Faye Webster
Underdressed at the Symphony, quinto álbum da carreira da cantora Faye Webster, poderia ser bem melhor se tivesse mais substancia na sua composição. Mesmo assim, o trabalho é simpático e adorável que faz gente abrir um sincero sozinho ao seu final.
O principal defeito, como dito anteriormente, é que faltou adicionar mais conteúdo para estruturar melhor as ideias por trás. E isso não é nem algo recorrente para todas as canções, mas boa parte do álbum fica aquela sensação de se tivesse mais letra ou se tivesse um trabalho mais complexo de instrumentalização, o resultado poderia ser facilmente mais exuberante e pungente. Dessa maneira, o álbum poderia encontrar o doce equilíbrio entre ser atmosfericamente adorável e sonoramente edificante. Uma pena, pois Underdressed at the Symphony tem momentos realmente deliciosos que poderiam ser refletidos para todo o seu resto. O álbum começa já no seu ápice com a graciosa e terna indie pop/rock balada Thinking About You que consegue exprimir todo o potencial do álbum em apenas uma canção. Com seis mais de seis minutos, a faixa consegue trabalhar bem a evolução do instrumental, tirando a possibilidade de a mesma terminar sendo algo esquecível ao dar espaço para a canção encontrar o seu sentido sonoro. Em But Not Kiss, a batida é mais agressiva e marcante ao caminhar por um lado mais indie rock, mas é a sua ótima letra que fala sobre o seu desejo de ser amada, mas o medo de se machucar a faz não querer nada exatamente sério. Gosto especialmente dos versos que fecham a composição em que a cantora entoa “I hope you're okay but I won't ask/If you're in a good place, I won't mess with that/But I'm here when you need, I always have”. Outro momento realmente interessante é quando a cantora se une com o rapper Lil Yachty na estranha e interessante Lego Ring que funciona exatamente por ser exatamente estranha. E, pro fim, a cantora entrega a tocante balada indie rock que dá nome ao trabalho em Underdressed at the Symphony sobre o amargurado fim de um relacionamento com uma pessoa ainda imatura. O álbum é um trabalho que não clama para a gente escutar, mas a Faye Webster faz valar caso você dê uma chance.
Nenhum comentário:
Postar um comentário