Ellie Goulding
Higher Than Heaven, quinto álbum da carreira da Ellie Goulding, é um trabalho perfeito para quem está procurando um álbum pop certeiro, simpático e divertido de pop. Entretanto, o trabalho não é para quem está procurando originalidade.
Bem feito ao extremo em todas as suas facetas, Higher Than Heaven é como uma sopa caseira bem feita que consegue saciar a fome, mas que é longe de ser marcante. Uma produção segura, azeitada e madura de electropop/dance-pop/synth-pop que faz a gente ficar feliz e satisfeito com o sabor e textura da primeira colherada até a última. Faltou a adição de uma carga forte de temperos, técnicas e ingredientes que pudesse quebrar a fortíssima sensação de já ter escutado isso saído da boca da própria Ellie e de outros artistas. E o principal: a cantora já entregou canções mais excitantes sonoramente.
Felizmente, como já apontado, Higher Than Heaven dá para encher a barriga, especialmente quando aumenta a dose de criatividade como é o caso da caprichada Midnight Dreams. Abrindo o álbum, a faixa é uma rica synth-pop que acerta a mão na sua maturada batida, mesmo que termina de forma abrupta demais. Outro momento que é necessário ressaltar é a boa Like A Saviour que brilha pela “única presença da Ellie que dá para a canção uma cara que consegue de maneira até natural ser um trabalho com a sua marca”. Em Easy Love, “a cantora não está tentando desesperadamente voltar aos charts com alguma coisa visualmente forçada para apelar para os virais de redes sociais e, sim, entregando um desdobramento da sua discografia. E isso é até ajuda a fazer a participação do também sumido Big Sean funcionar melhor que o esperado em um verso redondinho e bem estruturado que se não melhora canção também não atrapalha o resultado final”. E finalizando os sabores que dão certo no sopão da Ellie está a dramática e bem amarrada Cure For Love. Não sei se dá para chamar de janta o que é Higher Than Heaven, mas dá matar a vontade de um pop sincero e bem feitinho.
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