Lorde
Com a diferença de apenas algumas semanas o mundo da música viu os dois lado de uma mesma moeda chamada pop: de um lado o grande tropeço criativo e comercial de uma já consolidada diva pop e do outro a consagração de uma ainda iniciante cantora com o seu segundo álbum que entra para a história recente do pop como um dos trabalhos mais aclamados da critica especializada. Acredito que essa segunda cantora vocês todos já sabem quem é: a neozelandesa Lorde que com o seu inesperado Melodrama se transforma na voz de uma geração que ainda nem sabe muito bem quem são ainda, mas que já tem muito sobre o que falar.
Melodrama é, essencialmente, um álbum sobre corações quebrados, ilusões amorosas e amores despedaçados. Temas tão recorrentes no mundo da música como o nosso arroz com feijão no almoço, mas que na perspectiva de Lorde ganha contornos modernos, descolados e com uma linguagem completamente avant-garde. As composições em Melodrama são como roteiros de filmes indies feitos por jovens diretores/roteiristas na casa dos vintes anos que tem a intenção de relatar a vida dos seus similares (e eles também) da maneira que as mesmas estão se passando atualmente sob a luz dessa sociedade que ainda não sabe muito o que fazer com esses millennials. Apesar disso, as letras criadas para o álbum possuem uma profundidade desconcertante, mostrando que existe muito mais do que a aparência de tecnológicos e com uma inquietação incontrolável nesse grupo: velhos e poderosos sentimentos, mas emolduradas de maneiras bem diferentes. Boa parte dessa qualidade vem do fato de Lorde ter-se unido com o compositor/produtor Jack Antonoff que adicionou uma experiência imprescindível para o trabalho final. Não são letrar que vão encontrar um público exatamente muito grande, mas que acerta precisamente o público para que é destinado. Um belo exemplo disso é a ótima Supercut sobre como fantasiamos sobre como é um relacionamento, mas que, na verdade, é tudo completamente diferente na realidade. Para poder expor tudo isso que as letras falam, Lorde se torna literalmente uma voz que representa uma geração.
Completamente única no quesito timbre, a jovem de apenas 20 anos encontrou uma persona vocal que a coloca em um posto muito parecido com o da Amy Winehouse: pode até haver pessoas parecidas, mas nada será comparada exatamente com o original. A forma com a cantora "ataca" cada nota é deliciosamente inusitado, estranho, descontraído, original, desconstruído e, em alguns momentos, até parece "errado" para quem ouve pela primeira vez ou que não curte a cantora. Seja como for a sua percepção não há como negar que ouvir dez segundos de qualquer canção na voz da Lorde já o bastante para saber quem está cantando. Ouça a cativante dark Sober e me diga que não estou certo? Impossível. O ponto de "discórdia", ao menos para mim, é a sonoridade como um todo de Melodrama: não que o indie pop/electropop maduro e contagiante não seja um ótimo trabalho, ainda mais com todas as nuances e ideias que Antonoff e outros produtores adicionam ajudando a criar uma sonoridade coesa e bastante divertida. Todavia, o resultado final é, resumidamente, seguro demais, pois não apresenta de realmente muito novo e quebrado de barreiras. Digo e repito: sonoramente extremamente bem produzido, mas não vai muito mais longe do que já ouvimos por aí. Outros momentos de destaques do álbum ficam por conta Perfect Places, The Louvre e Liability. Melodrama não é o álbum perfeito, mas é perfeito para essa geração e, principalmente, perfeito para colocar Lorde no top do mundo top, mesmo ela própria não se considerando uma diva pop.
Melodrama é, essencialmente, um álbum sobre corações quebrados, ilusões amorosas e amores despedaçados. Temas tão recorrentes no mundo da música como o nosso arroz com feijão no almoço, mas que na perspectiva de Lorde ganha contornos modernos, descolados e com uma linguagem completamente avant-garde. As composições em Melodrama são como roteiros de filmes indies feitos por jovens diretores/roteiristas na casa dos vintes anos que tem a intenção de relatar a vida dos seus similares (e eles também) da maneira que as mesmas estão se passando atualmente sob a luz dessa sociedade que ainda não sabe muito o que fazer com esses millennials. Apesar disso, as letras criadas para o álbum possuem uma profundidade desconcertante, mostrando que existe muito mais do que a aparência de tecnológicos e com uma inquietação incontrolável nesse grupo: velhos e poderosos sentimentos, mas emolduradas de maneiras bem diferentes. Boa parte dessa qualidade vem do fato de Lorde ter-se unido com o compositor/produtor Jack Antonoff que adicionou uma experiência imprescindível para o trabalho final. Não são letrar que vão encontrar um público exatamente muito grande, mas que acerta precisamente o público para que é destinado. Um belo exemplo disso é a ótima Supercut sobre como fantasiamos sobre como é um relacionamento, mas que, na verdade, é tudo completamente diferente na realidade. Para poder expor tudo isso que as letras falam, Lorde se torna literalmente uma voz que representa uma geração.
Completamente única no quesito timbre, a jovem de apenas 20 anos encontrou uma persona vocal que a coloca em um posto muito parecido com o da Amy Winehouse: pode até haver pessoas parecidas, mas nada será comparada exatamente com o original. A forma com a cantora "ataca" cada nota é deliciosamente inusitado, estranho, descontraído, original, desconstruído e, em alguns momentos, até parece "errado" para quem ouve pela primeira vez ou que não curte a cantora. Seja como for a sua percepção não há como negar que ouvir dez segundos de qualquer canção na voz da Lorde já o bastante para saber quem está cantando. Ouça a cativante dark Sober e me diga que não estou certo? Impossível. O ponto de "discórdia", ao menos para mim, é a sonoridade como um todo de Melodrama: não que o indie pop/electropop maduro e contagiante não seja um ótimo trabalho, ainda mais com todas as nuances e ideias que Antonoff e outros produtores adicionam ajudando a criar uma sonoridade coesa e bastante divertida. Todavia, o resultado final é, resumidamente, seguro demais, pois não apresenta de realmente muito novo e quebrado de barreiras. Digo e repito: sonoramente extremamente bem produzido, mas não vai muito mais longe do que já ouvimos por aí. Outros momentos de destaques do álbum ficam por conta Perfect Places, The Louvre e Liability. Melodrama não é o álbum perfeito, mas é perfeito para essa geração e, principalmente, perfeito para colocar Lorde no top do mundo top, mesmo ela própria não se considerando uma diva pop.
Um comentário:
Rapaz como eu AMO suas críticas. Na minha opinião, um dos melhores críticos musicais do Brasil !! Obrigado ¡
Postar um comentário