Pabllo Vittar
O ano de 2024 deve marcar a Pabllo Vittar como um dos ápices criativos e de sucesso da sua carreira. Além do sucesso de Alibi, a drag queen brasileira também entregou o seu melhor trabalho com o divertidíssimo Batidão Tropical Vol. 2. E olha que o álbum ainda tem alguns tropeços que o impedem de ser melhor.
O principal desses erros é o fato da ideia “genial” de lançar um álbum incompleto em faltava três faixas durante o lançamento original em Abril desse que impossibilitou a resenha do álbum antes aqui no blog. Passado cinco messes, a cantora lançou duas das três faixas, ajudando a completar melhor a visão geral do trabalho. Como não tem previsão para o lançamento da última faixa, resolvi fazer a resenha de qualquer maneira. Esse erro poderia facilmente ser resolvido ao simplesmente lançar uma versão deluxe quando todas as faixas estiverem prontas. Tirando esse primeiro obstáculo, Batidão Tropical Vol. 2 é o trabalho oficial mais interessante da discografia da Pabllo devido, especialmente, a produção saber perfeitamente construir a ideia por trás de maneira fluida, coesa e bem pensada. E mais: o álbum concerta o grande erro do álbum anterior ao dar tempo para que possa trabalhar as canções de forma a tirar quase totalmente o “vírus da brevidade”. Não estamos diante de um trabalho de uma complexidade sonora imensa e profunda, mas ao construir canções maiores dá a chance de as ideias serem realmente trabalhadas da forma de encontrar verdadeiro na pratica. E isso já dá um verdadeiro up no resultado final.
Assim como o volume um, “o álbum é quase todo feito de regravações de bandas de forro, electrobrega, calypso e brega que fizeram sucesso durante os anos noventa e começo dos dois mil e que foram as principais referências da Pabllo”. E a escolha do repertorio é outro avanço nesse novo trabalho, conseguindo criar uma fluidez de qualidade que pode até não ser perfeito, mas a curadoria é bem mais refinada e assertiva. E a melhor delas é a regravação de um dos clássicos forró/brega em Me Usa da banda Magníficos. Apesar de não ser exatamente fã do gênero, a canção é tão icônica e famosa que seria um crime em um trabalho com esse não ter a canção na lista de escolhas. E a versão aqui apresentada dá um verniz mais doce para a canção adicionando uma camada pop muito bem-vindo. Outro grande momento é de São Amores que merecidamente virou um sucesso viral e que mostra bem a característica de reinvenção de canção ao ser uma regravação de canção em espanhol de uma latin pop chamada Son De Amores da dupla Andy & Lucas. Nessa categoria de boas versões de canções internacionais está também a divertida Pede Pra Eu Ficar “ao ser uma versão forró eletrônico do clássico dos anos oitenta Listen to Your Heart do Roxette” em que “essa mistura entre gêneros dá certo, pois é feito com reverencia sincera e um cuidado técnico preciso”. Também é preciso destacar a evolução nítida da Pabllo como cantora, pois é aqui que temos as suas performances mais seguras e maduras até o momento. Outros momentos que preciso destacar é a contagiante Ai Ai Ai Mega Príncipe, a letra icônica de Idiota (Idiota, não tenho culpa se é gostoso/Fazer amor com ex) e, por fim, a cativante abre-alas de Pra Te Esquecer. Espero que Batidão Tropical Vol. 2 seja apenas a ponta do iceberg para a consagração definitiva da Pabllo Vittar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário