Like a Rose
Ashley Monroe
Há duas verdades que eu aprendi aqui no blog nesses anos: primeira, sucesso não é sinônimo de qualidade, e, segunda, qualidade pode vim dos lugares mais surpreendentes possíveis.
Ashley Monroe, integrante do trio country Pistol Annies, lançou recentemente o seu segundo álbum solo intitulado Like a Rose. Sem nenhuma promoção de grandes escalas ou notoriedade pelo grande público mainstream, o álbum estreou apenas na posição 43 da Billboard. Contudo, isso não reflete na qualidade que a cantora entrega em um álbum espetacular que, felizmente, recebeu os louvores merecidos da critica americana que ovacionou em resenhas melhores que até do David Bowie (se você comparar a média, claro). Claro, que pelo êxito que ela teve no grupo country já poderia se esperar algo decente dela, mas Like a Rose vai muito, muito, muito além disso. Like a Rose é uma coleção de apenas nove músicas que busca na raiz do country sua alma para construir uma sonoridade simples, doce, elegante e extremamente bem produzido. O cuidado em criar cada arranjo é nítido e exemplar na forma de conduzir as belas e sensíveis melodias que mostra o quanto rico pode ser o country executado da maneira certa. As composições são outro ponto forte do álbum: não importa se são letras mais acidas e divertidas para as canções up-tempo ou as tocantes e lindas declarações sobre o amor e suas formas nas baladas, cada faixa é uma pérola tirando sentimentos verdadeiros usando inteligência, sensibilidade e talento. Como cantora Ashley é uma "velha senhora". Sua voz tem todos os atributos e qualidades das grandes cantoras de country como a Dolly Parton. Pode até não agradar quem curte Taylor Swift, mas para quem curte o estilo ou não tem preconceitos pode encontrar uma interprete vigorosa, versátil dentro do estilo e com capacidade de encantar em qualquer momento. Dentro de um álbum "curto", mas riquíssimo que precisa ser descoberto e ouvido na integra consigo ressaltar os momentos de maior destaque: a melancólica Used, a divertida Monroe Suede, o dueto sensacional com Blake Shelton em You Ain't Dolly (And You Ain't Porter) e as melhores do álbum as tristes e geniais The Morning After e She's Driving Me Out of Your Mind. Um trabalho marcante que veio de maneira imprevisível.
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