18 de dezembro de 2014

Os Melhores Álbuns de 2014 - Parte 2


Parte 1





20.Ultraviolence
Lana Del Rey

"O grande resultado do caminho percorrido por Lana está na sua sonoridade: enquanto Born to Die tinha uma construção sombriamente pomposa e estilizada com um verniz comercial-que-não-quer-ser-comercial, Ultraviolence é naturalmente sombrio, mais cru na sua concepção e continua com o verniz, mas com um brilho mais fosco. Lana parece mostrar com mais afinco quais são as suas reais influências originais e não apenas usá-las como temperos especiais. Por isso, Ultraviolence é um álbum basicamente de indie rock com adições de pop ao contrário do antecessor que era um trabalho pop indie com toques de rock. A responsabilidade vem do produtor Dan Auerbach, vocalista da banda The Black Keys, que dá para o trabalho uma cara, não apenas mais rock, mas, também, mais crua, mais simplista, mais real e mais contida. Assinando mais da metade das faixas de Ultraviolence, Dan não esquece de respeitar de deixar as características marcantes da cantora como o lado sombrio, a melancolia, a delicada psicopatia que emana dela com toques de uma beleza pálida e triste. Todavia, devido aos trabalhos magníficos de instrumentalização em todas as faixas, em especial, das inserções das guitarras, a sonoridade aqui ganha uma atmosfera mais real e orgânica se transformando em um trabalho aflito e inquietante. E tudo isso, pasmem, é muito bom."

19.Shakira
Shakira

"Como relatou a própria Shakira em uma entrevista dada para o Fantástico recentemente, pela primeira vez em sua carreira, ela deixou as rédeas da produção mais "frouxas" para se dedicar mais ao filho. Porém, ela não se afastou muito, pois das 15 faixas do álbum apenas 3 não tem o nome dela creditado como produtora e apenas 2 das canções ela não está creditada como compositora. Isso mostra o quanto empenhada a colombiana é dedicada ao seu trabalho como poucas artistas pop fazem na atualidade. Apesar disso, a adição de produtores que nunca trabalharam com Shakira dá para o trabalho o acabamento e a personalidade necessários para elevar o resultado final. Um ótimo exemplo disso é a faixa Empire, uma balada pop rock épica maravilhosa que está entre os melhores momentos do álbum."
Primeira Impressão

18.Kiss Me Once
Kylie Minogue

"Kiss Me Once é um álbum pop redondinho e sem nenhuma inovação, mas que entrega o que um CD de pop deve ser: divertido, dançante e despretensioso. Trabalhando com produtores pouco conhecidos (exceto o Pharrell Williams) que tem um grande currículo por trás, Kylie consegue manter intacta sua sonoridade já refinada há anos e ao mesmo tempo dar uma leve envernizada com algo mais "moderninho". Com isso Kiss Me Once ganha uma personalidade que reflete sua dona sem precisar recorrer a lugares comuns ou estratégias safadas para atrair o público. Kylie sabe quem é o seu público e faz para eles."

17.Little Red 
Katy B

"O 
segundo trabalho de Katy B é um eficiente, adorável e divertido coleção de canções eletrônicas que consegue se destacar da multidão por ser simplesmente diferente dos demais. Começa pelo fato de Katy B ir muito mais além dos esquemas de composições "vamos festejar" que é, basicamente, 90% dos temas das canções pop/dance/eletrônico de hoje em dia. Não que Katy não recorra a esse tema em alguns momentos, mas a intensidade que é depositada nas letras. Katy consegue colocar sentimentos verdadeiros mostrando todas as suas facetas das sombrias e melancólicas até as românticas e divertidas. Há um cuidado elogiável na elaboração lexical e semântico das composições criando imagens bem definidas e refinadas. Dona de uma voz bem delicada, Katy faz o contraste perfeito entre a produção em performances originais dando um toque especial para cada faixa sem usar de efeitos que mascarem sua voz deixando tudo mais natural possível. A produção fica, praticamente toda, a cargo do desconhecido Geeneus."

16.My Everything
Ariana Grande


"My Everything é essencialmente um álbum pop, mas com grandes pitadas de R&B, eletrônico e, até mesmo, um pouquinho de hip hop. Mesmo que inferior ao anterior, o resultado no fim é bom. Porém, o grande problema aqui é o fato de que o álbum não fluir. Incrivelmente, esse problema não é causado pela "poplização" da cantora, pois o tom aqui usado, uma mistura de uma vibe pop dos anos noventa com uma atmosfera romântica 'fofinha, funciona muito bem. O que acontece de fato é que não há cadência na sequência de faixas resultado da mudança de estilos entre uma música e outra. Por exemplo, logo depois da R&B/hip hop Problem vem a dance pop One Last Time que logo é seguida por Why Try, uma balada pop mid-tempo, e depois aparece a EDM/pop Break Free. Apesar de não parece uma grande mudanças na teoria, na prática o resultado é a quebra de ritmo, por causa disso se perde a coesão do álbum. Bem diferente do que acontece com Yours Truly. Dessa maneira, as faixas de My Everything funcionam melhor separadas do que juntas. Mesmo assim, o ótimo trabalho do time de produtores do momento ajuda a qualidade do álbum ao entregar músicas redondinhas que, em alguns momentos, mostram claramente o potencial de Ariana da melhor maneira. Entre o mundo teen e adulto, as composições do álbum são condizentes com a atmosfera do trabalho: românticas, delicadas e cativantes."

Um comentário:

christine blog disse...

O que eu mais amo em My Everything é exatamente cada musica ser diferente, não fica cansativo. Amei todas. O primeiro é incrivel, mas prefiro o segundo.