28 de novembro de 2018

Primeira Impressão

Voicenotes
Charlie Puth




Como único autor de todas as postagens aqui no blog nem sempre consigo "dar conta" de tudo que gostaria de falar sobre a música e, por isso, algumas coisas passam em branco. Isso acontece principalmente em relação as resenhas de álbuns, pois, normalmente, dou prioridade para aqueles de maior destaque. Ás vezes, porém, eu consigo olhar para trás e visitar um álbum que deixei para trás. Esse é o caso da grata surpresa de ouvir Voicenotes, segundo álbum do Charlie Puth. É preciso dizer que é uma surpresa positiva moderada, mas, sim, é uma boa surpresa no final das contas em ouvir um álbum que se mostra melhor que o esperado.

Todos sabem que o primeiro álbum (Nine Track Mind) do Charlie Puth foi um desastre de critica, recebendo parquíssimos 37 em 100 no Metacritic, mesmo que tenha indo muito bem em vendagens. Entretanto, acredito que o próprio Charlie sentiu o baque, pois o cantor resolveu tomar as rédeas completamente da sua carreira. E essa decisão não tinha como ser mais acertada e bem vinda para a carreira do cantor. Além do trabalho como compositor nas faixas, Charlie produziu praticamente sozinho quase todas as faixas do álbum, deixando apenas quatro canções em que o artista teve a ajuda de outro nome. Com total controle e, obviamente, liberdade na criação do álbum, Charlie teve em mãos a oportunidade ímpar de mostrar exatamente quem é como artista. E, apesar de ter seguido uma cartilha já explorada anteriormente, o cantor conseguiu fazer de Voicenotes um trabalho surpreendentemente agradável.


Quando digo que o cantor seguiu uma cartilha já explorada é que a sonoridade do álbum é a famosa "garoto branco faz R&B/pop soul", ficando no meio do caminho entre o Justin Timberlake e o Nick Jonas. Então, obviamente, não espera nada muito diferente e fora dos padrões desse tipo de canção, pois Voicenotes é exatamente um álbum de R&B/pop soul feito por um artista branco que tem bem claro as influências. Espere, porém, o famoso arroz com feijão muito bem feito e que, em alguns momentos, consegue surpreender com algumas ideias. Como disse anteriormente, a decisão de produzir o álbum completamente sozinho ajuda Charlie a dar coesão para o trabalho, resultando em uma coleção que flui sem maiores tropeços em uma cadencia constante e bem gostosa de ouvir.  Claro, isso também impede do álbum levantar maiores voos sonoramente, mas é o bastante para ser um álbum que conquista facilmente. O grande momento de Voicenotes é a parceria com o grupo Boyz II Men na canção à acapela If You Leave Me Now, lembrando os grandes sucesso do grupo dos anos noventa. Outro momento de destaque genuíno é a dançante e sexy Done For Me com a ótima participação Done For Me. Ainda limitado vocalmente, mas conseguindo encontrar o seu lugar como cantor, Charlie carrega bem as canções como o single Attention e a que abre o trabalho The Way I Am. Finalizando os destaques existe a dance-pop/R&B com uma vibe oitentista BOY e a legal Somebody Told Me. Sem precisar reinventar a roda e, sim, sabendo como a mesma funciona perfeitamente, Charlie Puth conseguiu dar um novo rumo para a sua recente carreira ao tomar as rédeas para si sem ter medo de errar ou não.