Justin Bieber
Marque as minhas palavras, Justin Bieber está em uma curiosa situação de vida/carreira que o que precisa em uma, não é o mesmo que ele precisa na outra. O que você quer dizer? Vocês podem perguntar, mas eu vou mostrar para vocês: enquanto Justin precisa de alguém que ponha limites na sua vida pessoal para parar de ser "o escroto querendo ser bad boy", na sua carreira artista há a necessidade de alguém que tire ele da mesmice e abra os seus horizontes. Desculpa quem seja fã, mas Purpose mostra o que defendo, pois o trabalho tem um resultado bem fraco.
Antes que venham falar que eu seja um invejo e digam que "você precisa se amar" para parar de falar "mal" do Bieber, vamos aos fatos: Purpose é um álbum com uma ideia até interessante, mas que erra ao não dar para o cantor algo realmente substancial. Com Bieber na "direção criativa" de Purpose, o trabalho sofre da falta de boa companhia: a maioria dos produtores não passam de copiadores de tendências alheias e não acrescentam em nada na sonoridade do álbum. Sem pressão para fazer algo ousado, a produção até acerta ao dar uma atmosfera minimalista para as batidas, mas, tirando algumas boas ideias, o resultado final é completamente sem sentido. Faixas vazias de emoção e com pouca criatividade, porém, querendo soar mais interessante do que são de verdade, o sentimento é que o álbum tenta servir para mostrar que o cantor é mais do que apenas um cantor de pop teen, ou seja, Purpose seria o álbum da transição final dele para a maturidade. Definitivamente, o álbum não é de pop teen, mas uma mistura mal costurada de dance pop e EDM. Então, eu pergunto: Justin "maduro" onde está você agora?
Esse é uma boa pergunta, pois se dependesse das composições expostas no álbum, Bieber ainda seria aquele garoto de quinze anos de Baby. Só que naquele tempo, a letra do primeiro grande hit dele combinava com a sua personalidade exposta. Agora, o que deveria refletir uma pessoa em transição e os seus problemas, na verdade, parece uma criança chorando sobre a ex ou sobre como a vida pode ser injusta. Acontece que as construções são de uma pobreza linguística que dá vontade de rir de vergonha como na desastrosa Children que Justin mira em Man in the Mirror do MJ e acerta no MC Gui. Quando o cantor tem um material melhor nas mãos surge canções razoáveis como Love Yourself com co-autoria do Ed Sheeran. Entretanto, o que faz o álbum afundar mais ainda são as suas faixas extras: fugindo do aparente conceito do álbum na sua versão standart, as canções mostram ainda mais a falta de direção da carreira de Justin em uma coleção de músicas completamente banais e dispensáveis. A única coisa que posso falar sobre a performance vocal de Justin é: pare de usar tantos efeitos vocais. Além da faixa citada, outros momentos aceitáveis no álbum são: a legalzinha Sorry, a mediana Company e a baladinha bobinha The Feeling com a cantora Halsey. Quem sabe se Justin achar um propósito que não seja ser o centro das atenções e, o principal, alguém que mostra o caminho certo na música, ele não mostra que é um artista. Para terminar quero deixar um recado: a vida vale a pena ser vivida.
Um comentário:
2 estrelas foi bondade
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