprovando minha teoria.

The River & the Thread tem como a sua principal qualidade as composições de Rosanne e o produtor do álbum John Leventhal. Falando sobre as viagens no Sul dos Estados Unidos, Rosanne discorre habilmente sobre as idas e vindas, as saudades, as jornadas físicas, mentais e espirituais que todos fazem em algum momento da vida. Usando de suas próprias experiências pessoais a cantora consegue tocar diretamente no coração de qualquer um em qualquer lugar já que todos os sentimentos mostrados são reais e  universais. Além disso, a excelência que as letras são construidas mostra o cuidado em criar momentos de verdadeira poesia como nas belíssimas Etta’s Tune ou em The Long Way Home. A produção faz de The River & the Thread um excepcional álbum de country com uma direção mais tradicional e com influências de folk, blues e um pouco de rock. Mesmo seguindo certa linearidade sonora com a maioria das canções em uma mesma toada o trabalho de produção é primoroso na adição de nuances perfeitas dando a personalidade necessária para cada música. Porém, The River & the Thread não são para todos os gostos já que o country não é tão apreciado abaixo da linha do Equador. Vocalmente, Rosanne não lembra nada a voz cavernosa e poderosa de seu pai sendo bem contida, doce e delicada. Mesmo assim consegue transmitir toda a imensidão de sentimentos em performances emocionantes como em Night School ou Tell Heaven.  Um álbum para quem realmente gosta de música boa. E uma ótima plataforma para conhecer mais do trabalho de Rosanne e de seu pai (esse sendo simplesmente obrigatório para fãs de música).